Orla de Santarém vira palco de manifesto em favor do Estado do Tapajós
Militantes a favor da criação do Estado do Tapajós realizaram na noite de domingo, 27, por ocasião do arraial de Nossa Senhora da Conceição, uma caminhada na orla de Santarém. Portando faixa, cartazes, bandeiras e com auxilio de um carro som, os militantes demonstraram apoio a divisão territorial do Pará.
Participaram da caminhada membros de redes sociais, estudantes do ensino médio e universitários, além de diversas autoridades, entre elas, o vereador Reginaldo Campos e o deputado estadual Júnior Ferrari.
Além da Caminhada em Santarém, membros da Caravana do SIM em Itaituba, visitaram dezenas de comunidades do interior do Município no último domingo, 27. O objetivo da Caravana foi conscientizar a população de comunidades do interior de Itaituba a votar no SIM-77, no dia 11 de dezembro.
Os militantes percorreram comunidades localizadas às margens do rio Tapajós e da estrada Itaituba/ Barreiras.
Em Belterra, também no domingo, 27, aconteceu a carreata do SIM, seguido de um Ato Público de Esclarecimento, na Praça principal da Estrada 01. Dezenas de pessoas participaram do ato público em Belterra, além de representantes de instituições religiosas, membros do Comitê, lideranças comunitárias e políticos da região.
A concentração aconteceu no Coração da Estrada 8, por volta de 15h. Em seguida, a carreata saiu em direção à Praça Brasil, onde o Comitê Pró-Tapajós organizou o Ato Público.
Fonte: RG 15/O Impacto
Esse tipo de manifestação me emociona, nós moradores do Tapajós temos que ser militantes ativos, defensores desta causa tão importante para a nossa história de desenvolvimento.
Somos nós que temos que conseguir cartazes, bandeiras e colocar na frente das nossas casas, caminhar nas ruas mostrando o amor a esse momento.
É chegada a hora de ligar para aquele parente ou amigo da grande Belém e dizer que o conterrânea de Brasil Novo, por exemplo, não um hospital com um centro cirúrgico, ou que algumas comunidades da várzea de Santarém ainda não tem nem energia. É chegado o momento, a reta final de dizer mil vezes SIM, \”Eu vou digitar 77\”.
Nesta quarta-feira outra passeata será realizada de manha em Santarém, desta vez lideranças dos municípios vizinhos estão sendo convidados. Vamos todos vestir a camisa e mostrar nosso apoio.
By Natashia Santana
Carajás e Tapajós:
Dividido em três, o Pará será mais rico e mais cobrado pela população
Artigo: Leonardo Attuch /
Colunista da ISTOÉ
Nas mãos dos eleitores do Pará, no domingo 11, o Brasil tem uma chance histórica para dar dois passos à frente. Cerca de 4,6 milhões de paraenses irão às urnas para votar no plebiscito que pode dividir sua atual área territorial em três, criando dentro dela os Estados de Carajás e Tapajós. À primeira vista, de pronto se enxerga mais políticos (dois governadores, seis senadores, dezenas de deputados federais e estaduais) e novas estruturas de poder (sedes governamentais, assembleias legislativas, etc.). Uma antevisão, infelizmente, forte o suficiente para embotar a razão, mas que precisa ser ultrapassada. Esses dois novos Estados, se aprovados, terão extrema importância para a economia não só do Pará, mas de todo o Brasil.
Tome-se, em benefício da análise, as mais recentes criações de Estados no Brasil. É consensual, hoje, que o corte do antigo Mato Grosso em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, efetuado em 1977, foi um acerto de duração permanente, mesmo tendo ocorrido em plena ditadura militar. A divisão daquela imensa área levou para municípios e populações antes desassistidas novos serviços públicos. Estes, por sua vez, aceleraram o desenvolvimento econômico e social regional, consolidando atualmente Mato Grosso do Sul como um dos maiores produtores de alimentos do País. Não houve, como contrapartida, qualquer esvaziamento da riqueza inerente a Mato Grosso. Mais recentemente, em 1988, nasceu, de um vértice de Goiás, o Estado do Tocantins. Imediatamente após sua criação, a nova capital, Palmas, tornou-se um grande polo de atração de indústrias e serviços.
Onde hoje há apenas o gigantesco Pará, com seu 1,24 milhão de km² (equivalente a quatro Itálias!) de conflitos sociais e péssimos indicadores de desenvolvimento humano, amanhã o quadro tem tudo para ser outro – caso os eleitores locais superem a desinformação inicial e abram passagem para o crescimento. Vítima do desmatamento, por meio do qual o banditismo impera e se produz um noticiário repleto de crimes políticos e chacinas, sabe-se, há muito, que a atual estrutura de governo do Pará é insuficiente para elucidar todas as suas complexas equações. Os fracassos administrativos se acumulam, governo após governo, à esquerda ou à direita. A verdade é que há, naqueles limites, um Estado cujo tamanho equivale ao de vários países europeus, mas apenas um único e singular governo.
Ao mesmo tempo, Carajás e Tapajós nasceriam sobre terras férteis para a agricultura, ricas para a mineração e amplas o suficiente para que nelas conviva o gado. Administrações mais próximas da população local seriam mais cobradas, melhor fiscalizadas e teriam, dessa forma, renovadas condições para preencher o atual vácuo administrativo.
O Brasil, cujo tamanho territorial é comparável ao dos Estados Unidos (8,5 milhões de km² contra 9,6 milhões de km²), chegou a um PIB de US$ 2,19 trilhões em 2010. O irmão do Norte, mesmo combalido, atingiu US$ 14,7 trilhões – mais de seis vezes maior. Aqui, são 27 Estados. Lá, 50. A relação entre produção de riquezas, território e organização administrativa, goste-se ou não, é direta.
EMANCIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Diga SIM ao novo Estado do Tapajós.
Divisão do Pará – A síndrome do cobertor curto.
A razão pela qual as regiões de Tapajós e de Carajás estão abandonadas é a mesma pela qual fica difícil a separação.
Os eleitores do Pará remanescente são o dobro dos eleitores das duas outras regiões, isso explica tudo.
A ironia é que quando o número de eleitores se equiparar, não vai dar mais tempo de reparar o estrago e a divisão será feita.
Por outro lado, como o Pará é o segundo Estado mais pobre da união, se o governo investir mais (do que sobrar após a corrupção ter retirado o seu quinhão), em Tapajós e Carajás, vai perder apoio e votos no Pará remanescente.
É a síndrome do cobertor curto, já que os governos não querem reduzir a corrupção, para cobrir uma parte, tem que descobrir a outra (ou as outras).
SOMENTE A EMANCIPAÇÃO TRARÁ DESENVOLVIMENTO.