Governo e sociedade discutem os elementos símbolos da identidade cultural de Santarém
A Secretaria Municipal de Turismo promoveu nos dias 3 e 4 de abril no Auditório do IESPES, oficinas de resgate da identidade turística e cultural de Santarém. O ponto marcante foi identificar os elementos que representam a história e a cultura do povo. A busca dos elementos símbolo da identidade cultural, a partir das matérias primas.
O artesanato, a culinária, a música, as ervas e outros produtos foram destacados durante as oficinas.
A finalidade do levantamento foi reunir profissionais de turismo, governo e os representantes da sociedade, na busca do resgate daquilo que pode ser trabalhado como sendo de Santarém. A alusão aos cinco sentidos, não foi por acaso. O apelo é a percepção do olfato, visão, audição paladar e tato. Cada assunto foi discutido, para relacionar os sentidos ao que está relacionado com a identidade cultural de Santarém.
O evento é apenas o primeiro passo para que as escolhas sejam submetidas à avaliação da população, a partir da junção dos elementos com os quais se tem maior afinidade dentro dos aspectos propostos.
Como o cenário de Santarém é muito vasto, algumas sugestões vão subsidiar a avaliação.
Para o Coordenador de Projetos e Pesquisas da SEMTUR, Áureo Roffé, “as influências municipais, estaduais e até de outros povos, tudo faz parte da nossa cultura e da nossa história”. A questão levantada sobre Alter-do-Chão, Sairé e Borarí, teve um capítulo à parte. “É preciso que saibamos o que queremos desses eventos, e como vamos conduzi-lo daqui pra frente, e de que forma nós vamos apresentá-lo. Essa discussão é muito importante, porque nós precisamos tomar posse, levando sempre em conta o processo do desenvolvimento turístico de Santarém”, ponderou Roffé.
As cuias pintadas de Aritapera, conhecidas como cuias de Santarém, é outro exemplo de peculiaridade regional. O produto já é considerado como patrimônio municipal, e como tal pertence a todos.
Os eventos culturais foram discutidos, inclusive como repensar a forma de conduzir essas tradições. O Subsecretário de Turismo de Parintins, Karu Carvalho, foi um dos palestrantes do evento.
O destaque foi para o exemplo de sucesso que se transformou o festival de Parintins. Uma oportunidade de troca de experiências, sem falar nas avaliações onde pode ser trabalhada a forma de avaliar os erros e acertos vivenciados no Sairé.
“Se nós estamos levando esse produto lá pra fora, nós precisamos fazer a divulgação durante todo o ano. Um acontecimento como esse não pode ser considerado um evento programado, e sim um verdadeiro movimento cultural”, lembra Áureo Roffé, que organizou as discussões.
A partir das escolhas, será feita uma ata elencando os produtos escolhidos como sendo elementos que serão trabalhados e escolhidos em outra ocasião, quando a população terá a oportunidade de se identificar com esses elementos, e fazer a sua escolha.
A falta de comprometimento com aquilo que é nosso ficou evidenciada durante as discussões. Destaque para a falta das políticas públicas, não apenas do poder público, mas também pela iniciativa privada, foram levantados pelos palestrantes.
O encontro foi concebido depois da realização da consulta plebiscitária, sobre o que de fato temos como fator preponderante nas questões turísticas e culturais de Santarém. Uma espécie de herança tida como fundamental, e a necessidade de se tomar posse desses elementos.
Fonte: RG 15/O Impacto