AGORA É CINZAS

Encerrados os foguedos momescos, observa-se que quase ou nada mudou do carnaval anterior, a não ser as justas homenagens dos chamados blocos de enredo e talvez por isso tenha provocado, “mais uma vez”, o descontentamento daqueles que acreditam que só os seus esforços são válidos, e, por isso,  não estejam atentando que os demais blocos também se esforçam, não só para brincar, se divertir na avenida Tapajós, como também se apresentar bonito, para agradar a sensibilidade dos jurados.

Sempre se teve descontentamento no resultado do desfile de carnaval! Só dava Ases do Samba, o pessoal do Chapeuzinho Vermelho, principlamente, seu porta voz o saudoso ISAIAS SETE, esperneava, até que ganhou um título homenageando a “Tia Fuluca”, mas ninguém queria se habilitar a ser escola de samba, só bloco.

Em 1982, o Bloco da Pulga deixou de lado o estilo de empolgação e participou de um concurso, homenageando o IMORTAL BENDELACK, mudou o seu modo de descer na Barão do Rio Branco, ganhou o primeiro lugar, e daí se seguiram, O MUNDO ENCANTADO DO GIRASSOL, homenagem a MONTEIRO LOBATO, com o SÍTIO DO PICA PAU, HOMENAGEM A EVERALDO MARTINS, LEMBRANÇAS DE CRIANÇAS ( lembrando o Castelo, a Vera Paz, Maria José etc…), todos no primeiro lugar e isso fez com que os demais blocos se organizassem, inclusive com o surgimento espetacular do UNIDOS DA SAUDADE, que arrebatou o título da PULGA, pelos idos de 1987 ou 1988 ou1989. Mas teve pouca duração, por causa do “cruzeiro e do cruzado”, o que o levou à lona e os “cabeças”, de lá que, até hoje, gostam do carnaval, mudaram-se para o Bloco do Pulga e a partir daí só deu a PULGA, na avenida.

O que houve, este ano, na Praça da Matriz, no chamado elevado, por debaixo de chuva e nas ruas após a apuração. De novo! A mesma de todos os anos? Não! Não! Isso é injustiça! Essa sequência de vitórias é resultado de um esforço, de trabalho que vai buscar apoio em Belém, Parintins, e até do Rio de Janeiro, pelas amizades que membros da diretoria do bloco tem por lá, portanto, um esforço um pouco maior, do trabalho dos diretores dos outros Blocos que disputam o estilo enredo e também trabalham, intensamente.

Por que tudo isso? Para tentar esclarecer àqueles que ficaram descontentes, o que é normal, em todas as disputas, que sempre tem dois ou três no páreo, assim era no futebol, quando amador, era São Francisco, São Raimundo, Fluminense e Norte. Na Voz de Ouro, Abelardo Moura(in memoria), Demétrio Miranda e Orlando Paiva (In memoria). Do concurso de Banda, no Sete de Setembro (havia concurso antes), Rodrigues dos Santos, Dom amando e Álvaro Adolfo. No torneio esportivo estudantil, no futebol, Seminário e Álvaro Adolfo; no basquete, Dom amando e Álvaro Adolfo; no voley, hegemonia do Batista. No tempo do futebol de salão, era o Bola Branca, Bolinha. No peladão, Barbosão, Municipalista, Decolores e Coroas de Ouro. No recentemente chamado futsal, 3ºBPM, Pulga e outros. No outrora concurso de Rainha de Rainha do Carnaval santareno, deu BASA Clube, seguidas vezes.

Então, sempre ficam dois ou três, é a própia lei da natureza, digamos assim. Não percamos o espírito desportivo, não se entra na disputa só para ganhar. Entra-se pensado nas duas alternativas, ganhar ou perder, porque dificilmente, no carnaval dá empate. E como no futebol, quando o time perde se põe a culpa no árbitro, no carnaval a culpa é dos jurados.

É para que não diga que quem está escrevendo este texto não entende, um pouquinho de Carnaval. Aí vai do meu baú uma foto no ano de 1985, recebendo o troféu da Campeã do Carnaval, ao lado do imortal Manoel Bendelack. E para encerrar, agora é cinza, tudo acabado/ já estamos na quaresma.

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Nesta sexta-feira tem BAILE DE SAUDADE no Fluminense, com a Banda Estação Ponto Com, a partir das 23 horas, Imperdível.

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