Operação vai coibir o desmatamento no Oeste do Pará
O desmatamento especulativo, feito geralmente por pessoas de fora do Pará, de forma ilegal, em áreas de fronteira é o alvo de uma operação de comando e controle que acontecerá a partir de 9 de agosto na região oeste do estado.
“Será uma grande operação que visa coibir o desmatamento ilegal no estado e punir os principais responsáveis pela prática. Formaremos bases avançadas, permanentes e contaremos com o apoio das forças policias e de helicópteros. Agiremos de forma efetiva para coibir este crime”, explicou o secretário extraordinário para coordenação do Programa Municípios Verdes, Justiniano Neto.
O Programa, criado a partir da experiência realizada pelo município de Paragominas rumo a um modelo de produção sustentável, criou um pacto para redução de desmatamento que visa o controle e fomento da atividade agropecuária no Estado.
A operação foi anunciada após o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgar, esta semana, os índices de redução de desmatamento na Amazônia. Pelo segundo ano consecutivo, o Pará foi o Estado que apresentou a maior redução, de 42%, medida entre agosto de 2011 e julho de 2012.
Porém, o assunto ainda preocupa. No Pará, são 500 km2 desmatados anualmente, o que corresponde a uma área de 50 mi hectares, ou seja, 50 mil estádios de futebol como o Mangueirão.
Ibama embargou cerca de 30 desmatamentos
Na operação Soberania, posta em prática nos últimos 60 dias, o Ibama interrompeu cerca de 30 situações de desmatamento ilegal e aplicou 8,7 milhões em multas na região de influência de Novo Progresso. A ação teve início no dia 1º junho e acabou no dia 31, e incluiu também as zonas de Trairão, sul de Itaituba e dois distritos de Altamira – Castelo dos Sonhos e Cachoeira da serra – no oeste do Pará.
A média da operação foi de um desmatamento autuado a cada dois dias. No período foram embargado cerca de mil hectares de áreas desflorestadas irregularmente e apreendidos 3 mil metros cúbicos de madeira, o que equivale cerca de 150 caminhões cheios.
Só em uma das áreas, um desmate localizado no interior da Floresta Nacional (Flona) de Altamira, foram derrubados 1.440 hectares de florestas nativas – área equivalente a aproximadamente 1,4 mil campos de futebol – e apreendidas 20 motosserras.
Com 689 mil hectares, a Flona de Altamira é uma das maiores áreas de floresta não perturbadas da Amazônia Oriental. Com o apoio de homens da Força Nacional, os agentes desmontaram cinco acampamentos, apreenderam combustível, mantimentos, armas e retiraram 35 pessoas (entre elas duas crianças) do interior da Flona.
Os trabalhadores afirmaram que foram arregimentados por um “gato” em Anapu e trazidos diretamente para o desmatamento. Eles viviam isolados na área e trabalhavam em condições subumanas, dormindo sob lonas, consumindo caça e água sem tratamento. A ordem dada pelo encarregado do desmate, segundo eles, era derrubar cinco mil hectares de floresta e começar a formar uma pastagem para gado. Um dos responsáveis pelo dano ambiental à Flona já foi identificado e multado em R$ 7,2 milhões.
Fonte: Agência Pará