Receita Federal apreende malote com 1,5 milhão de dólares de Belém

Malote apreendido pela Receita

Um milhão e quinhentos e trinta mil dólares. Esta fortuna foi a quantia apreendida, ontem, pela Receita Federal no aeroporto internacional de Val-de-Cans, em Belém, em um malote endereçado a uma casa de câmbio na capital paraense. Do montante, apenas 600 mil dólares foram declarados à Receita. O restante, 930 mil dólares – o equivalente a 1,4 milhão de reais – viajava sem o conhecimento do fisco.

 

O dinheiro foi apreendido durante uma inspeção em malotes trazidos a Belém em um cargueiro da Varig no começo da manhã. Além dos dólares americanos, foram apreendidos dólares neozelandeses, libras esterlinas e pesos – mexicanos e chilenos.

Os auditores da Receita desconfiaram da diferença de dez quilos entre o peso aferido nas balanças do aeroporto e o peso declarado na nota de conhecimento – o documento que registra o valor transportado e as características físicas da carga – em um dos nove malotes com dinheiro desembarcados em Belém. A nota informava o transporte de 6,2 kg para uma carga que pesava, na verdade, 16 kg, segundo informações repassadas pela Receita Federal.

Dentro do malote, os auditores encontraram três pacotes com dinheiro. No maior deles, estava guardado exatamente o valor declarado pela empresa de transportes na nota de conhecimento: 600 mil dólares americanos, 5 mil dólares neozelandeses, 5 mil libras esterlinas, 5 mil pesos mexicanos e 1 milhão de pesos chilenos. Nos outros dois pacotes, não mencionados na nota, estavam os 930 mil dólares que, segundo a Receita Federal, seriam desembarcados sem que seu transporte fosse declarado.

Informada sobre a diferença de peso dos malotes, a empresa responsável pelo transporte do dinheiro, a Brinks, com sede no estado de São Paulo, fez uma retificação, por fax, da nota de conhecimento, alterando o peso declarado para o que foi aferido nas medições feitas pela Receita Federal no aeroporto de Belém. Na nova nota, a empresa confirmou o valor do montante em dinheiro em espécie que era transportado.

A retificação foi feita antes que os auditores terminassem a contagem do dinheiro e descobrissem quanto de fato era trazido a Belém. Para Iranilson Brasil, auditor fiscal da Receita Federal, a retificação do peso e a confirmação do valor transportado é um indício de que havia irregularidades no transporte do dinheiro. “Eles fizeram uma retificação por fax do peso do malote, mas não mudaram o valor que era transportado”, indica Iranilson.

A irregularidade detectada nos valores declarados levou a Receita a barrar a entrega do dinheiro. O dinheiro foi conferido e custodiado ao Banco Central. O caso foi informado, ontem, ao Ministério Público Estadual, que apurará, junto à Receita Federal, as irregularidades no transporte dos valores.

Procurada pela reportagem, a casa de câmbio Confidence que, segundo a Receita Federal, receberia o dinheiro em Belém, afirmou desconhecer a remessa apreendida ontem no Aeroporto de Val-de-Cães.Já a Brinks Transportadora de Valores, que tem sede em São Paulo, foi contatada por telefone ontem pela manhã . mas não se pronunciou sobre o caso.

(No Amazônia)

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