Economia verde é caminho para um futuro sustentável
Encontrar o equilíbrio entre produtividade e respeito ao meio ambiente é o desafio de muitas empresas. Para isso, um novo conceito vem ganhando espaço no mercado: a economia verde, cuja ideia central é gerar bem estar e igualdade social, ao mesmo tempo em que valoriza a natureza e reduz impactos ambientais e sociais.
Embora o conceito pareça difícil de ser aplicado na prática, uma economia verde é aquela que aproveita e potencializa o capital natural, social e humano, levando em consideração, na hora da tomada de decisões, os limites do planeta e os interesses sustentáveis da humanidade.
“A economia verde se diferencia da ideia que temos de desenvolvimento sustentável pelo fato de este último ter caráter mais normativo, designando ações específicas que os governos, as empresas e a sociedade devem realizar, enquanto a economia verde é mais propositiva, traz alternativas para a atividade produtiva”, esclarece Márcia Diniz, doutora em Economia e professora da Universidade Federal do Pará, que explica ainda que as práticas de desenvolvimento sustentável resultam em uma economia verde.
O assunto foi discutido esta semana na sede da mineradora Alcoa em Belém, durante o Painel Alcoa – Mineração e Sustentabilidade. O evento, realizado periodicamente, traz especialistas em temas que liguem mineração e sustentabilidade para fazer palestras a convidados da empresa, que possui um empreendimento de mineração de bauxita em Juruti, Oeste do Estado. “Decidimos falar sobre economia verde nesta edição para antecipar o debate, já que este será um dos temas tratados na Rio + 20”, declara Ana Celeste Franco, gerente de Relações Governamentais da Alcoa, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre sustentabilidade, que acontece na capital carioca entre os dias 13 e 22 de junho.
Conforme a professora, para começar a trilhar o caminho da sustentabilidade, adotando uma postura mais verde, é preciso mais do que apenas apoiar um projeto de reciclagem dentro de uma empresa; é preciso investir na qualificação profissional para valorizar a mão de obra local, no desenvolvimento científico de tecnológico, que podem levar a alternativas menos poluentes, adotar processos que utilizem energia limpa, isto é, aquela que não é proveniente de combustíveis fósseis – e, portanto, não renováveis – são algumas das medidas que também caracterizam um empreendimento preocupado com o meio ambiente.
Dá trabalho, mas também traz recompensas. “O que algumas empresas não compreendem ainda é que adotar uma postura mais verde ajuda a agregar valor e a aumentar a competitividade de sua marca”, diz Márcia. “Deixar de investir na área de meio ambiente costuma sair mais caro, não apenas por causa das multas previstas em lei para quem polui, por exemplo, mas também porque essas medidas ajudam a conquistar mercados estrangeiros. A maioria deles exige algum tipo de certificação ambiental antes que um determinado produto chegue até os consumidores”, completa. Ou seja, adotar práticas que funcionem em consonância ao princípio da economia verde pode dar lucro, fidelizar clientes, expandir o mercado e ainda ajudar a deixar um planeta em melhores condições para as futuras gerações.
Mineração – Para o gerente de Sustentabilidade para Assuntos de Mineração da Alcoa América Latina e Caribe, Fábio Abdala, aliar conceitos de economia verde à atividade mineral é uma constante no dia a dia da mineradora. “Alinhamos nossa atividade econômica a ações como a redução das emissões de gás carbônico [um dos gases responsáveis pelo efeito estufa], buscando a eficiência energética, a redução e gestão do uso da água nas operações, o aprimoramento da produção para a redução de resíduos e o reuso de subprodutos, que possam ser vendidos ou reutilizados por outras empresas na cadeia de valor”, explica. “Economia verde é um conceito que leva à aplicabilidade da atividade econômica com a gestão dos recursos naturais. É também a conexão do negócio com a sustentabilidade, com a geração de bem estar às comunidades nas localidades onde atuamos, com a participação da Alcoa na elaboração em conjunto com a sociedade e com os governos de planos de sustentabilidade e investimento social alinhado a isso, a exemplo do que é feito em Juruti”, completa.
Seguindo essa diretriz, na unidade da Alcoa em Juruti é desenvolvido um projeto que aposta em uma nova metodologia de reabilitação de áreas mineradas: a nucleação. Desenvolvido por ex-pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) o método, que está sendo implantado de forma pioneira em mineração de bauxita, permite a restauração do ambiente em curto espaço de tempo, propicia maior variedade de espécies da fauna e flora e reduz a necessidade do uso de máquinas, o que, por conseguinte, reduz o consumo de óleo diesel e as emissões de gases para atmosfera.
Diferente do método de reflorestamento tradicional, que trabalha a terra para depois plantar as mudas, na nucleação o principal, objetivo é criar, de forma natural, um novo solo, com melhores condições para o desenvolvimento das plantas.
Fonte: Ascom/Alcoa