Comunitário diz que Secretário mentiu ao Ministério Público

“Já que a Câmara nada faz, o povo tem que fazer”, assim se expressou o líder comunitário Francisco Barbosa, “Chiquinho”, do bairro do Aeroporto Velho, em declaração na redação do jornal O Impacto. Segundo Francisco Barbosa, tudo começou através do movimento que foi feito pelos comunitários contra a Prefeitura e seus secretários, o que causou certo desconforto entre as partes, no ano passado.

Esta movimentação entre o presidente do Centro Comunitário, Francisco Barbosa, surgiu com objetivo de fiscalizar as obras municipais em Santarém. Obras do PAC que foram feitas nos bairros de Uruará, Aeroporto Velho e Mapiri. “Mas sempre a gente encontrava portas fechadas para fiscalizar”, disse Chiquinho. Sem outra alternativa, Chiquinho e os comunitários resolveram entrar com ação no Ministério Público Federal. “Nossa denúncia foi feita ano passado, com fundamentos legais, incluindo fotos, documentos, etc”, citou Chiquinho. Apesar das denúncias o Ministério Público Federal não havia se manifestado. Foi, então, que os comunitários resolveram entrar com ação no Tribunal de Contas da União, em Brasília, “solicitando que fossem apuradas denúncias sobre desvio de dinheiro em Santarém”, esclareceu Chiquinho.

A documentação, com detalhes sobre as obras que deveriam ser executadas pela Prefeitura, foi protocolada  no dia 7 de julho do ano passado no TCU. “O Tribunal de Contas nos enviou um documento observando que as provas que mandamos foram muito bem detalhadas, o que resultou em uma investigação”, disse Chiquinho, dizendo que o TCU informou que foi aberto um processo; a documentação foi levada para Belém, onde foi aberto mais um processo, pedindo maiores esclarecimentos sobre a denúncia de desvio de verbas. “Para nossa surpresa, o Ministério Público Federal, em Santarém, abre inquérito civil público para investigar as denúncias feitas. O que nos deixou mais surpreso foi a resposta do secretário de Infra-estrutura Inácio Corrêa, afirmando que as obras estavam todas concluídas, com as contas aprovadas”, falou o líder comunitário. “Pelo amor de Deus, o secretário Inácio Corrêa não deve estar se referindo as obras que foram denunciadas”, disse Francisco Barbosa.

Conclusão, o MP Federal está solicitando mais documentos dos comunitários sobre as denúncias. “E é isso que nós vamos fazer”, disse Chiquinho.

Outra bronca – Na época, um projeto no valor de 4 milhões e 732 mil reais, foi feito pelo então prefeito José Maria Tapajós, em momento de calamidade pública, devido ao período de fortes chuvas que castigavam a cidade. Este dinheiro seria usado na pavimentação das ruas Magnólia, no bairro do Aeroporto Velho, Frei Bonifácio, no bairro da Interventoria, Rua das Margaridas, no Santarenzinho e parte da Avenida Curuá-Una e Tancredo Neves, na Nova República.

Ocorre que o projeto que incluía drenagem, terraplenagem e pavimentação asfáltica ficou pela metade; somente a Tancredo Neves recebeu em torno de um quilômetro e meio do benefício para melhoria de sua infra-estrutura viária. Incrível que o primeiro saque foi feito na agência do Banco do Brasil, na volta da prefeita Maria do Carmo, depois de muita polêmica com a Justiça Eleitoral que a afastou do cargo.

“Não vamos deixar de graça. Já que ninguém fiscaliza as obras, as comunidades têm o direito de fazer isso”, ressaltou Chiquinho do Aeroporto Velho, como é mais conhecido entre os comunitários.

Por: Carlos Cruz