“O que mais tenho são discos”, diz Demóstenes sobre patrimônio
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) afirmou, em discurso nesta sexta-feira, que o perito contratado por ele concluiu que as conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal foram editadas, e que a imprensa está fazendo “oba-oba” com sua dignidade. Ele voltou a negar que tenha recebido dinheiro da organização criminosa do bicheiro Carlinhos Cachoeira e garantiu, ironicamente, que seu patrimônio é composto por discos.
O senador goiano disse que vive de seu salário e que não tem “quase patrimônio nenhum”. Em 2010 ele declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 374 mil. A maior parte consiste em sociedade em uma faculdade em Contagem (MG).
– O que mais tenho mesmo são discos. Tinha também muitos livros, mais de cinco mil exemplares, mas dei minha biblioteca inteira para instituições públicas de Goiás.
Mesmo sustentando que as escutas telefônicas foram deturpadas pela Polícia Federal com o intuito de incriminá-lo, Demóstenes disse que não há nada nas conversas que o comprometa. Ele leu, na tribuna, a conclusão do trabalho feito pelo perito Joel Ribeiro Fernandes.
– Não há, no material resultante das escutas telefônicas, uma prova científica que demonstre que o mesmo é autêntico e que está íntegro – diz a conclusão do trabalho do perito, segundo o senador, que não teve acesso aos grampos originais, mas analisou poucos minutos das 250 mil horas de gravações.
– Assim que começaram os vazamentos e a imprensa fazendo o oba-oba com a minha dignidade, considerei estranhos diversos diálogos – acrescentou Demóstenes.
Fonte: O Globo