Setores do Judiciário alegam risco a servidores e resistem a publicar salários

Setores e sindicatos do Judiciário vão resistir à publicação dos salários e vantagens pagos a cada um dos servidores da Justiça. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, porém, demonstraram disposição em dar ampla publicidade aos dados relativos às remunerações. Gurgel afirmou nesta quinta-feira, 17, que o Ministério Público “tem de ser um exemplo de transparência”.

Ao ser indagado se o Judiciário divulgaria os seus salários de forma pormenorizada, Ayres Britto disse que os ministros definirão isso, mas sinalizou que é a favor da medida. O presidente do STF lembrou que foi relator de um processo no qual foi questionada a divulgação de salários da Prefeitura de São Paulo. “Só exclui da publicação os endereços, por questão de segurança.”

Ayres Britto afirmou que há duas formas para regulamentar a Lei de Acesso a Informações no Judiciário. “Uma é cada tribunal fazer a sua regulamentação; outra é tentarmos um regulamento conjunto. Ainda não definimos.”

Vulneráveis. O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, disse que o decreto assinado pela presidente Dilma vale só para o Executivo. Ele é contra divulgar o nome de funcionários e respectivos salários porque considera que isso torna as pessoas vulneráveis a ações de criminosos.

“Quem vive no mundo de hoje sabe que divulgar o nome é a mesma coisa que dar endereço e telefone. Pelas redes sociais, Google, qualquer pessoa é encontrada. A Constituição ainda assegura direito à intimidade. As pessoas têm de ser protegidas. Se você publica na internet o nome da pessoa com o salário, as organizações criminosas vão levantar o endereço e isso torna a pessoa vulnerável a ataques.”

O coordenador de administração do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público da União no DF, Jailton Assis, concorda: “Não temos divergência quanto à divulgação de salários. Mas a divulgação nominal é muito ruim. Uma coisa é entender o custo do Judiciário para a sociedade. Outra é conhecer nomes de cada servidor, alimentando uma situação de risco real.”

Fonte: Estadão

2 comentários em “Setores do Judiciário alegam risco a servidores e resistem a publicar salários

  • 19 de maio de 2012 em 10:31
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    Como sempre o Judiciário se acha acima das leis, mas na verdade sua maior preocupação é a sociedade tomar conhecimentos dos seus astronômicos salários muito diferente de grande parte dos demais trabalhadores (servidores públicos ou não).

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  • 18 de maio de 2012 em 20:38
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    O salário do Judiciario é tão diferente dos demais profissionais tipo: Saúde,Educação e Segurança,que fazer essa exposição é meio complicado pois derrepente o governo decide congelar o salário deles até haver a isonomia com essa categorias que são expostas dia a dia a todo tipo de violencia pois o cidadão não tendo com descontar sua IRA, desconta nesses profissionais que ganham tão mal a ponto de virar dia e noite em plantões para ter uma compensação em seus vencimentos.Eu penso que isso está preocupando o povo que ganha muito bem nesse País de igualdades…

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