Produção de mel em debate

Melipone TS aspecto colméia

Produtores de mel da região Oeste do Pará estarão reunidos no próximo dia 13, em Belterra, para discutir a cadeia produtiva da meliponicultura na região durante o I Encontro de Meliponicultura do Baixo Amazonas. O evento terá a participação de cerca de 100 produtores locais, além de representantes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto Federal da Bahia (IFBA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Mineração Rio do Norte (MRN). A programação será aberta às 8h, na sede do clube União.

O encontro é mais uma iniciativa conjunta do Sebrae em parceria com empresas da região para a ampliação da cadeia de produção do mel no Pará. Esse tipo de cultura vem ganhando força no Baixo Amazonas desde o final de 2010, quando foi instalado o primeiro projeto de produção organizada, no município de Terra Santa, na parceria do Sebrae com a MRN e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município. Outros três pólos foram implantados este ano em Monte Alegre, Santarém e Belterra, resultado da parceria do Sebrae com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.

No município de Terra Santa, até o final do ano passado, os produtores do município trabalhavam de forma individual, com apenas uma espécie de abelha sem ferrão e utilizavam técnicas rudimentares no processo de criação. “As abelhas eram criadas em bambus fixados na beira dos telhados das casas. Havia uma colheita por ano, desperdício de crias, que seriam as futuras abelhas operárias, e não havia processo de separação. Então, o mel vinha sujo”, explica o analista técnico do Sebrae, Sandro Mont Serrat. Hoje, já são cinco espécies de abelhas em produção nas comunidades Redobra, Alema e Casa Grande.

Com a implantação do projeto, os agricultores receberam capacitação técnica e vêm participando de intercâmbios para conhecer a produção de outros estados brasileiros, como o Maranhão, por exemplo, onde a meliponicultura já é uma prática consolidada. São sete municípios e mais de dez mil colméias em produção. “Essa troca mostrou aos produtores do Pará que a meliponicultura é uma prática viável e sustentável. E que é mais produtivo criar em caixas e construir meliponários do que criar em tocos de bambu”, completa Sandro. 

Os produtores de Terra Santa também visitaram o Tocantins, onde conheceram o que há de mais moderno em tecnologia de produção de subprodutos, como o pólen e o geoprópolis.

A proposta do projeto de Meliponicultura de Terra Santa é incrementar a renda mensal dos pequenos agricultores através de uma prática sustentável de produção do mel, que inclui na formação técnica aulas de educação ambiental. “Também temos como objetivo a polinização. Muitas espécies da região que estavam morrendo voltaram a florescer por causa da atividade das abelhas. Trabalhamos com abelhas que polinizam espécies florestais e frutíferas”, comemora Sandro.

Novos negócios – A proposta do Sebrae, agora, é auxiliar os produtores locais dos quatro municípios a alcançar o mercado consumidor. O primeiro desafio, segundo o gerente regional do Sebrae, Geraldo Vasconcelos, é auxiliar os agricultores na formação de grupos para trabalhar de forma coletiva e formar a Central de Negócios para compra e venda de insumos. “Queremos prospectar o mercado e montar um cronograma de acordo com a florada. Temos que ver, ainda, a legislação para a comercialização do produto”, finaliza.

Por: Érica Bernardo/MRN

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