Polícia prende matador de empresário
A Polícia Civil de Itaituba prendeu na semana passada o elemento Carlos Augusto da Silva, de 62 anos, com o principal suspeito da morte do empresário João Chúpel Primo, de 55 anos. Carlos Augusto (Augustinho, como é conhecido), compareceu à Delegacia de Polícia acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos sobre o crime, ocasião em que recebeu voz de prisão e foi trancafiado atrás das grades.
João Chúpel Primo foi executado com um tiro na cabeça no dia 22 de outubro desse ano, no distrito de Miritituba.
Informações do jornalista Diego Mota são de que uma testemunha que estava na cena do crime pode ter dado detalhes que contribuíram para as investigações da Policia. Segundo a testemunha, a ação do assassino foi rápida e inesperada. O Delegado disse que “Augustinho”é temido na região da comunidade do Areia e teria tido desavenças com a vítima dias antes do crime, o que o colocou na posição de principal suspeito.
O empresário João Chúpel Primo, conhecido por “João da Gaita”, foi executado com um tiro na cabeça, por volta das 13h do dia 22. A Polícia suspeita de crime por encomenda. João Primo era torneiro mecânico, mas também tinha negócios nas cidades de Rurópolis e Trairão. A morte ocorreu horas depois de ele denunciar exploração madeireira ilegal na Resex Riozinho do Anfrísio e na Floresta Nacional do Trairão.
O Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal que garantisse proteção para testemunhas que denunciaram, uma semana antes do crime, uma rota de retirada ilegal de madeira da reserva. Mais duas pessoas acompanharam João na hora da denúncia.
Antes de ser assassinado, João teria registrado na Delegacia de Polícia de Itaituba um BO em que denunciava estar sofrendo ameaças de morte. Segundo o delegado José Dias Bezerra, as circunstâncias do assassinato apresentaram características de execução.
O CRIME – João Schupert estava em frente à Tornearia Dois Irmãos, de sua propriedade, quando chegaram dois homens perguntando se ele teria uma peça de caminhão. A vítima entrou no depósito de peças e foi seguido pelo assassino, que efetuou um tiro na cabeça de João. “Existem indícios de execução e a principal suspeita é a de crime por encomenda”, disse o delegado José Dias.
Para o MPF, o crime tem relação direta com as denúncias que Chupel fez em Altamira. Ele já havia registrado boletins de ocorrência na Polícia Civil de Itaituba e passado detalhes sobre os madeireiros que agem na região para a Polícia Federal em Santarém e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração das Unidades de Conservação que estão sendo invadidas por madeireiros.
A vítima era uma liderança do Projeto de Assentamento Areia e, de acordo com ele, os madeireiros vinham usando o assentamento como porta de entrada para as matas ainda relativamente preservadas que fazem parte do Mosaico de Conservação da Terra do Meio.
RETRATO FALADO – A Polícia Civil de Itaituba contou com um importante instrumento para colocar criminosos na cadeia. O uso de retrato falado, antes restrito apenas a capital do Estado. Com essa nova modalidade, dois retratos falados já foram distribuídos à imprensa: um de um suspeito de ter assaltado a residência do prefeito Valmir Clímaco e outro do pistoleiro que assassinou o empresário João Chúpel.
O retrato falado feito pela Polícia Civil foi desenhado graças a uma testemunha chave que no dia do assassinato conseguiu visualizar o rosto do pistoleiro e repassou à Polícia todas as características do mesmo que virou um retrato falado, reforçado por programa de computador que deu. Para o superintendente Edinaldo Souza, com essa nova técnica de reforço ao trabalho da Polícia Civil em Itaituba, era apenas uma questão de tempo para que o(s) criminoso(s) fosse(m) preso(s).
Carlos Augusto da Silva teve o mandado de prisão temporária expedido pelo juiz Gleucival Estevão, mas negou qualquer envolvimento na morte de João Chúpel.
Por: Nazareno Santos