Alberto Oliveira: “Santarém será a capital intelectual do Tapajós”
Seguindo a proposta do SIM, a divisão do estado do Pará. A reportagem do O Impacto entrevistou também o empresário e presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), Alberto Batista de Oliveira.
Sem dúvida alguma, uma das características do município de Santarém (PA), que ganha cada vez mais destaque, está na concentração de instituições de nível superior. A cada ano, saí centenas de formados. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém-ACES, Alberto Batista de Oliveira, confirma o grande pólo universitário e destaca que nos últimos anos, a cidade exportou muito capital intelectual. “Santarém e todo o Oeste pararense ficam vulneráveis com a saída de tantos profissionais especializados. A realidade poderia ser diferente com a criação do Estado do Tapajós. Após formado, se o profissional quiser ter um salário compatível com a graduação, vai ter que buscar isso nos grandes centros. Muitos vão em busca em Manaus, Belém e outras cidades. Nós precisamos mudar o rumo dessa história, isso vai acontecer juntamente com o estado do Tapajós, na geração de empregos e no fortalecimento da economia. E todos os graduados vão conseguir emprego digno em Santarém, e na região Oeste do Pará”, informou Alberto de Oliveira.
A formação da nova Federação que vai compor os 27 municípios deve abrir novas conquistas para o graduado. Eles vão necessitar de mais especializações, como mestrado e doutorado. E essas oportunidades já começam a surgir em Santarém, na Universidade Federal Oeste do Pará e em outras universidades privadas. Profissionais mais capacitados melhoram a produção, exemplifica o presidente da ACES. “Quando deixamos de exportar madeira cortada para produzir o produto acabado e passamos a exportar portas, janelas e acessórios, isso agrega valores. É importante, porque você consegue abrir mais recursos, melhora a renda e a qualificação da mão de obra que ainda é baixa. Mas, certamente irá mudar a partir de novas oportunidades com Estado do Tapajós”, disse Alberto Batista.
Fim da era dos Ciclos – Na linha da mudança, Alberto de Oliveira disse que Santarém e os demais municípios formadores da nova Unidade Federativa nunca possuíram um projeto de desenvolvimento que possa pensar em investimentos em médio e longo prazo. “Toda a região sempre viveu em períodos de ciclos de crescimento. Tivemos os ciclos da borracha, do ouro e da madeira. Sempre que esses ciclos se esgotam, o que fica é um pacífico social muito grande. A entidade empresarial tem em seu estatuto, o artigo em que se coloca diretamente envolvida com Estado do Tapajós. Porque a diretoria acredita que o Estado do Tapajós é sem dúvida nenhuma, o maior projeto de desenvolvimento para região Oeste do Pará, a Amazônia e Brasil”, informou.
O gestor da ACES coloca como exemplo os estados que foram criados, como Tocantins e Mato Grosso do Sul, que em curto período de tempo conseguiram crescer muito. O estado de Tocantins possuía um pouco mais de 200 quilômetros de asfalto, nesses 23 anos de emancipação já possui aproximadamente 7 mil quilômetros de rodovia federal asfaltada. O Pará, quase nos seus 400 anos de existência tem um pouco mais 5 mil e 300 quilômetros de asfalto. “Demonstra que os governos que estiveram à frente do estado do Pará nunca se preocuparam com nossa região. Nós temos um acesso muito difícil, seja para região da Transamazônica, seja para ir à região da Calha Norte, nenhum quilômetro de rodovia asfaltado, com exceção de 70 km que nos ligam a Curuá-Una”, analisa. Ele acredita que a nova Federação vai estreitar com os governantes diálogos nas prioridades, no sentido de projetos de desenvolvimento, na questão de asfaltamento das rodovias. As vias federais devem interligar toda a região, que vai facilitar o escoamento da produção e dar condições para o produtor continuar na zona rural produzindo, e possibilitando a geração de milhares de empregos.
Câmara das Associações Comerciais do Oeste do Pará – Nas cobranças prioritárias das Associações Comerciais do Oeste paraense, há dois anos a entidade vêm fortalecendo a economia através da Câmara das Associações Comerciais do Oeste do Pará, entre os 27 municípios que vão compor o Estado do Tapajós. “Essa nova diretriz de trabalho fez com que tenhamos um entrosamento muito maior com Altamira, Itaituba, Juruti, Óbidos, Oriximiná, enfim, com todos os municípios que têm associações comerciais. Nós discutimos os problemas conjuntamente, o que é melhor para o engrandecimento e fortalecimento da economia de toda a região. Enviamos as solicitações, via documentos, entregues aos governos Municipal, Estadual e Federal. A população aguarda maior geração de empregos. Estamos há muito tempo patinando em uma renda per capita de R$ 454,00, que impossibilita, inclusive, a criação e a instalação de shopping na nossa região”, alerta o empresário.
Essas grandes empresas que querem vir se instalar no segmento de shopping, a primeira coisa a ser avaliada é a renda per capita do Município. Até hoje os números são negativos. “Precisamos mudar esse quadro. E isso se faz com muito trabalho e, com a criação do estado do Tapajós. Só assim vamos gerar emprego e melhorar a renda. A população tendo dinheiro, nós teremos shopping, e mais investimentos, em outras áreas de produção”, concluiu o presidente da Aces.
Por: Alciane Ayres
Tenho ouvido falar do Sr. Alberto. É um grande administrador e merece respeito. Podemos analisa-lo pela materia. Como presidente tem desenvolvido um excelente trabalho.