Agricultores contaminados morrem de câncer em Santarém
Com toda a certeza o fundador da comunidade Boa Esperança, o saudoso Raimundo Pereira, quando deu início ao trabalho de povoamento e colonização do local, na década de 60, não imaginava que um dia os moradores da pequena comunidade rural estivessem prestes a viver uma tragédia que sequer imaginavam estivesse tão próxima e muito menos que pudesse contaminar aos seus vizinhos e a si próprios, levando à morte em ordem crescente. Tudo porque estariam permanentemente penalizados à contaminação: primeiro pelo cheiro forte do tucupi, depois pelo veneno que é aplicado nas plantações de soja, no combate a insetos e outras pragas. Sem recursos e imunidade, os agricultores morrem, enquanto a ameaça da contaminação está cada vez mais viva e fazendo vítimas fatais.
A equipe do jornal O Impacto esteve com o presidente do Sindicato Rural de Santarém, Raimundo Mesquita (Peba), que confirmou o fato: no início da produção de farinha de tapioca, antes da chegada dos sojicultores, existiam mais de cem casas de farinha operando semanalmente, “agora existem apenas quarenta dessas e, nem todas estão em funcionamento”, disse o líder rural. A vida pacata dos produtores rurais teve fim no ano de 2005, com a chegada dos sojicultores na zona rural batizada por seu fundador como Boa Esperança; fato que contribuiu para a queda da produção da farinha de mandioca, deixando muita gente desempregada. “Me disseram que na Boa Esperança, antes da invasão dos sojeiros, todo mundo tinha emprego; média de 600 empregos diariamente, apesar do cheiro forte da massa de mandioca”, recorda Raimundo Mesquita.
Na opinião do presidente do Sindicato Rural de Santarém, esta queda na produção foi significativa, o que motivou o êxodo rural na comunidade Boa Esperança. “Muitos trabalhadores acabaram vendendo suas propriedades, abandonando seu meio de sobrevivência e uma boa esperança de vida por preços irrisórios, em busca da ilusão de mais mansa na “cidade grande”, no caso Santarém”, informou.
Decadência: Hoje a comunidade Boa Esperança não passa de uma vila esquecida, onde o povo vive com medo de morrer pela contaminação, pois a morte súbita pelo câncer que está aguardando suas vítimas se encontra no ar. Quando o povo sai de suas casas, no caminho do roçado é contaminado pelo veneno colocado para matar as pragas que atacam a produção de soja; são aplicados de maneira desordenada e irresponsável, encontrando no caminho os indefesos agricultores. Igarapés que serviam para lavar roupas e abastecer, para nada mais servem. Os moradores da comunidade usam água de micro-sistemas, mesmo com água antes corrente em seus quintais. Uma triste realidade.
Lista Negra: Eis a lista dos que perderam a vida, no confronto com agrotóxicos: No dia 15, terça-feira, a vítima mais recente foi Raquel de Lima Rabelo, 32 anos. Além dela, a comerciante Norma, esposa de Nelson Schimidt, que morreu com câncer no estômago; D. Creuza, que foi vitimada com câncer na cabeça; um jovem filho da agricultora Claúdia e Gabriel da Silva Pereira, morador na comunidade Arroz Doce, nos arredores da comunidade Boa Esperança, que morreu há três meses. Dona Maria José e professora Odinéia, muito conhecidas na comunidade, foram levadas para Manaus, onde estão em tratamento com suspeita de câncer terminal.
Alarme: Raimundo Mesquita, o sindicalista, lembra que a época de prosperidade aparente, no ano de 2005, na verdade causava muita preocupação para as lideranças rurais. “Chegamos a fazer uma campanha “Não abra mão de sua Terra”, em todos os municípios e região da Curuá-Una, além de outras zonas rurais de Santarém”, lembra o líder rural. “Foi assustador; quando percebemos, muito trabalhador rural já tinha vendido suas terras”, analisou. Raimundo Mesquita diz que a campanha feita pelo Sindicato deu resultado. “conseguimos frear essa venda sem controle das terras. hoje, por conta dessa mobilização, vemos na região terras há três anos com placas de venda, sem encontrar comprador”, enfatiza o sindicalista.
Por: Carlos Cruz
Sou filha de Santarém e Engenheira Agrônoma fico muito triste com esse tipo de comentário, gostaria de acionar o CREA que é o responsável pelo Receituário Agronômico, a ADEPARÁ que é a responsável pela fiscalização do Agrotóxico além de outros como a proprio MAPA e Ministério Público através da Promotoria de Saúde a unir forças com outros Órgãos e formar parcerias com objetivo de desenvolver ações e assim minimizar os riscos de saúde da população.
CIGARRO, BEBIDA ALCOOLICA,ETC, ESSE COLEGA IGNORANTE NÃO COMENTA. SE VENENO DESSE CANCER DE ESTOMAGO, O MUNDO ESTARIA \”EM BAIXO DA TERRA\”.
MAS AMEBA MAL CURADA DAS AGUAS DOS IGARAPÉS ELE NÃO COMENTA.
ELE TAMBEM NÃO FALA QUE OS COLONOS VENDERAM SUAS TERRAS PORQUE CANSARAM DE ESPERAR AJUDA DO GOVERNO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL.
O CASO É SÉRIO. SABEMOS DA FORMA DESORDENADA COMO SÃO USADOS ESSES VENENOS. NÃO PODMEOS IGNORARUM FATO TÃO GRAVE COMO ESSE, SÃO VIDAS QUE ESTÃO EM JOGO.
Espantoso como os primeiros comentários são em, aparente, defesa dos sojeiros. Além de o solo amazônico ser inapropriado para a cultura da soja ele fica ainda mais fragilizado com o uso de substãncias nocivas. Isso demonstra que o Oeste do Pará, além de abandonado pelo Estado, está pobre de seres pensantes…
Esse peba é um peba mesmo…deixa os outros trabalhar homem de Deus, va cuidar de coisas mais importantes do sindicato, vc ta acostumado ao voto de cabresto seu peba.
se fose assim como o seu raimundo dis ser, aqui no parana nao teria mais nem uma pessoa viva… e pelo contrario a regiao oeste do parana esta cada vez mais forte e desenvolvida, e ninguem ta morendo por causa da soja, vamos trabalhar seu peba, e deixar a rede de lado,,, mania essa de tentar reclamar para tentar ganhar algum dinheiro dos agricultores, que nos alimentam dia a dia… a proposito lhe convido a conhecer o parana, o senhor vai ver como nos fazemos a farinha por aqui… eu lhe garanto que nao vai ter nem um se quer, pequeno agricultor querendo vender sua propiedade…
VEJA BEM SEU PAULO, PESQUIZA MOSTRAM QUE O ESTADO DO PARANÁ VAI TER QUE INVESTIR NOS ANOS VINDOURO, MAS DE 40 MULHÕES DE REAIS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CAUSADAS POR USO IRRESPONSÁVEL DO VENENO, É O ESTADO ONDE O PODER PÚBLICO VAI TER QUE FAZER UMA SANGRIA MILHONÁRIA NOS COFRES PÚBLICOS. CLARO QUE TODOS NÃO PODEM MORRER ASSIM, MAS É INQUESTIONÁVEL O NÚMERO DE CASOS DESSA DOENÇA NO ESTADO QUE VC CITA, E LÓGICO É ESPANTOSO O NÚMERO DE VÍTIMAS DE CANCER EM UMA COMUNIDADE. NEM BAIRROS GRANDES TEM UMA QUANTIDADE TÃO EXPRESSIVA DESSE DOENÇA COMO A BOA ESPERANÇA. CONHEÇO COMUNIDADES MAIORES QUE A JÁ CITADA, E OS CASOS DE CANCER SÃO IRRISÓRIOS SE COMPARADOS COM OS DA BOA… NÃO É QUE DEVEMOS JULGAR OS PRODUTORES DE FORMA IRRESPONSÁVEL, MAS QUE UM ESTUDO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE STM, DEVE ACONTECER IMEDIATAMENTE. CASOS SÉRIOS NÃO PODEM CONTINUAR SEM SOLUÇÃO.
Sr Raimundo, bom dia, sou filho de agricultor e não segui esse trabalho pois preferi ser motorista de caminhão e lhe digo com certeza que o Sr pode estar certo em certa parte mas não em todo.
Em minhas viagens por toda a região estou cansado de ver pequenos produtores com um pulverizador costal com veneno e de bermuda, camisa, chinelo de dedo( tipo havaiana) e um pano amarrado no rosto, aplicando o produto, inclusive aí mesmo nessa comunidade já presenciei isso.
É muito fácil falar que a culpa é dos outros mas quantos pequenos agricultores é que tem um uniforme completo para a aplicação de veneno?
grato.