SETRANS vê na proposta dos rodoviários um álibi para pedir aumento nas passagens de coletivos.

Os proprietários de coletivos, agora, vêem na proposta de acordo de coletivo dos motoristas e cobradores, uma alternativa de barganhar aumento nas tarifas das passagens. Para a classe empresarial, não dá pra pensar em aumentar os salários dos empregados sem antes discutir com o poder público, uma majoração.

O SETRANS ainda não tem uma proposta formada para apresentar à Prefeita, uma vez que é dever da administração exigir a planilha de custos dos serviços, para poder avaliar a proposta. A precariedade do sistema viário é sempre um trunfo para as lamentações. Pelo menos nesse caso, eles têm até razão.

Uma das queixas dos empresários é o valor pago pelos estudantes que hoje é de R$ 0, 65, que corresponde a menos da metade do valor vigente que é de R$ 1.70. Os empresários não quiseram adiantar o valor a ser pleiteado, mas certamente será superior a R$ 2.00. Eles normalmente superestimam os valores, para conseguir o que de fato seria um aumento considerado justo.

Os rodoviários já estão com sua proposta definida. Querem entre outras reivindicações, aumento de 12%, e redução na jornada de trabalho de sete para seis horas. Eles não descartam paralisação se não tiverem aceitas suas reivindicações. Esta semana, a classe patronal, reúne para discutir uma contra proposta a ser apresentada.

No ano passado, foi difícil fechar um acordo, pois enquanto os rodoviários acenavam com um reajuste de 15%, os empresários disseram que só podiam reajustar os salários em 2%. Os empregados queriam na época uma esta básica no valor de R$ 150.00, que serviu para dificultar ainda mais a negociação.

O desdobramento de posições tão diferentes resultou em greve dos rodoviários, que depois de cinco reuniões de negociações conseguiram um reajuste de 7.5%.Com a redução da frota pra 30%, apesar da autorização da Secretaria de Transportes do Município, ter autorizado vans, táxi lotação e microônibus, pelo menos 50 mil passageiros, ficaram com dificuldades para se deslocar e exercer suas atividades.

Na ocasião, com apenas quatro dias de paralisação, que começou no dia 10 de março, o Secretário de Transporte do município Sandro Lopes, solicitou à Justiça do Trabalho, a antecipação do julgamento do dissídio coletivo, em razão dos transtornos causados aos usuários. Mesmo não sendo parte interessada no processo, ele agiu considerando os transtornos causados aos usuários. Antes do julgamento, empresários e rodoviários finalmente entraram em acordo, e o serviço foi normalizado depois de uma semana de paralisação.

Por: Carlos Cruz

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