PRESOS POR SALVAR VIDAS

Uma história triste vem acontecendo no Rio de Janeiro. Bombeiros foram presos por reivindicarem melhoria salarial. Foram chamados de bandidos pelo governador carioca que era considerado um bom governante. Mudou a atitude contra aqueles que vivem para salvar vidas. O corpo de Bombeiros se faz sempre presente quando há perigos provocados pela natureza ou por acidentes que ocorrem diariamente entre a população.

A corporação, com os salários defasados, como acontece por todo o Brasil, decidiu reivindicar pacificamente um reajuste ao governo. Inesperadamente surgiu uma reação negativa, começando por não conceder o reajuste desejado. O valor esperado visava alcançar pelo menos R$ 2.000,00. A resposta negativa do governo levou a corporação a fazer uma greve por tempo indeterminado a fim de que houvesse uma negociação favorável á classe e voltasse á normalidade.

A resposta foi a repressão, em vez de negociar sem violência, atendendo as reivindicações. Heróis passaram a ser tratados como bandidos. A Polícia Militar foi colocada em confronto com os bombeiros para reprimi-los. Chocou os brasileiros a maneira como foi conduzida a situação daqueles que lutam para salvar vidas no dia-a-dia. Antes de qualquer acordo, foram entrincheirados e presos. Esta ação repercutiu de forma negativa no seio da população. Deu tudo ao contrário daquilo que o governador Sérgio Cabral queria que acontecesse. Com relação ao aumento salarial, ele continuou embromando.

As manifestações se intensificaram. As prisões teve efeito chocante. O povo demonstrou de que lado estava, considerando uma injustiça sem limites a posição de poder público. Não custava negociar de forma pacífica. O salário que os Bombeiros recebem é insuficiente para custear as necessidades econômicas. São legítimas as reivindicações, não só para o reajuste de salários mas também para melhoria da condição de trabalho. As lideranças do movimento mobilizaram seis mil Bombeiros e seus parentes. Vistos pela população como heróis para salvar vidas. O governador Sérgio Cabral subestimou o poder de mobilização da categoria e se deu mal.

Na mesa de negociação foram colocadas as propostas de lado e de outro. Os bombeiros solicitaram anistia geral e irrestrita aos manifestantes que foram presos. Suspensão dos inquéritos policiais, piso salarial de R$ 2.100,00 líquidos, auxílio-transporte, melhores condições de trabalho, permissão para se manifestar. O governador ofereceu reajuste de 5,58% e que chegou a R$ 1.155,00 apenas. Antecipou de dezembro para julho a fatia concedida. Criou a Secretaria de Estado de Defesa Civil. Propôs que as negociações sejam feitas pelas associações da classe dos Bombeiros.

O que ocorre lá no Rio de Janeiro é o mesmo que acontece nos Estados brasileiros. A situação salarial que envolve a segurança, saúde e educação tem sido uma amargura sem limite para quem atua como servidor público. Não é por falta de recursos na mão dos governantes. É pela tradição de não valorizar aqueles que carregam nas costas a responsabilidade do dia-a-dia. As mudanças até agora andam a passos de tartaruga.

Por: José Alves

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