Após ter habilitação suspensa pela Justiça, Thor Batista entrega o documento ao Detran
Depois de a Justiça ter determinado a suspensão de sua carteira de motorista, Thor Batista esteve na sede do Detran na tarde desta quinta-feira para entregá-la. Ele esteve no prédio do Detran, no Centro do Rio, às 15h30m, acompanhado de um de seus advogados, e saiu logo depois, sem falar com a imprensa. O filho do empresário Eike Batista é acusado de atropelar e matar um ciclista na Rodovia Washington Luiz, em março deste ano. Ele perdeu o direito de dirigir por um ano e, para receber sua carteira de volta, terá que assistir a aulas sobre direção segura e se submeter a uma prova.
A juíza da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, Daniela Barbosa Assumpção de Souza, aceitou nesta quinta-feira a denúncia do Ministério Público contra Thor, acusado de homicídio culposo, sem intenção de matar. De acordo com a decisão, Thor teria cinco dias para entregar sua carteira de habilitação no cartório.
Em nota, Márcio Thomaz Bastos e Celso Vilardi, os advogados de Thor, afirmam que, “apesar de não terem tido acesso à denúncia do Ministério Público, consideram que o processo penal é um equívoco e comprovarão a inocência de Thor Batista”. Ainda em nota, os advogados alegaram que os dois peritos que assinaram o laudo sobre as causas do acidente, a respeito da velocidade do veículo dirigido por Thor Batista, tomaram por base “leis físicas oriundas da mecânica newtoniana”, o que eles consideram inaceitável: “causa indignação, uma vez que desacompanhada de qualquer método ou cálculo explicativo. Da forma como lançada no documento, a velocidade é uma afirmação que se traduz em peça de ficção científica, sendo impossível compreender, inclusive, como os peritos chegaram ao resultado”, diz trecho da nota.
Thor foi denunciado na quarta-feira pelo Ministério Público. Apesar de ter 15 dias para analisar o caso, a 6ª Promotoria de Investigação Penal de Duque de Caxias recebeu o pedido do delegado Mário Roberto Arruda, da 61ª DP (Xerém), em Duque de Caxias, e decidiu denunciá-lo em menos de 24 horas. Na semana passada, Thor havia sido indiciado por homicídio culposo pela polícia. O laudo pericial concluiu que o estudante dirigia de maneira imprudente, a 135 km/h, no momento do acidente, enquanto a velocidade máxima permitida na via é de 110 Km/h. Os advogados de Thor contestam a perícia e afirma que, segundo laudo particular, o carro estava trafegando com velocidade entre 87,1 km/h e 104,4 km/h.
A polícia também considerou a culpa do ciclista no acidente. O exame toxicológico feito no corpo da vítima indicou que o ciclista havia ingerido bebida alcoólica em excesso. Foi detectada a concentração de 15,5 decigramas de álcool por litro de sangue dele. Para motoristas, a lei considera incapaz de dirigir carro quem tiver 2 ou mais decigramas de álcool por litro de sangue.
Na ocasião do acidente, Thor estava na direção de um superesportivo Mercedes SLR McLaren prata (placa EIK-0063), acompanhado de um amigo. O filho de Eike tinha 51 pontos na carteira de motorista, acumulados nos 18 meses anteriores, e ainda dirigia. Um laudo da perícia, divulgado em abril, revelou que Thor não trafegava pelo acostamento quando matou o ciclista. A análise não determinou a velocidade do carro, um dos pontos essenciais da investigação da 61 DP (Xerém). O veículo de Thor atingiu a vítima na pista central ou da direita.
Depois do acidente, na Rodovia BR-040 (Rio-Petrópolis), ele teve o carro, uma Ferrari 458 Italia, apreendida pelo Detran porque circulava pela cidade sem a placa dianteira.
Fonte: O Globo