MILTON CORRÊA
Futebol santareno: Falta brilho
E interessante observar que, quando não tínhamos o Estádio que temos hoje, com toda a estrutura necessária para abrigar os jogos de futebol local, estadual e nacionais, o futebol santareno parecia ter mais brilho. O clássico santareno São Raimundo e São Francisco, no antigo estádio Elinaldo Barbosa, era emocionante, apaixonante, as duas torcidas vibravam de verdade com vigor e vontade de ver o seu time ganhar. Nada era como agora, os jogadores não tinham salários, os clubes sobreviviam pelo esforço de abnegados desportistas, que metiam a mão no próprio bolso para fazer acontecer o futebol show, o futebol arte. Jogadores tinham amor à camisa e a torcida prestigiava maciçamente. Atualmente temos um estádio com capacidade para milhares de pessoas, São Francisco e São Raimundo recebem apoio financeiro de patrocinadores, jogadores recebem salários e o futebol local parece ter perdido o seu brilho. Alguns de nossos ouvintes que participaram do Rádio Interativo de hoje disseram que, o que está faltando nos clubes de futebol em Santarém é gestão. O clube de futebol tem que ser entendido como uma empresa, que além de ter uma direção, tem que ter todo um aparato de profissionais técnicos nas diversas áreas do conhecimento, como é o caso do contador, do advogado, o psicólogo, médico, o diretor de patrimônio. Enquanto os diretores dos clubes de futebol em Santarém tiverem uma visão focada apenas para dentro dos clubes, sem olhar o todo, sem ver que é preciso entender de forma empresarial, vamos continuar tendo problemas que vão ser refletidos sempre nas disputas dos jogos, contabilizando derrotas e mais derrotas. É hora de resgatar o tempo perdido e se investir no futebol santareno, com um olhar futurista, afinal caminhamos para sermos o futuro Estado do Tapajós e isso também requer um futebol com qualidade, como era antigamente.
Assaltos: A que atribuir
As manchetes de assaltos estão em todos os meios de comunicação do País. Em Santarém não é diferente. Num único final de semana foram registrados 12 assaltos e recentemente mais dois. Número considerado elevadíssimo, se observarmos o pouco espaço de tempo em que eles ocorreram. E a que atribuir essa onda de assalto na cidade? São muitos os fatores a serem considerados: A estrutura do aparelho policial preventivo e punitivo pode estar faltando ser ajustada ao ponto de não permitir o avanço da criminalidade. É muito provável que faltem mais carros para a polícia, armas, munições e principalmente mais policiais. Se em tudo isso não houver acréscimo, a instituição Policia corre o risco de ficar a mercê do bandido, quando a lógica nos diz que deve ser ao contrário. Mas não é somente a falta do aparato policial culpado pelo crescimento dos assaltos. Outra instituição que parece estar em decadência, deve ser responsabilizada por isso. A família! É na família que tudo começa e deveria começar bem, com aplicação aos filhos dos princípios éticos, morais e religiosos, onde se contextualiza o respeito mútuo. Isso tudo nos dias de hoje está sendo jogado fora, como se esses valores deixassem ser o norte para a formação do ser humano. Com a estrutura familiar em decadência vêm os dissabores, as controvérsias de tudo o que é bom, que edifica e constrói. Os filhos não respeitando os pais, e estes perdem sua autoridade, a família se decompõe. Filhos desgovernados ganham as ruas e lá na rua, passam a ser “ensinados”, por seres menos indicados. São levados aos caminhos das drogas, da prostituição, do crime. Matam, roubam, assaltam, passam a ser objeto de investigação policial, isso, quando presos. Assim como falta estrutura a Policia, falta à família a estrutura de antes que cultivava nos filhos valores humanos, sentimentos profundos de respeito por seu semelhante e com isso formava-se cidadãos de bem. O indivíduo de boa formação permite que a sociedade tenha uma polícia mais preocupada com a prevenção e menos com a punição.
Centro de Convenções: Será?
Consta na agenda mínima do governo do Estado a construção em Santarém de um Centro de Convenções, o que segundo o documento, deverá ser construído durante os quatro anos do atual governo. O secretário de obras do estado Joaquim Passarinho, quando de sua passagem por Santarém, integrando a comitiva do Governador, em junho passado, por ocasião dos 350 anos de Santarém, em contato com a reportagem da Rádio Guarany, dizia que a pretensão do governo é de construir o Centro de Convenções de frente para o Rio Tapajós e chegou a ventilar espaços como a área da Assibama, onde se acumula grande quantidade de madeira apreendida pelo IBAMA. Nossa reportagem sugeriu ao secretário Passarinho, o local onde hoje estão vestígios da antiga Tecejuta, ambos locais de frente para o rio Tapajós. Nossos ouvintes indicam outros locais onde o Centro de Convenções pode vir a ser construído, como as áreas invadidas e desmatadas na Rodovia Fernando Guilhon, na estrada de acesso ao Aeroporto; há sugestões também para a rua Anísio Chaves, pista do antigo aeroporto de Santarém, que passa em frente a Prefeitura; outros sugerem áreas na Rodovia Everaldo Martins, que dá acesso a Alter do Chão e ainda outros apontam espaços como os da Avenida Moaçara no bairro da Floresta e na Travessa Turiano Meira, onde o governo passado anunciava construção do tal Centro de Convenções, o que não ocorreu. O que a população santarena quer, é que a promessa da construção do centro de convenções, não fique apenas na agenda mínima do governo. Mas saia do papel e seja de fato executado, o local pode ser de frente para o rio ou não. O que não pode é ser construído em um local pequeno, pois um centro de convenções requer grandes espaços para a realização de grandes eventos, que pode ser regionais, nacionais e até internacionais.
Por: Milton Corrêa