Cemitérios de Santarém bastantes visitados no Dia dos Pais

O Dia dos Pais não é igual para todas as pessoas, como por exemplo, para aqueles filhos que não tem mais a presença do pai. Por isso, no domingo em que se comemorou esta data, os dois principais cemitérios da cidade ficaram bastante movimentados.

O dia nesses locais não é de alegria, mas de lembranças. Pessoas que perderam pais e que, sempre que podem fazem visitas. Dona Maria do Carmo perdeu o pai há mais de 30 anos e, mesmo com tanto tempo, nunca perdeu a tradição de visitá-lo. “Pode passar cem anos, mas ele ainda é o meu pai”, afirmou Ana das Flores.

“A saudade bate em todos, não somente nos filhos, mas em todos os membros da família”, conta Rivalnido Nazareno, que levou toda a família para visitar o patriarca, falecido há 17 anos.
A visita aos cemitérios São João Batista e Nossa Senhora dos Mártires pôde ser feita durante todo o domingo, com orações, lágrimas e a ornamentação das sepulturas, com flores e velas.

Idosos são homenageados: Um grupo de jovens realizou uma cerimônia religiosa para os papais idosos do asilo São Vicente de Paulo, na manhã de sábado, 11, em homenagem ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo.

A intenção do grupo foi levar, por meio da música e de orações, um pouco de alegria nesta data tão especial. Para aqueles que não ganharam presentes e nem sequer foram lembrados pelos próprios filhos, ganhar um abraço de uma pessoa que não conhece já faz uma grande diferença.

“Pra mim faz toda a diferença, eu me sinto muito satisfeito e peço a Deus que sempre traga eles para cá”, declarou Raimundo Sampaio, 58 anos, que mora no asilo.

“A maioria das pessoas que visita eles são amigos e conhecidos. A família sempre alega motivo de trabalho e viagem”, afirma a coordenadora do asilo, Aldanira Andrade.

“A gente coloca na fisionomia de cada um aqui como se fossem nossos próprios pais e, se depender de nós, todos os sábados vamos proporcionar a eles este momento de entrega de amor da gente para eles e deles pra gente”, afirmou Marcos Paulo, membro do grupo de jovens que realizou a homenagem aos idosos.

O asilo São Vicente de Paulo é o lar de 32 idosos, que muitas vezes não sabem por onde andam os parentes e dependem de outras pessoas para realizar atividades básicas, como se alimentar e até mesmo ir ao banheiro, sendo que muitos deles ainda aguardam que os filhos retornem para levá-los de volta para casa.

Seu Raimundo, natural de Óbidos, acredita que a família nem mesmo saiba que ele esteja morando no asilo. “Eu queria que eles viessem me procurar por que eles não sabem que eu estou aqui. Creio que se eles soubessem já teriam vindo me buscar”, declara Raimundo Marinho Gomes.

São olhares tristes e cansados, de quem já se doou tanto e merecia um pouco mais da vida.

Fonte: RG 15/O Impacto e notapajos.com