Pará deixa de arrecadar milhões‏

José Otavio Magno Pires, professor no mestrado de Ciências Ambientais da UEPA e da UNAMA, cita entre as principais mazelas de Belém, assim como de todo o Pará, as repercussões negativas da Lei Kandir, que simplesmente “represou o sonho do povo de Belém e do povo do Pará por maior desenvolvimento econômico, com melhor qualidade de vida para todos”.

Apesar de reconhecer que a Lei Kandir não foi feita com o objetivo específico de prejudicar o Pará, mas as contas externas do Brasil como um todo, na hora de decidir quem pagava a conta, a União repassou a conta para os estados, “o que se transformou em um assalto aos cofres destes entes da Federação, situação que precisa ser corrigida imediatamente, dados os desastrosos efeitos que gera para o tesouro dos estados exportadores e de suas populações, como no caso do Estado do Pará.”

Ele lembra que nos últimos quinze anos, o Pará deixou de arrecadar de 10 a 15 bilhões de reais em impostos estaduais. “Desse total, Belém receberia centenas de milhões e esses recursos fizeram e fazem falta para melhorar as áreas nas quais esta cidade precisa mais, como saneamento, educação, saúde e segurança”.

Para ele, o aniversário de Belém deve ser um dia para lembrar que a nossa grande luta não deve ser a separação dos paraenses, nativos e adotados. “A grande luta de Belém e de todos os paraenses é para por um fim nesta sangria provocada por esse modelo equivocado de desenvolvimento que, apesar de aumentar a riqueza em geral, ao mesmo tempo cria a pobreza, a doença e a violência, então é você está certo. Belém não merece isto e o Pará como um todo muito menos.”

BELÉM VAI MAL

Apesar de ser um apaixonado pela cidade, o arquiteto Flávio Nassar acha que Belém vai mal e não vê boas perspectivas para a cidade que daqui a quatro anos se tornará quatrocentona. “Belém vai mal. É uma cidade que não foi pensada do ponto de vista estratégico nas últimas décadas e ficamos sem uma definição do nosso papel no cenário das grandes metrópoles nacionais”.

Nassar diz que a cada ano que passa Belém perde sua identidade por não ter sido planejada nas mais diversas áreas.

Fonte: Diário do Pará