Leal: “Diretores dos Botos são preguiçosos”
O boicote à festa do Sairé, que pode acontecer por meio dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, é motivo de polêmica e mostra falta de sentimento cultural, segundo pessoas ligadas ao folclore local. O artista plástico Laurimar Leal cita que “para haver folclore, é preciso que tenha povo, costume e tradição. E o costume e a tradição quem mantêm é o povo”, confirma o artista plástico.
“Se tirar o povo e ficar contando apenas com apoio da Prefeitura, ajuda de seu fulano e seu beltrano, deixa de ser folclore, porque não tem a participação do povão”, disse Laurimar: “Folclore é costume e tradição, se eles vão querer boicotar, vão acabar com tudo e a culpa fica sendo de quem? Dos coordenadores dos Botos, porque foram eles que boicotaram. Esta é que é a verdade”, confirma o artista plástico. “Este boicote é preguiça, falta de iniciativa, além da falta de amor à cultura popular”, enfatiza Laurimar Leal
Histórico: Conforme o artista plástico Laurimar Leal, a história dos Botos começou no ano de 1997. Quem criou os Botos não foi somente o pessoal de Alter-do-Chão. “Nós iríamos colocar o festival aqui em Santarém, eu iria tomar conta do Boto Tucuxi e o artista plástico Renato Sussuarana, do Boto Cor-de-Rosa”, recorda Laurimar Leal. “Mas em conversa com Hélcio Amaral, resolvemos ir para Alter do Chão, para evitar acabar a verdadeira Festa do Çairé, com cedilha, não com S”, diz Laurimar: ”Essas coisas é que faltam ser resgatadas e ser levadas a sério”, enfatiza o artista plástico.
Estas declarações do artista plástico, foram feitas a partir da notícia divulgada na semana passada de que, uma das mais tradicionais festas folclóricas da região Oeste do Pará, realizada no mês de setembro na Vila balneária de Alter do Chão, em Santarém, corre risco de não ter a participação dos Botos Tucuxi e Cor de Rosa, atrações principais da Festa.
E que o coordenador da festa tradicional turística, Marlisson Soares, esclareceu que os dirigentes dos botos Tucuxi e Cor de Rosa ameaçam não participar, pois segundo eles, falta menos de um mês para o evento, e a ajuda financeira por parte da Prefeitura e do governo do Estado, ainda não foi repassada. “Até agora a gente não tem recurso nenhum, os Botos não tem ainda nenhuma posição de repasse e esse é um problema que a gente está enfrentando hoje”, desabafou Marlisson Soares.
Outro impasse é em relação ao espaço onde é feita a tradicional disputa dos botos. Na Praça do Sairódromo ainda é possível encontrar restos de alegorias enferrujadas do ano passado. Um verdadeiro absurdo. Para que se tenha uma ideia do extremo da situação, desde o Sairé do ano passado não foi realizada nenhuma atividade ou limpeza no lugar.
Moradores reclamam que todo ano é assim, e que já foram feitas promessas de construção de um local definitivo para o evento, porém até agora só promessas.
Por: Carlos Cruz
KKKKKK desse jeito essa festa nunca passará disso, sem uma inidentidade visual conhecida…vamos ajudar governo? façam que nem no amazonas que até uma pequena festa como a farinha tapioca é parecida com o festival de parintins
Laurimar Leal e sua lucidez, através desta entrevista ao O IMPACTO, reflete exatamente o posicionamento de alguns leitores (e aí eu faço parte) que postaram neste espaço, quando o fato veio a foco. Não é possível a organização do festival depender exclusivamente de verbas públicas. Falta originalidade e empenho para o patrocínio.
E, ademais, nunca irei aceitar passivamente que o nome da festa de maior destaque de Alter do Chão iniciar-se com \”Ç\”. Este é uma invecionice de quem tentou se perputuar na cultura mocoronga. Que me perdoem os que comungam com tal invencionice! Mas nenhum argumento ou mesmo traduções de línguas indígenas para o português são capazes de deturpar o nosso vocabulário. Também não consigo aceitar o uso dos dois termos (SAIRÉ e ÇAIRÉ) como corrretos. Para mim, sempre será SAIRÉ, muito emboba eu não seja um estudioso do assunto.
Sr. Laurimar Leal, concordo em genero, número e grau com o senhor. parece que os diretores dessas agremiações só esperam a a juda paternalista do poder público. O senhor ja viu ou ouviu algum evento de botos durante outras épocas sem ser do Çairé???
Com o boicote dos botos, pode-se bem, apresentar outros grupos folclóricos. A nossa região é rica em lendas, algumas faltam somente desenvolver e enriquecer os enrredos,criar outros personagens dentro contexto da estória.
não só de bôto, vive o çairé.