Prefeitos de possíveis 'capitais' apoiam divisão do Pará

Prefeitos das cidades que passariam a ser capitais na hipótese de aprovada em plebiscitos a divisão do Pará defendem a criação dos estados de Carajás e Tapajós. O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), se diz favorável ao plebiscito, mas afirma que a população “deve ter total clareza do que vai escolher e suas reais consequências”.

Nesta quinta (5), a Câmara aprovou projetos de realização de plebiscitos para decidir sobre a criação dos estado de Carajás e Tapajós. No caso de Carajás, um decreto deve ser promulgado pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP) autorizando a realização da consulta. No de Tapajós, o plenário da Câmara aprovou, mas falta a votação no Senado.

Pela proposta, o estado de Carajás estaria localizado a sul e sudeste do Pará e teria como capital a cidade de Marabá. O novo estado teria 39 municípios, com área equivalente a 25% do atual território do Pará.

O estado de Tapajós estaria localizado a oeste do Pará, ocupando cerca de 58% da área total do estado. O novo estado teria 27 municípios e a capital seria Santarém. 

Prefeitos
A prefeita de Santarém, Maria do Carmo, afirmou que a criação de Tapajós tem o apoio das lideranças políticas e da população da região. “A população não só de  Santarém, mas de todo o oeste do estado, comemorou a decisão.”

Segundo ela, a criação de Tapajós é uma reivindicação histórica e cultural. “Estamos a mais de 800 quilômetros da capital. Os recursos e os serviços não chegavam”, disse. De acordo com a prefeita, “mesmo com o aumento da presença dos governos federal e estadual, permaneceu o espírito separatista”.

O prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, disse que vai “batalhar” pela criação de Carajás. “A maioria da população da região é favorável à divisão”, disse Magalhães. “Somos uma região de difícil acesso e com pouca presença do governo estadual. Por isso, vai ser importante a criação de Carajás para o desenvolvimento da nossa região.”

Governador
Em nota, o governador Simão Janete (PSDB) se disse “totalmente favorável ao recurso do lebiscito”, mas diz não admitir que o plebiscito “esteja associado a qualquer tipo de processo eleitoral, para que esse expediente não seja contaminado por outros interesses”.

Segundo Jatene, deve ser feita uma “ampla campanha”, com o objetivo de esclarecer a população sobre os aspectos positivos e negativos da divisão do Estado. “A população deve ter total clareza do que vai escolher e suas reais consequências”, afirmou o governador.

Para Jatene, “a população deve ser protagonista, e não coadjuvante, diante de uma decisão desse porte. Para isso, precisa ser devidamente informada sobre todos os ângulos possíveis”.

Do G1

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