QUEM TEM MEDO DO ESTADO DO TAPAJÓS

O que se tem visto é um total despreparo ou falta de unidade no movimento pro novo Estado. O que se viu na sessão na Câmara Municipal de Santarém no dia 06/05/2011 foi um verdadeiro desfile de demagogia.

Muita gente querendo ser o pai, mãe, padrinho, madrinha, ou sei lá que o valha, da criança. Dizendo eu fiz isso, eu indiquei aquele, eu mudei isso, eu trouxe aquilo, eu fui ali, assado. Eu não estava lá, mas tinha feito minhas articulações, daqui mesmo, por exemplo. Papo cansado, enjoado, muito chato. Queriam discutir até a mudança de nome do futuro Estado, nossa! Não queriam deixar o bonde da história passar! Isso tem um nome, oportunismo, oportunistas, aproveitadores.

Nesse mesmo dia me ausentei de Santarém, e o que encontrei aqui, em Belém, é um movimento profissional, organizado, falando a mesma linguagem, ou seja, a de impedir a separação, ou o “esquartejamento”, como falam, do estado do Pará.

A Associação Comercial do Pará já cedeu um dos seus prédios para funcionar o Comitê do contra. O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Zenaldo Coutinho, lidera a criação do Comitê do Contra, faz campanha aberta contra o desmembramento, com apoio dos partidos políticos, sindicatos, universidades, entidades  estudantis,  representativas de classe e, acima de tudo, a imprensa escrita assumida como tem demonstrado em seus editoriais quase que diariamente, declarando-se contra e batendo na tecla da inviabilidade, principalmente econômica, falando em festival de “gastança”.

 A imprensa falada, promovendo enquetes, no ar, diariamente. Com quiosque nas praças, e panfletagem nas esquinas. A campanha para impedir a divisão e inviabilizar o plebiscito já começou, está nas ruas a todo vapor. E em Santarém? O que já está sendo feito de concreto e popular? De massificação? Sim, isto mesmo, massificar é envolver todos os segmentos da região e contar com o apoio das outras que irão votar no plebiscito, a favor da divisão.

Quem tem interesse na separação do estado do Pará, dizem que aqueles políticos que pretendem ver o festival da gastança para a instalação da nova Unidade Federativa. Outros dizem que são aqueles políticos que não querem perdem o seu “curral eleitoral”, ou ainda, com a separação, se criaria três estados pobres.

A bem da verdade, a primeira preocupação e consequência da separação seria, vejam só! Com o dinheiro que a União vai despender para a instalação e funcionamento do novo Estado, com tribunais: de Justiça, de Contas, Assembléia Legislativa, Palácio do Governo, secretarias e outros órgãos federais. Preocupação muito zelosa, se não fossem os péssimos exemplos, vindos das diversas unidades da Federação, em especial, da Assembléia Legislativa do Pará, que é a pedra da vez. Qual a preocupação dos “fichas Limpas” da capital?

 O que dizer do curral eleitoral? Santarém e os demais municípios da região Oeste do Pará, ao longo de suas histórias, por culpa de seus próprios políticos, tornaram-se curral eleitoral dos “poderosos” e tradicionais políticos paraenses. A verdade embutida aí é que, os herdeiros políticos dos “coronéis dos barrancos”, “do voto do cabresto”, não querem perder os mais de duzentos mil votos, só de Santarém, fora o restante dos quatorze municípios.

Isto anda não me intimida, o que vejo como perigosa é a nossa falta de liderança política, esta precisa ser forte. Vejam só! Estamos andando com as pernas dos outros. O projeto foi apresentado pelo senador Mozarildo, de Rondônia. A aprovação do plebiscito, no plenário da Câmara Federal, só foi possível com o apoio do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). O que nos dá duas idéias concretas. Primeiro, o prestígio e o poder de articulação do deputado federal Lira Maia (DEM), nosso  representante na Câmara Federal e o segundo, demonstra que  está quase que sozinho, na multidão, para enfrentar até mesmo o restante da bancada parauara, contrários à separação. E que podem endurecer mais ainda, para atender o Governador, (que está meio apático, dizendo que não tem nada a ver com o trabalho do deputado Zenaldo, da Casa Civil do Governo do Estado do Pará, mas é a favor da consulta de toda a população do Pará). Será? Ou outros patrocinadores de suas campanhas eleitorais, que não querem ver a divisão. Ainda vem muito chumbo grosso por aí. Isto é só o começo.

Um outro problema crucial, é mudar a opinião dos órgãos do setor econômico do estado do Pará , em todos os estudos sócio-econômicos, apresentados dizem que o esquartejamento do Estado do Pará criará três estados pobres. É necessário provar por A e mais B que o estudo feito pelos órgãos do Estado não condizem com a verdade. Entendo ser um dos mais difíceis.

Eu creio que tudo isso vem proporcionar o surgimento de novas lideranças, na região, é necessário e urgente, novos valores, com novas idéias, políticos jovens, mas que não venham já pensando em se dar bem. Ou já sejam viciados pelos políticos, ditos, profissionais e desacreditados, sem crédito.

Mas para se criar um novo Estado para ser governado por esses políticos que já estiveram no poder e enriqueceram, com conchavos, acordos indecentes, com licitações fraudulentas, aqueles que deixam a ponte cair e não mandam consertar, que não cuidam dos ramais e das vicinais, que não colocam o transporte escolar, que desviam a merenda escolar, que deixam a escola cair, que não dão condições para funcionar os postos de saúde, o Pronto Socorro Municipal, as creches falidas, enganando os professores e os concursados, retiram valores dos vencimentos dos servidores, prometendo repor e não repõem, entra ano e sai ano. Não pagam as férias dos funcionários, alugam centenas de carros de uma só locadora, não estão nem aí para o sistema viário, urbano e rural.

A permanecer, assim, é melhor continuar como está, pois pior não fica, já dizia o deputado federal “Tiririca”.

Por motivo de saúde não estarei lá. Mas não percam nesta sexta-feira, no FLUMINENSE, o baile de saudade com a “Banda Conexão” e apresentação especial de CLEIDE MORAES, a rainha do Bolero de Belém do Pará.

Por: Eduardo Fonseca

Um comentário em “QUEM TEM MEDO DO ESTADO DO TAPAJÓS

  • 26 de maio de 2011 em 13:32
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    Amigos eu sou de Alenquer e sou afavor da criação do estado do Oeste “Tápajós” gostaria de saber se é só Santarem que tem gente possa representar a comissão, porque não vejo falar que tem membros da coordenação e divulgação da criação do estado do tapajós que seja de outras cidades aqui da região. porque?

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  • 21 de maio de 2011 em 02:44
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    Sou santareno, e já há uma década estou moraando fora. Desde criança, quando ainda residia em minha querida cidade ouvia falar sobre este novo estado.Cresci, me formei e nunca vi nada de concreto acontecer. Fiquei muito feliz ao saber da aprovação do plebiscito para a criação dos dois novos estados, principalmente do nosso querido Tapajós. Passada a empolgação, é necessário que a sociedade organize-se, para que esta oportunidade que pode ser única na história de nosso amado oeste paraense, não seja jogada fora. Belém como todos sabemos, sempre foi e será contrária ao desmembramento do estado, e não é de hoje que todos eles fazem campanha contrária a criação dos novos estados. Há muito eu vejo na internet, campanhas contrárias, muitas vezes até apelativas para o lado emocional, promovendo uma verdadeira lavagem cerebral,principalmente nos habitantes da região metropolitana de Belém, que como todos sabemos, são os que recebem maiores recursos dos governantes paraense. A sociedade do oeste paraense também deve organizar-se, promover debates, esclarecimentos a população, conscientizar os menos esclarecidos. Os estudantes, principalmente os universitários devem ser disseminadores do conhecimento, e levar a clareza dos fatos a toda população, pois sabemos da força que a classe estudantil possui quando se quer ser mostrada. Campanhas publicitárias na mídia, principalmente televisionada, devem ser feitas urgentementes. Utilizar a internet é imprescindível, redes sociais, todas as formas de publidade devem ser utilizadas, porém tudo de forma organizadae séria. Espero que tal chance não seja desperdiçada,e que os políticos que hoje estão no poder, parem de querer tomar pra si essa vitória que é do povo tapajoara. Sociedade!!! Vamos nos organizar, e fazer com que nossa região, e Santarém trilhem o rumo da prosperidade, e acabe com a situação de abandono que principalmente minha querida pérola, ou melhor, ex-pérola do Tapajós encontra-se. Vou fazer um grande esforço para retornar a Santarém e votar pela criação do Tapajós. Um grande abraço a todos os conterrâneos, e vamos buscar essa vitória que será um divisor de águas na história de nossa região

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  • 20 de maio de 2011 em 23:19
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    Nasci em Santarém, sou favorável pela criação do Estado do Tapajós, já era pra ter ascontecido há muito tempo. O povo dessa região merece um desenvolvimento sócio-econômico. Chega de descaso, discriminação. Veja os escândalos que estão acontecendo, atualmente na assembléia legislativa. Isso é só o que sabemos. Com muito respeito aos políticos sérios. Porém, existe um político articulador contra a criação dos Estados, que foi Presidente da assembléia Legislativa, e que com certeza está envolvido nessa vergonhosa corrupção. Que seja aprovada A cpi. Quero ver a cara dele estampado no Jornal.Vamos em frente Tapajós e Carajás, é hora de voces lutarem para se tornarem independentes. Voces vão brilhar. O Tapajós não tem covardes e sim Vencedores. Não percam essa oportunidade de mudar o rumo dessa região que muito merece.Plebiscito já. Esssa região tem um potencial, que ninguém sabe, mas eu sei que, existe um futuro bem próspero ao povo do Tapajós.

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