Ivan Leão: “Invasão tem apoio de políticos”

Ivan Leão denuncia indústria da invasão com apoio de políticos

O Impacto teve acesso a uma fonte que revelou, que a Polícia Militar iria entrar por toda esta semana, para desocupar a área da Fernando Guilhon que foi ocupada há 3 meses, onde deverá ser implantado o Conjunto Salvação, dentro do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. O assunto tomou proporções constitucionais, depois que a prefeita Maria do Carmo sugeriu a prisão dos responsáveis pelo cumprimento da desocupação. A Polícia Militar agiu rápido e na quarta-feira, dia 28, a desocupação da área foi feita pacificamente.

A reportagem do RG15/OIMPACTO alcançou o líder do movimento ligado à Associação Comunitária Império do Tapajós, Ivan Leão. Em entrevista exclusiva, ele garantiu que a desocupação seria pacífica, e que somente uma minoria que estava resistindo, tem apoio de grupo político, que queria  tumultuar a desocupação. Ivan confirma que tem apoio de Zenaldo Coutinho, inimigo número um do Estado do Tapajós, não tem compromisso com o movimento do não. Leão tomou pra si o mérito do acordo de cooperação assinado entre o movimento, o governo municipal e não poupa críticas aos segmentos políticos que estão infiltrados no processo de invasão. Denunciou, também, a indústria da invasão onde pessoas que “já têm história da especulação e invasão de terras em Santarém”. Confira a entrevista:

JORNAL O IMPACTO: Você confirma que há dois grupos de lideranças dentro da ocupação da Rodovia Fernando Guilhon?

Ivan Leão: Na verdade, tem dois grupos, mas o grupo minoritário que não representa nem 3%, não queria sair da área, e preferia permanecer no local, porque eles querem ficar na sacanagem, vendendo os terrenos e tentando inviabilizar a execução do Programa “Minha Casa, Minha vida”. Você pode observar que logo na entrada têm poucas pessoas, que estão só vigiando, porque eles já venderam a área pra pessoas que têm condições, e nós sempre pregamos que a nossa luta é por habitação. Não se pode criar ali uma favela, sem estrutura, sem nada.

JORNAL O IMPACTO: Como você avalia o acordo de cooperação firmado entre os governos municipal e estadual, para encontrar uma saída para o imbróglio?

Ivan Leão: Foi muito importante esse avanço, até porque o governo municipal e o governo estadual representam bandeiras políticas divergentes, mas destaco também, a participação do Zenaldo Coutinho, representando o Ministério das Cidades. Um projeto desses está previsto para ser concluído em 12 meses, mas pela própria estrutura, a gente sabe que vai demorar uns 18 meses. O que importa é que nós do movimento conseguimos fazer sentar na mesma mesa todas as partes envolvidas. O governo do Município queria fazer da forma dele, mas a banda não toca assim. O programa “Minha Casa, Minha Vida” estava perdido e nós não podemos permitir que um pequeno grupo venha estragar o sonho de pessoas que realmente precisam de moradia.

JORNAL O IMPACTO: Como a Associação Comunitária Império do Tapajós encarou a Polícia, durante a desocupação?

Ivan Leão: No meio dos ocupantes, eu tenho conhecimento de que teriam pessoas preparadas pra resistir. Desse montinho, tem pelo menos 40% das pessoas que já nos procuraram e pediram até desculpas pela posição deles em não sair da área, e já garantiram que iriam sair pacificamente, e com isso, afogaram a minoria que não queriam sair. Existe legislação que não pode ser mudada e estabelece um limite máximo de 20% das unidades a serem destinadas para o movimento. Os 30 % da Cohab, por uma questão de conquista, a companhia vai  levar em conta o nosso cadastro, essa é uma conquista minha. Com o nosso acompanhamento, vai ser mais fácil fazer a filtragem, pra não ser injusto na distribuição  das unidades. Eles sabem que nós procuramos trabalhar com transparência. É por isso que as coisas estão correndo pro lado positivo.

JORNAL O IMPACTO: Como o movimento identifica as pessoas que realmente precisam de habitação?

Ivan Leão: Nós do movimento já começamos a fazer esse levantamento, inclusive junto à Caixa Econômica, através do CAD. Nós estamos montando no centro da cidade um escritório, pra poder acompanhar melhor. Agora, no meio deles pode haver gente que apenas quer se aproveitar. Aí, o cruzamento de informações vai detectar. Eu não posso me responsabilizar por mais de 3 mil pessoas assim. Esses charlatões que estão querendo se aproveitar e eu posso até citar alguns: Roberval, Heloína, Pedro Paulo e Evaldo. Essa Heloína já tem histórico de invasão. Agora, diferente deles, a minha vida é transparente e o meu trabalho é sério. Esse grupinho reuniu semana passada no escritório de um político. É bom lembrar que nós conseguimos fazer sentar grupos políticos juntos, pra dar uma solução pacífica e agora vem esse político, pra incentivar esses vândalos, a ficarem e resistirem. A gente vem sendo importunado por esse pessoal aí, tem mais de 2 anos. Eles querem a coisa do jeito deles. Se você for lá, vai ver que eles têm em média 15 lotes, cada um. É lamentável constatar que eles estão querendo estragar um sonho conquistado que vai ser bom pra Santarém, que vai atingir 3.081 famílias, que realmente precisam.

JORNAL O IMPACTO: Como você está fazendo para que as pessoas não confundam a sua atuação como manobra política, uma vez que a sua relação maior é com o governo do Estado e com Zenaldo Coutinho, que é contra a criação do Estado do Tapajós?

Ivan Leão: Eu já falei pro Zenaldo que o Movimento tem se posicionado até hoje como apartidário. A nossa relação com o governo do Estado começou quando ele veio pro aniversário de Santarém. Naquela ocasião, houve uma reunião para resolver a situação da Fernando Guilhon. Eu tenho um documento assinado pelo Governador, se comprometendo em dar a solução, e isso está acontecendo. Eu não vou fazer campanha para o “Não”, porque eu moro em Santarém, e o que for melhor pro Oeste do Pará eu vou estar sempre junto. A Polícia iria agir e nós estávamos preparados pra sair pacificamente. Agora, tem um grupo do lado direito da Fernando Guilhon, que estão chamando de MACHU PICHU, liderados pela Margareth e pelo Marido, do PSOL, que pode criar problemas, e nós não temos nada a ver com isso. Eles se juntam às questões políticas para se beneficiarem das invasões, mas nunca me ajudaram a lutar para dar solução. Foi sempre assim, eu na frente e as pessoas de bem que me acompanham.

JORNAL O IMPACTO: Se você diz que as pessoas não iriam reagir à desocupação, por que você não usou da sua liderança para convencer as pessoas a saírem da área, sem a intervenção da Polícia?

Ivan Leão: Você não sabe, mas já tinham pelo menos 300 famílias que já haviam se retirado, antes mesmo da desocupação. São até agora 3 mil famílias cadastradas pelo movimento. Isso representa um número significativo da nossa base.

JORNAL O IMPACTO: Se tem 3.000 famílias cadastradas no movimento, e mesmo com o apoio da COHAB, pode chegar a 1.500. Como o movimento vai fazer pra contemplar as outras 1.500 que vão estar de fora e sob a responsabilidade da Prefeitura?

Ivan Leão: A Prefeita já sinalizou para isso, e ela sabe que a gente está querendo a coisa certa. Era preciso que ela fosse muito ruim, pra se posicionar contra um movimento que só quer o bem de todo mundo. Agora, existem outros programas que abrangem pessoas que ganham de 5 a 10 salários mínimos, e nós vamos continuar lutando para concretização deste projeto, porque a Associação Comunitária Império do Tapajós é uma entidade sem limites e sem fronteiras.

JORNAL O IMPACTO: Você já foi assediado pra se filiar a algum partido?

Ivan Leão: O próprio  Zenaldo Coutinho já me convidou pra trabalhar com ele. Já pensou se eu aceito e depois ele me pede pra ser contra o estado do Tapajós? O deputado Cláudio Puty esteve na minha casa e eu perguntei para ele: “Puty, tu queres que eu vote pra ti ou trabalhe pra ti?”. Ele me respondeu: “Eu quero os dois”. Eu pedi a ele que pedisse à então Governadora que desapropriasse a área, mas ele não fez nada. O Jordy foi outro que me convidou e eu não aceitei. O vice-governador Helenilson me disse: “No segundo semestre liga pro Denílson, que nós vamos conseguir uma colocação para você”. Eu não quero. Eu quero que eles resolvam o problema. Eu não quero ser escada para ninguém, eu quero resolver o problema social das pessoas. Se eu tiver que entrar em um partido eu vou escolher um partido pequeno, onde eu possa levar o movimento, não para barganhar, mas para defender os interesses do movimento.

Da Redação

4 comentários em “Ivan Leão: “Invasão tem apoio de políticos”

  • 13 de março de 2012 em 21:23
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    Idiota, vc acha que ele e burro? os inteligentes sabem que se vão falar de alguem n mencione nomes, joca a bosta no ventilador o resto é por conta propria.

    Adorei a reportagem, agora virei fa de carteirinha do Ivan.

    estive na reunião do mue bairro, e ainda… se eu quisesse teria que me associar primeiro la para depois participar do cadastro por la, pode isso? vegonha, sabia que tinah alguma coisa errada ai.

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  • 1 de outubro de 2011 em 08:52
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    Esse Ivan Leão é da mesma escola do Zenaldo e sua corja. Ao Ministério Público, todo cuidado com o Ivan. Aprendeu com o Helenilson a ficar emcima do muro. Ora, se ele tinha todas essas informações, porque não denunciou ?.É mais um a querer engrossar as fileiras do Câncer maligno ( Política ), para lubridiar os incautos com suas mentiras e promessas impossíveis de cumprir. Procura um trabalho digno, se tens dignidade, rapaz. Já estamos muito mal acompanhados por patifes travestidos de Políticos.

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  • 30 de setembro de 2011 em 14:26
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    Meu caro Bocão, quem não deve não teme! se o Sr. Ivan Leão realmente quer ajudar!? ele deveria falar um, a um, quem são os politicos que estão por traz desta \”SACANAGEM\”como ele fala na esntrevista. Na minha opinião este rapaz é um verdadeiro aproveitador. Bocão gosto muito deste semanário, mais estou preoculpado pos voçês estão dando muita moral para este malandro, isso já aconteceu no passado com o Helenilson. é minha opinião.

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  • 30 de setembro de 2011 em 12:27
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    Esse tal de Ivan Leão, quer enganar quem? vcs acham que se ele tivese recebido essas propostas para trabalha com esses politicos que ele citou ele não teria ido!
    Ele já trabalhou com vereador Rginaldo Campos, não deu certo, queria ser muito esperto.
    Ele está fazendo isso em querer \”ajudar\” mais que se promover de alguma maneira pra ser candidato a vereador. esperem pra vê

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