Professores paralisam atividades até sexta
De hoje (14) até sexta-feira (16), professores de escolas públicas municipais e estaduais prepararam diversas mobilizações para cobrar o cumprimento do piso nacional do magistério. Criada em 2008, a lei determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais. Para 2012 esse valor foi definido em R$ 1.451,00, mas alguns estados e municípios pagam menos do que determina a regra.
Dados da CNTE informam que 17 estados não pagam o piso anunciado pelo MEC (R$ 1.451,00) e 18 não cumprem a jornada extraclasse definida na Lei 11.738. No Distrito Federal, os professores já estão em greve em função das negociações de reajuste salarial com o governo.
Em Belém, o movimento será marcado por uma “Marcha pela Educação”, que sairá nesta quarta-feira, às 9h, da Praça do Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN). A mobilização é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) e também ocorrerá em outras cidades do Estado, como Marabá e Santarém.
William Silva, coordenador do Sintepp, diz que outras reivindicações serão apresentadas pelos professores durante o movimento. “Queremos o pagamento do piso salarial para o magistério. E o piso mínimo, segundo a CNTE, seria de R$ 1.927,00, como prevê a Lei do piso salarial, e não os R$ 1.451,00, divulgados pelo governo”, garante.
A paralisação nacional também defende o aumento dos investimentos públicos em educação. A Confederação Nacional das Trabalhadores em Educação (CNTE) quer que o Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita na Câmara dos Deputados, inclua em seu texto uma meta de investimento mínimo na área, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a ser atingida em um prazo de dez anos.
A CNTE sugere que durante os três dias as atividades nas escolas sejam suspensas, mas cada sindicato está organizando a mobilização de acordo com a pauta de reivindicação local. Em algumas redes de ensino, a paralisação será parcial. Em outras, os professores promoverão passeatas, assembleias e atos públicos.
NEGOCIAÇÕES LOCAIS
William Silva informou ainda que a categoria e o governo do Pará seguem em negociações. No próximo dia 20 de março, haverá uma nova rodada. A administração estadual informou que, a partir do mês de março, o salário base do professor do Estado estará conforme reajuste nacional estipulado pelo governo federal. Com a nova base, mais as gratificações, o professor em início de carreira começa ganhando o equivalente a R$ 3.555,00 e o salário médio da maioria dos 27 mil educadores paraenses passa a ser de R$ 4.070,00.
Fonte: DOL e Agência Brasil