Agnelo depõe na CPI do Cachoeira

Agnelo Queiroz

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), afirmou que colocará à disposição da CPI do Cachoeira seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. O petista depõe na manhã desta quarta-feira, 13, à comissão que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira e agentes públicos. “Não posso conviver com desconfiança”, afirmou. A sessão começou às 10h20 e está em andamento.

Citado pelo grupo de Carlinhos Cachoeira como o “01 de Brasília” ou “Magrão”, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), depõe pressionado a explicar as relações de seus principais assessores com a organização comandada pelo contraventor. O governador do DF chegou à sessão acompanhado de dois advogados, Luís Carlos Alcoforado e José Gerardo Grossi.

Agnelo afirma que não há qualquer indício de seu governo beneficie empresas ou pessoas ligadas a Carlinhos Cachoeira. Disse ainda que mantém confiança no seu ex-chefe de gabinete Cláudio Monteiro. O auxiliar direto do governador pediu demissão do cargo em abril passado depois que seu nome foi citado em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal como supostamente envolvido com o grupo do contraventor.

Um grampo da PF feito na Operação Monte Carlo revela uma conversa entre o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e o araponga Idalberto Matias, o Dadá, acertando um suposto pagamento de propina a Monteiro pela indicação de um nome de interesse do grupo de Cachoeira para dirigir o Serviço de Limpeza Urbanado Distrito Federal. “Eu perguntei ao Cláudio Monteiro e ele me garantiu que isso não aconteceu, não teve o repasse, não tem uma interceptação com o Cláudio Monteiro”, respondeu Agnelo, ressaltando que foi o próprio Monteiro quem preferiu colocar o cargo à disposição.

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Perillo. Na sessão dessa terça-feira, 12, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), falou por quase nove horas aos parlamentares. Voltou a afirmar que desconhecia as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira e que a venda da sua casa foi “legítima”.

Abaixo, os principais momentos da sessão:

16h07 – “A quadrilha travbalha em orquestração para derrubar o governador”, diz Costa.

16h03 – Deputado Silvio Costa (PTB) toma a palavra. Ele diz que Agnelo enfrentou a quadrilha de Cachoeira e diz que não sabia que Demóstenes queria o impeachment. “Se eu soubesse, eu não votaria com Demóstenes nunca (…) está claro que ele é o braço legislativo da quadrilha de Cachoeira (…) é claro que, se ele pediu o impeachment, é porque os interesses da quadrilha não estavam sendo atendidos”, afirma. “Não é possívle que a oposição não veja isso!”

16h01 – “Em relação aos empréstimos, eu quero esclarecer que na declaração de IR tenho como patrimônio R$ 300 mil como dívidas que são apartamentos que ainda é dívida e não patrimônio (…) quebrando meu sigilo fiscal e bancário vocês poderão comprovar tudo isso”, diz Agnelo.

16h00 – “Sobre as nomeações, me digam um nome”, diz Agnelo. Alvaro Dias diz que nas interceptações não aparece nenhum nome.

15h59 – Não existe nenhuma conexão do meu governo com a Delta, nem com Cachoeira. Isso est´[a provado. Não posso falar sobre diálogos de terceiros.

15h47 – Ele cita algumas contradições no depoimento de Agnelo. “Seu governo mergulhou nesse esquema Cachoeira através da Delta”. Dias diz que as duas grandes contradições acontecem quando Agnelo fala nas interceptações que representantes da Delta estavam queixosos e quando o governador se refere a Demóstenes, que “batia forte” e chegou a pedir o seu impeachment.

15h43 –  O senador Alvaro Dias (PSDB) toma a palavra e questiona sobre um encontro de Agnelo com Cachoeira nos EUA e uma viagem feita de helicóptero de Agnelo com Cachoeira. “Não, nuca me encontrei com ele”, responde Agnelo.

15h39 – O presidente pede uma pausa na sessão.

15h19 – Deputado Luiz Pitiman (PMDB) toma a palavra e fala sobre a campanha em que participou com Agnelo.

15h15 – Ele cita o senador Randolph e faz menção a um possível acordo entre PSDB e PT em apresentar seus governadores à comissão.

15h13 – Bruno Araújo (PSDB) toma a palavra. Ele inicia sua fala dizendo que não ficou claro à comissão a forma como se processou a compra da casa de Agnelo.

15h10 – Ela diz que muitos do grupo de Cachoeira foram indicados e nomeados. Quando o sr Dadá diz que não conseguiu nomear ninguém, eu pergunto: “que benefícios o senhor recebeu de Cachoeira?”. “Não teve nenhum benefício desse grupo, nem Cachoeira, nem Delta (…) outras gravações mostram que ele não tinha sequer o meu telefone”, responde Agnelo.

15h02 – A senadora elogia e cumprimenta o governador por ter vindo prestar esclarecimento à CPI e diz que discorda do deputado que disse que a claque de Agnelo é maior que a de Perillo. “Não é não”. Ela lembra de Demóstenes, que segundo ela, era membro de uma quadrilha organizada. Ela lê um trecho de uma interceptação telefônica no qual Dadá e Cachoeira falam mal do governador Agnelo. Vanessa então cita um discurso de Demóstenes, feito na mesma época no qual ele se diz ético. “Fica por trás um caráter ideológico atrasado, reacionário de quem quer destruir um governo”. Quero fazer uma pergunta então: “O senhor ficou sabendo que o senador Demóstenes queria ter contato com o senhor?” Não fiquei sabendo.

15h01 –  Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) toma a palavra.

14h59 – Agnelo diz que não cabe a ele tratar da evolução patrimonial de uma empresa que não é dele.”Não se pode fazer uma vinculação da empresa com qualquer atitude minha”, dzi Agnelo.

15h57 – Agnelo responde que não é motivo da CPI tratar de empresas privadas. A JF é uma empresa do DF que faz eventos e isso tem que ser perguntado a empresa. Não tenho nada a ver com ela. Ele diz que adquiriu a casa do sr Glauco. “O que tem a ver a aquisição da casa com qualquer atitude minha futura?”

14h50 – O deputado cita Jamil Elias Suaiden dono da FJ Produções, que foi dono da casa do governador, e fala de um pregão eletrônico que foi feito para contratar uma empresa de eventos pela Anvisa. O deputado diz que a FJ ganhou o pregão em um valor de R$ 11 mil e cita a evolução patrimonial da FJ. Em 2006, era de R$ 16 mil e em 2012 R$ 9 milhões. Ele então pergunta: “Existem esses cheques da compra da casa?” e “É coincidência uma empresa que teve um patrimônio alto depois de ganhar um pregão como este?”

14h48 – Vanderlei Macris (PSDB) toma a palavra e pergunta sobre a compra da casa do governador. “O senhor pagou R$ 400 mil pela casa, quanto ela vale hoje?”, pergunta. “Não sei, não sou corretor”, responde Agnelo.

14h47 – Deputado Onix toma a palavra e ressalta que não se pode zombar os parlamentares que estão na sessão.

14h46 – Claudio Monteiro era próximo de Cachoeira. O senhor sabia disso? “Não sabia e quero reafirmar que não tenho conhecimento da proximidade de Claudio Monteiro com Cachoeira, diz o Agnelo.

14h42 – Sampaio fala sobre uma agência de propriedade de um assessor chamado Marcelão. “O senhor acha correto contratar um assessor para esse serviço?”, pergunta o deputado. “O senhor não estava aqui”. Sampaio cita um diálogo entre Cachoeira e Claudio Abreu no qual citam um encontro que Abreu teria com o governador. “Nunca me reuni com Cachoeira ou Claudio Abreu”, respondeu o governador.

14h41 – Sampaio volta a ter a palavra e insiste na pergunta. Agnelo responde que foi convidado pela empresa. Sampaio se diz satisfeito então com a resposta.

14h40 – O presidente Paulo Teixeira pede cordialidade ao deputado Carlos Sampaio. Ele responde dizendo que falar a verdade é um obrigação.

14h38 – Sampaio volta a ter a palavra e quer saber exatamente quem convidou o governador para a visita à Vitaplan. Ele grita e insiste que quem convida é uma pessoa e não uma empresa. O governador diz que já respondeu. A discussão segue na sessão entre os parlamentares.

14h37 – Presidente Paulo Teixeira (PT) e o deputado deputado Onyx Lorenzoni (DEM) discutem pelo direito de falar. Lorenzoni grita e pede para ter a palavra. Ele reclama de um assessor que está atrás do governador.

14h32 – Carlos Sampaio pergunta: “Quem convidou o senhor para a visista a Vitaplan?” Fui convidado pela empresa, responde o governador. “Havia sócios de Cachoeira?” Várias pessoas, técnicos, representante, responde o governador. Deputado diz que que estava presente eram parentes do Cachoeira.

14h29 – Deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) é o próximo a perguntar. Antes, destaca que a comissão é composta por, majoritariamente, membros da base aliada do PT. Lembra ainda que a disposição do seu sigilo já existia, uma vez que as informações foram repassadas a um processo em curso no Ministério Público. Portanto, conclui ele, o gesto do governador não mereceria aplausos.

14h24 – Senador Randolph Rodrigues (PSOL-AP) elogiou conduta do governador por liberar seu sigilo e afirma que isso forçará a comissão a pedir que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), faça o mesmo. O senador afirma que o governador precisa explicar melhor suas relações do governador com Claudio Abreu, ex-diretor da Delta; e sua evolução patrimonial.

14h19 – Governador Agnelo Queiroz diz repetidas vezes que é vítima de ação política contra ele e alvo de denúncias desonestas.

13h57 – Deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL) lê trechos de diálogos interceptados pela Polícia Federal de membros do grupo de Cachoeira. São conversas que se referem de forma agressiva a Agnelo e se queixam de decisões do governo do DF supostamente contrárias ao grupo. Ele pergunta se alguma vez Agnelo foi chantageado. O governador diz que nunca houve qualquer pedido nesse sentido. Pergunta também a quem ele atribui a reação de Demóstenes de pedir seu afastamento do governo. “Tem muitas orientações, pedidos diretos ao Demóstenes nesse sentido”, afirma o governado fazendo menção às conversas registradas na PF. “Se quer tive problema pessoal com ele. Era uma relação extremamente cordial.”

13h28 – Deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) defende que seja votado nessa quinta-feira, 14, o requerimento para pedir a quebra de sigilo do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Ele não fez perguntas ao governador.

13h13 – Deputado tucano Fernando Francischini questiona detalhes dos contratos de varrição e de coleta de lixo com a Delta, cujos valores foram corrigidos após a formalização. Agnelo responde que um dos aditivos foi cancelado. O segundo caso, o reajuste do valor contratual foi feito para adaptar ao valor do salário mínimo.

12h58 – O relator finalizou suas questões e elogiou a conduta do governador por deixar seu sigilo à disposição. Nesse momento, a sessão será aberta para participação dos parlamentares. O primeiro é o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR).

12h53 – Governador Agnelo Queiroz apresenta sua declaração de Imposto de Renda e reafirma que deixa à disposição as informações dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. “Com 30 anos de trabalho, como médico que sou, é evidente que não posso ouvir aleivosias dessa ordem.” “Não tem nada mais forte do que isso. Se há uma área que funciona nesse país, de forma incontestável, é a Receita Federal.”

12h45 – O governador do DF ainda responde às perguntas do relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG). O relator pergunta sobre a oferta de suborno que o grupo de Cachoeira teria feito a servidores do DF para regularizar uma área de 4 mil hectares nas proximidades do aeroporto de Brasília. Segundo o governador, tratou-se de uma “tentativa de grilagem” que foi barrada pelo governo. Agnelo afirma que foi instaurado processo disciplinar para apurar envolvimento de qualquer servidor nesse caso.

12h15 – Agnelo afirma nunca ter tido contato com Fernando Cavendisch, dono da construtora Delta.

11h52 -Relator faz perguntas sobre assessores mencionados em interceptações feitas pela Polícia Federal. Agnelo afirma desconhecer qualquer ligação e lembra que um deles, Claudio Monteiro, se afastou do cargo para dar explicações. “Ele recebeu representantes da Delta (…) uma ação absolutamente normal de um chefe-de gabinete. Não teve nenhum pedido dele para favorecer a empresa Delta”, afirma Agnelo. “Não teve nenhum tipo de conciliação. Achar que algum auxiliar meu possa ter interferido, não é provável.”

11h45 – Agnelo diz que a relação com o senador Demóstenes Torres é de cordialidade e não compreendeu os ataques que recebeu do parlamentar. Afirma que as gravações da PF mostram diálogos entre o senador e membros do grupo de Cachoeira em que combinavam de atingi-lo. O relator pergunta se após sua eleição o governador teve encontro com Carlinhos Cachoeira. “Não tive”, respondeu Agnelo.

11h42 – Agnelo diz que não há registro de ligações entre ele e Cachoeira, nem de seus assessores. Explica que visitou a empresa de medicamento, cujo Cachoeira é sócio, em atividade corriqueira que mantinha como diretor da Anvisa, antes de assumir o governo do DF.

11h39 – O relator, deputadado Odair Cunha (PT-MG), começa a fazer perguntas ao governador do DF. A primeira é se Agnelo tem algum tipo de relação com Cachoeira. “Nunca recebi Cachoeira. Quando era diretor da Anvisa visitei uma fábrica em Anápolis, como visitei outras. Foi o único contato que tive com o senhor Carlos Cachoeira. Não tive nada com Cachoeira, nem contribuição de campanha”, responde o governador.

11h31 – “Não posso conviver com desconfiança. Quero aproveitar para oferecer, colocar à disposição da CPI meu sigilo bancário, fiscal e telefônico”. O governador foi aplaudido após a declaração. O governador finalizou sua fala e foi mais uma vez aplaudido pelos parlamentares que acompanham a sessão.

11h21 – Agnelo menciona processos disciplinares e administrativos realizados pelo Governo do DF contra servidores e fornecedores para reafirmar que sua administração tenta combater más práticas dentro do governo.

11h13 – Agnelo: “Nesse 1 ano e 6 meses de mandato, tenho enfrentado todo o tipo de sordidez. Chegaram ao ponto de atacar minha mãe. Porque além de criminosos, são covardes. Quero dizer que vou resistir. Vou continuar lutando contra esses grupos expulsos da máquina pública. Esperamos que as apurações que estão em curso possam ser concluídas e divulgadas. (…) Vou reconstituir o poder político em base republicanas na capital deste País. Tenho minha consciência tranquila.”

11h07 – Agnelo: “É verdade que Carlos Cachoeira contratou intermediário para tentar obter acesso à Secretaria de Transporte. Mas é verdade que o DFTrans não fez licitação alguma. Como então falar em favorecimento a Carlos Cachoeira. Se ele tivesse alguma relação com o governador, precisaria contratar lobista?” “Que ato do governador favoreceu desde o início do mandato esse grupo? Que negócio conseguiu fazer aqui?”, provocou Agnelo em referência ao governo de Goiás, onde também há suspeitas de interferência do grupo de Cachoeira em licitações públicas.

11h01 – Agnelo: “Hoje eu compreendo porque o senador Demóstenes Torres protocolou pedido de impeachment contra mim”, afirma ao fazer menção às relações entre o senador (ex-DEM-GO), também investigado por suspeitas de ter relações com o grupo de Cachoeira. O governador, em seu depoimento, procura demonstrar que seu governo enrijeceu as regras do contrato com a Delta, o que explicaria, na avaliação dele, a tentativa de ser prejudicado por integrantes do grupo de Cachoeira.

10h54 – Agnelo volta a dizer que informações contidas nas investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, foram divulgadas de forma descontextualizada. “Pode me dizer um só nome de pessoa que eu tenha nomeado a partir do pedido do senhor Carlos Cachoeira? Com todas as 30 mil horas de gravações, todos os documentos e investigações da Polícia Federal?”, questiona. O governador apresenta documentos de auditorias feitas em contratos do DF.

10h46 – Segundo o governador, a Delta, construtora que teria ligações com Cachoeira, só tem um contrato com o Governo do DF, o de varrição de ruas. “Esse contrato foi assinado no governo anterior, não no meu. E ainda assim à mando da Justiça”, afirma, alegando que há uma “campanha orquestrada” contra ele. Agnelo apresentou à comissão ofícios relacionados ao contrato.

10h40 – Agnelo: “Venho hoje a esta comissão para restaurar a verdade (…) O grupo aqui investigado, a organização aqui investigada tramou a minha derrubada. Um governo legitimamente eleito pelo povo do Distrito Federal. E não agiu sozinho. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Valeu-se de vozes com acesso às tribunas políticas do País. (…) Tudo com o objetivo de me desestabilizar, de, por fim, me retirar do governo do Distrito Federal.” Agnelo afirma que no documento elaborado pela oposição para convocá-lo à CPI não traz “um único fato qualquer ato em favor de Cachoeira ou da empresa Delta”.

10h35 – O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) passa a palavra ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que falará aos parlamentares na condição de colaborador.

10h25 – É aberta a sessão da CPI

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