MRN e Estudantes discutem novo Código Florestal
O tema da palestra era conservação da biodiversidade, mas o assunto que arrebatou o auditório formado por 230 estudantes durante o evento promovido pela Mineração Rio do Norte (MRN), com apoio da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi o novo Código Florestal brasileiro.
Pela segunda semana consecutiva, a mineradora, que é parceira de universidades na realização de pesquisas e projetos na área ambiental, promoveu uma rodada de discussões com os jovens estudantes sobre os aspectos da conservação ambiental na Floresta Nacional Sacará-Taquera. O objetivo do evento, realizado na terça-feira (8), no Cine Teatro de Porto Trombetas, é contribuir com a formação de cidadãos e despertá-los sobre a importância dos cuidados com o meio ambiente.
O fio condutor da palestra proferida pelo professor doutor Fabiano Melo, que culminou numa série de perguntas dos alunos sobre o novo Código Florestal, foi o trabalho de monitoramento de fauna feito com primatas nas áreas sujeitas à mineração de bauxita. A iniciativa tem alcançado importantes resultados, além de gerar conhecimento científico sobre a biodiversidade local.
O Brasil apresenta a maior riqueza de primatas em todo o mundo. São 128 espécies catalogadas, das quais 82 são de primatas amazônicos. “Chamei a atenção dos estudantes sobre o fato de o Brasil ser o país mais rico do mundo em biodiversidade e sobre a nossa responsabilidade com isso”, diz o pesquisador.
Fabiano coordena, pela Universidade, o trabalho realizado com as espécies Sauim e o Cuxiú. “Não são espécies ameaçadas de extinção, mas o Sauim é raro e é parente do Saium de duas cores, que existe na região de Manaus, e que está em perigo de extinção. Por isso, é importante tratarmos o assunto, já que a lista de animais ameaçados está em revisão pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros e, portanto, também é tema atual”, completa o pesquisador.
As espécies monitoradas pela MRN e UFG mereceram destaque porque sinalizam o estado de conservação da floresta, uma vez que a Sacará-Taquera é classificada como área de alta importância para a conservação de mamíferos devido à diversidade de primatas, dentre outros fatores.
O monitoramento de macacos na área de atuação da MRN conta com biólogos e veterinários dedicados à primatologia, que coletam e avaliam informações sobre as espécies com o objetivo de compreender como elas reagem às interferências de atividades humanas em seus ambientes.
“Todas essas informações serviram, na verdade, para que os alunos discutissem, as implicações do novo código florestal. Falamos de preservação, mas eles estavam ávidos para entender as principais implicações da lei”, explica Fabiano.
Os principais aspectos negativos das alterações sofridas no código, segundo o pesquisador, são: a diminuição das áreas de preservação permanente (APPs); a redução das áreas de reserva legal (RL), que não são unidades de conservação, mas são áreas que conferem proteção à biodiversidade; a anistia concedida a quem desmatou até 2008; e a recomposição de APPs e RL com plantas exóticas. “Isso provocará a diminuição das áreas de floresta no país e a perda de habitats. Além disso, quem desmatar poderá plantar o que quiser, como, por exemplo, eucalipto e pinho”, finaliza.
As informações fornecidas pelo pesquisador servirão de base para futuros trabalhos feitos na escola, como explica a coordenadora pedagógica da Fundação Vale do Trombetas, Vânia Magalhães. “A informação foi clara e bem conduzida, prendeu a atenção dos alunos de uma forma fantástica. Entendemos que o tema é a biodiversidade e o novo Código Florestal são temas de vestibular. Então, é preciso aprofundar a discussão. Vamos trabalhar isso de forma interdisciplinar”, conclui.
No último dia 02 de maio, o tema da palestra foi Limnologia e Ictiofauna na Cadeia Trófica. O debate foi conduzido pelo professor Marcos Paulo Barros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro que falou aos alunos sobre os trabalhos de recuperação realizados no lago Batata, no rio Trombetas.
Agricultura familiar – A Mineração Rio do Norte (MRN) reuniu com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Oriximiná, nesta sexta-feira (11), para discutir ações de fortalecimento do projeto de Agricultura Familiar. A proposta da MRN é investir na capacitação dos produtores locais por meio de treinamentos com foco na produção da farinha, de hortaliças e de frutas.
Fonte: Érica Bernardo/MRN