Guia de carreiras: saiba mais sobre engenharia florestal

Na onda da consciência ecológica e da revisão do Código Florestal, o engenheiro florestal promete ser um dos profissionais mais requisitados nos próximos anos. Para seguir carreira, não dá para fugir da boa e velha matemática – disciplina clássica dos cursos de engenharia – e da experiência prática junto às florestas.

Pé na lama, contato direto com as comunidades que vivem nas florestas, eventuais banhos nos rios e sonecas nas redes, ao invés de quartos confortáveis, são experiências imprescindíveis para os engenheiros florestais seja qual for seu ramo de atuação. A dica é das engenheiras florestais Patrícia Cota Gomes e Luciana Maria Papp que atuam na Imaflora, uma ONG com sede em Piracicaba, no interior de São Paulo.

“Não tem como ser engenheiro florestal sem o por o pé na lama e também não dá para ter medo de bicho. Já encontrei onça no mato, uma preguiça caiu em cima de mim no meio do mato. Independente da atuação, a floresta vai estar no início ou no final do processo. Tem de saber como ela funciona”, diz Luciana, que trabalha com a certificação FSC que reconhece as indústrias e produtores com práticas que respeitam os critérios socioambientais.

Um engenheiro florestal tem um mercado de trabalho amplo. Pode trabalhar em indústrias ligadas a produtos de madeira, empresas do setor de celulose, ligadas ao mercado de carbono, entre outras, além de atuar em órgãos governamentais e como consultor.

Luciana lembra que hoje existem seis milhões de hectares de florestas plantadas (não nativas) no Brasil e previsão é de dobrar esta marca até 2015. “O que consequentemente vai exigir mais profissionais, além disso o governo trabalha a concessão de florestas públicas para a produção de madeira. O mercado está super aquecido e sente falta de profissionais com formação”, afirma.

Amazônia
Um dos nichos de mercado para o engenheiro florestal está na Amazônia, segundo a engenheira Patrícia Cota Gomes que desenvolve um trabalho junto às comunidades locais há dez anos. Entre outras funções, Patrícia tem a missão de avaliar comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas da Amazônia que queiram certificar o produto da floresta para garantir a quem está comprando que a produção respeitou os critérios socioambientais.

“Nesses anos todos trabalhando na Amazônia vejo que há um potencial enorme para os engenheiros florestais. Tem carência de profissionais qualificados que queiram participar do desafio de desenhar projetos sustentáveis”, afirma Patrícia.

Diferentes ramos de atuação
O engenheiro florestal tem atuação confundida com a do engenheiro ambiental, já que muitas vezes suas funções estão ligadas à natureza. Enquanto o primeiro é incumbido de conservar e recuperar florestas, o engenheiro ambiental atua na área de saneamento que envolve questões relacionadas à água e esgoto.

Para trabalhar, o engenheiro florestal precisa estar registrado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). Segundo o conselho, os salários variam entre seis a oito e meio salários mínimos, de acordo com a carga horária.

Do G1

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