Degradação e venda de terrenos no Igarapé da Toca da Raposa

Toca da Raposa sendo vendida por invasores

A área urbana de Santarém (PA) possui em média cinco mananciais que vêm sofrendo a ação do homem. A beleza oferecida da vegetação, dos animais silvestres e pela água vêm sendo descaracterizada dia-a-dia. Entidades pressionam as Instituições públicas para agirem rápido. Caso contrário, as imagens ficarão apenas na lembrança. Um desses locais que passa pelo ritmo acelerado de modificação, é o igarapé denominado como Toca da Raposa, na grande área do Santarenzinho.

O presidente do Conselho de Segurança do bairro do Santarenzinho, Odenildo Tapajós, disse que após uma ação de cidadania feita na área do igarapé, no último final de semana foi detectado a ilegalidade ao meio ambiente. As margens do igarapé que poderia ser acessível a todos encontram-se bloqueadas. “O que eu vi é de entristecer qualquer pessoa. O cidadão chegou lá e colocou uma cerca, na margem do igarapé e também fez um muro. Se ele foi autorizado a fazer, eu jamais vou brigar contra quem autorizou, mas eu tenho certeza que a Lei não permite”, disse o comunitário.

Odenildo informou que há pessoas que se sentem donos das áreas nas proximidades do manancial. Sendo que essas áreas pertencem ao Seminário São Pio X.  Ele clama por maiores ações das autoridades sobre o caso. “É um cidadão por nome Julião, que se intitula o dono. Aquilo ali pertence ao Seminário e quando fizemos um trabalho de plantio, andamos tudo aquilo ali para plantar em volta do igarapé por causa do assoreamento da Serra do Índio, quando foi detectado que era do Seminário. E hoje, eu não sei, eu não entendo, até criação de porcos tem na área. Poxa, onde estão nossas autoridades? Eu preciso das nossas autoridades para que elas ajudem a gente. Ajudem a comunidade”, desabafou Odenildo Tapajós.

Imóvel invadido agora está sendo vendido

Uma das áreas muradas estava com a placa de venda. Nossa reportagem ligou para o “suposto” dono, mostrando interesse em comprar a área. No outro lado da linha, estava o proprietário da área, Antônio Julião Sousa, dizendo que o terreno custava R$ 250 mil. A área media 90×90 metros. “Inclui o igarapé, tem três criadouros de peixe aí, tem a casa, só tiro meu pertences lá de dentro”, disse Julião. Quanto ao bloqueio, ele confirma que as margens do Igarapé foram cercadas por ele. Pedido para explicar sobre a documentação, foi claro em afirmar que não tem. “Para ser sincero, nenhuma área dessa tem documento. O que temos de documento é recibo de compra e venda e a benfeitoria. Pode ficar tranqüila, porque não vai ter nenhum problema. Se quiser mexer comigo, vai ter que mexer com todos”, declarou Antônio Julião.

Ao ser questionado como conseguiu o terreno, Julião esclareceu ter conseguido através invasão e reconhece que a área pertence ao Seminário.  Além de assegurar que não haveria problema com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Eu tenho esse terreno há 18 anos. Da trinta um de Maio (Rua) para baixo, até a Avenida Cuiabá pertence ao Seminário, mas nunca eles mexerem com nós. E não vai ter problema com a SEMMA. Não pode, tipo assim, pra mim limpar lá, eu tive que tirar  licenciamento. Não pode querer derrubar as árvores. Mas, cercar pode”, disse Antônio.

Nossa reportagem procurou o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Marcelo Corrêa, para esclarecimento dessas denúncias. Mas, não recebemos resposta até o fechamento desta edição. Também procuramos o coordenador do Seminário São Pio X, padre Alaelson Lima, sobre a invasão na área da Instituição católica. Porém, não foi encontrado.

Fonte: RG 15/O Impacto e Alciane Ayres

4 comentários em “Degradação e venda de terrenos no Igarapé da Toca da Raposa

  • 4 de novembro de 2016 em 13:31
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    Oi pessoal! Eu pasei a minha infância em santarenzinho, lembro que mergulhava nessas águas que eram cristalinas, foi um tempo maravilhoso na minha vida. Me da muita tristeza em ver essa foto. Tudo está tão incerto no nosso mundo …que infelicidade 🙁

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  • 14 de novembro de 2013 em 22:23
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    o povo so se deu conta q existia a toca da raposa depois desta pessoa te emvestido e valorizado para o bem esta da comunidade, sendo q criminalidade diminuil depois que comerço a ter populaçao ao seu redo, E do outro da da margem do igarape e de responsabilidade do 8BEC esta virando lixeira cade q vcs denuciaram

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  • 28 de março de 2012 em 22:31
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    Esse pessoal do Greenpeace, assim como os demais ambientalistas e suas ONGs, deveriam intervir nessa questão, unidos com a Igreja Católica (que possivelmente seja a verdadeira dona a área). Ora, pois quando se trata de uma grande empresa, de preferencia multinacional, que queira se estabelecer para gerar alguma atividade econômica na região e que, por tabela, dê visibilidade à essas organizações com interesses midiático-financeiros, as mesmas, prontamente, aparecem. Seria oportuno, diante dessa questão, desfazer um pouco esse conceito.

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  • 27 de março de 2012 em 18:12
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    Esse povo não respeita a igreja. Toda essa degradação, é óbvio que todos vamos pagar um preço mais caro que esse R$ 250 mil. Eí secretário vai trabalhar.

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