Incra afasta superintendente no Distrito Federal
O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Distrito Federal, Marco Aurélio Bezerra da Rocha, foi afastado do cargo, após a Polícia Federal encontrar ligação entre o servidor e o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar a exploração de jogos de azar em Goiás. Rocha é mencionado em relatório da Operação Monte Carlo. A investigação mostrou que Carlinhos Cachoeira teria pago propina a servidores do Instituto para conseguir a liberação do registro de uma fazenda na capital federal.
Segundo portaria publicada nesta segunda-feira no “Diário Oficial da União”, Bezerra da Rocha também foi afastado do cargo efetivo de Agente de Portaria. Na semana passada, o Incra informou que afastaria de seus quadros os servidores que participaram do processo de liberação do registro da fazenda Gama, localizada nos arredores de Brasília, em abril do ano passado. O relatório da PF menciona o envolvimento de Marco Aurélio Bezerra da Rocha, com o grupo de Cachoeira. De acordo com a portaria, o afastamento é cautelar e ocorrerá enquanto a liberação do registro para o imóvel estiver sob investigação. Neste período, ele continuará recebendo salário.
Na semana passada, o Diário Oficial publicou a exoneração do Assistente de Administração Auro de Souza Arrais, de seu cargo em comissão, como Chefe de Divisão. Ele fazia parte do quadro de pessoal da superintendência do Distrito Federal e Entorno, e está envolvido no processo de demarcação da área em que a fazenda está situada. O Incra afirmou, em nota, que o afastamento de servidores de seu quadro seria feito para permitir que “as investigações transcorram de maneira isenta”. Além disso, o órgão informou que abriu processo de sindicância investigativa, e já pediu à PF cópia integral do inquérito.
“Desde setembro de 2011, a direção nacional da autarquia tem conhecimento da existência de processos de certificação de imóveis rurais com suspeitas de irregularidades no âmbito da Superintendência do Incra no Distrito Federal e Entorno”, apontou o Incra, afirmando que está analisando o caso, e que o imóvel citado em gravações da PF não está mais acessível no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), para fins de fiscalização cadastral.
O órgão ainda destacou que os serviços realizados no terreno foram pedido em 24 de fevereiro de 2011 e a emissão dos documentos ocorreu em 19 de abril do mesmo ano, o que estaria dentro do prazo médio de realização desse tipo de serviço naquela superintendência.
Fonte: O Globo