Denúncia: Pirarucu está mais caro que bacalhau em Santarém

O preço do pescado está fazendo o consumidor “correr” das feiras e mercados de Santarém. Muitas famílias estão eliminando o peixe de seus cardápios, o mais saudável dos alimentos, rico em ômega 3, necessário para nosso organismo. O peixe em Santarém passou a ser alimento de “luxo”, se tirarmos por conta o valor exorbitante que está sendo cobrado no Mercadão 2000: R$ 30,00 o quilo.

Após muitas reclamações dos valores cobrados pelo quilo do pescado, nossa reportagem foi até o Mercadão 2000, para comprovar. Acreditem se quiser: o pirarucu, pescado na nos rios da Amazônia, está custando R$ 30,00 o quilo. Nossa reportagem perguntou a um dos vendedores de peixe sobre o por que  do valor tão alto do pescado. Fomos informados que o pescado é repassado para eles já a um valor bem alto, “assim não podendo fazer nada, senão, repassar o valor ao consumidor. Como sempre, quem perde é o consumidor”.

Ao procuramos o Procon, que é o órgão que atende o consumidor,  para sabermos qual a posição e o que poderia ser feito para acabar com essa “roubalheira” ao bolso do consumidor. De imediato, a recepcionista do órgão informou que esse tipo de assunto não era resolvido pelo Procon. Após insistirmos por uma solução, a titular do órgão de defesa do consumidor em Santarém, Maísa Riker, mandou um simples bilhetes com os seguintes dizeres: “Não existe lei municipal que tenha tabela de preço do pescado”.

Isso nos deixa em uma grande dúvida: Se não é o Procon para defender o consumidor, a quem devemos recorrer?

É inaceitável que em uma cidade como Santarém, localizada em uma região rica em espécies de pescado, o consumidor pagar um valor absurdo por um quilo de Pirarucu, mais caro que o bacalhau, peixe nobre que vem de Portugal, Noruega e outros países da Europa. A maioria das famílias em Santarém já trocou o peixe pela carne, que está mais barata, inclusive o filé que está sendo vendido ao preço de R$ 20,00 o quilo.

Talvez todos se lembrem que por várias semanas a sede do Ministério do Trabalho em Santarém foi alvo de reportagens sobre o acúmulo das filas que lá se faziam por pescadores que foram se cadastrar para receber o Seguro Defeso. Com tantos pescadores e tanto peixe que são pegos em nossas águas, por que cobrar um valor tão absurdo pelo pescado?

Não é só o pirarucu, outros peixes que antes eram fartos na mesa das famílias santarenas estão com preços absurdos nas feiras e mercados, como tucunaré, tambaqui, filhote, surubim e outros. Tal fator reflete em nossas praias, pois um passeio em família pode sair muito caro. Por exemplo, podemos citar a paradisíaca praia de Alter do Chão, onde se encontram vários restaurantes e os preços cobrados pelo pescado são assustadores, privando os santarenos de usufruir de nossas praias e afastando os turistas. Uma triste realidade.

Que os órgãos competentes tomem providências para acabar com esse “assalto” ao bolso do consumidor.

Por: Roberta di Paula