Itaituba é o município mais atingido pela malária

Anopheles albimanus, mosquito transmissor da malária

Mesmo com a redução no número dos casos de malária no Pará que, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), diminuíram 56% em janeiro e fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, as ocorrências ainda são muito frequentes, principalmente no interior do Estado.

Algumas pessoas, principalmente quem mora em lugares de difícil acesso, ainda se dizem confusas sobre as formas de prevenção, sintomas e tratamento. Foi o que aconteceu com o carpinteiro Paulo Silva, que mora próximo ao rio Cururu, que fica no município de Chaves. Ele e a família fazem parte das estatísticas que envolvem pessoas que são infectadas pelo mosquito.

Febre forte e dores no corpo foram os sintomas que dois filhos de Paulo, um de 8 anos e outro de 3 anos, sentiram há 10 dias. Segundo Paulo, assim que as crianças sentiram esses sintomas, elas foram levadas para um posto de saúde da localidade, mas lá só recolheram o sangue das crianças.

“Levei meus filhos para o posto com a expectativa de que pelo menos pudessem medicá-los, mas nem isso. Depois voltamos para casa com a esperança de que eles fossem melhorar”, disse Paulo. No último dia 12, ele alugou um barco e levou os filhos para o município de Anajás, que fica há 12 horas da casa deles. Lá foram feitos os exames onde foi detectada a malária. Na criança de 3 anos, foram atestados dois tipos da doença. A malaria tipo Vivax e a tipo Falciparum. Na manhã seguinte, uma equipe de resgate levou a família para Belém em um helicóptero, mas o filho mais novo de Paulo não resistiu e morreu no caminho.

Segundo a médica Iolanda Costa, que é responsável pelo atendimento do filho mais velho de Paulo, que está internado na Santa Casa, o quadro da criança é estável e provavelmente terá alta ainda esta semana.

Segundo a Sespa, o Pará conseguiu reduzir pela metade os casos de malária registrados este ano. Em janeiro e fevereiro deste ano foram 7.168 ocorrências registradas, contra as 16.203 notificadas no mesmo período do ano passado, uma redução de 56%.

NÚMEROS
Mesmo assim, os números continuam altos. Segundo a coordenadora estadual de Vigilância em Saúde da Sespa, Rosiana Nobre, Itaituba é o município com maior incidência de malária, com 1.293 casos registrados de janeiro a fevereiro deste ano. “Por ser um local de difícil acesso, existe dificuldade de levar estratégias para que a população saiba se prevenir. A problemática da logística é muito grande”.

A coordenadora disse ainda que, a partir de agora, a capacitação de profissionais para o atendimento na casa das famílias que moram no arquipélago do Marajó – região endêmica -, vai ser mais frequente, além de estarem levando até esses municípios os mosquiteiros com inseticidas.

Fonte: Diário do Pará

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