Tabagismo é causa de 90% dos casos de câncer

Uma data para divulgar os perigos do tabaco. Esse é o grande objetivo do Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto. Nesta data, entidades de diversos segmentos se mobilizam e chamam a atenção da sociedade para alertar sobre a epidemia do tabagismo em todo o mundo e divulgar os benefícios de uma vida sem tabaco.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão e 200 milhões de pessoas são fumantes em todo o mundo. O tabagismo é a principal causa de morte evitável, considerando a população mundial. Além disso, pesquisas mostram que quase 47% de toda a população masculina é fumante. Apesar desses dados alarmantes, recentemente, o Ministério da Saúde divulgou um levantamento que aponta a redução no número de fumantes no país.

De acordo com o Ministério, o percentual de fumantes passou de 16,2% em 2006 para 14,8% em 2011. Foi a primeira vez que esse índice ficou abaixo dos 15%. Entre os fatores apontados para a redução do número de fumantes estão: a proibição de publicidade do tabaco, a adesão à Convenção – Quadro do Controle do Tabaco, o aumento das alíquotas dos impostos do cigarro para 85% e a proibição de fumo em ambientes fechados. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a utilização de aditivos que emprestam aroma e sabor ao cigarro.

CONSEQUÊNCIAS DO TABAGISMO

O consumo de derivados do tabaco é um fator de risco para várias doenças, sobretudo, o câncer. “Só para se ter uma ideia, o consumo de derivados do tabaco aumenta cerca de 20 vezes as chances de um indivíduo desenvolver câncer. Por isso, é importante orientar a população sobre os riscos do tabagismo, e, os próprios profissionais de saúde a encaminharem os pacientes com câncer de pulmão o mais rápido possível aos especialistas”, explica o oncologista clínico Sandro Cavalléro, chefe do setor quimioterapia do HSM Hospital e Diagnóstico, centro avançado de oncologia do Pará.

Os principais sintomas do câncer de pulmão são: tosse, sangramento pela boca ou nariz, falta de ar, febre, rouquidão, dores e chiado no peito. Logo na primeira suspeita sobre a doença, é feita uma radiografia simples do tórax do paciente, que em seguida é encaminhado para realizar exames mais sensíveis, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para se ter um diagnóstico mais preciso.

“Devemos lembrar que o cigarro é constituído de vários agentes que comprovadamente causam câncer, entre eles: acetona, amônia, terebintina, formol, entre outros. O simples convívio com fumantes pode aumentar o risco de ter câncer de pulmão, se a pessoa convive no trabalho com fumantes, este risco pode aumentar de 12 a 19% e se convive em casa o risco pode aumentar em 30%”, alerta Sandro Cavalléro.

Hoje em dia, a medicina já dispõe tratamentos eficazes para os diversos tipos de cânceres, os avanços significam resultados positivos para a recuperação do paciente. Existem três modalidades de tratamento: a cirurgia, que é a mais importante de todas, sempre que possível deve ser realizada para retirada total do tumor; a quimioterapia, utilizada após a cirurgia ou em caráter paliativo; e a radioterapia, que poderá ser realizada de forma associada à quimioterapia ou de maneira isolada para aliviar alguns sintomas.

“Os maiores avanços ocorreram na quimioterapia, onde já temos tratamento de manutenção que aumenta consideravelmente a sobrevida global dos pacientes. Além disso, também já estão disponíveis tratamentos em comprimidos, que se bem indicados, tem respostas melhores que as obtidas com a quimioterapia convencional com menos efeitos colaterais. Todo o acompanhamento do paciente pode ser realizado em Belém, com a mesma tecnologia que os principais centros de tratamento do câncer no mundo”, ressalta Sandro Cavalléro.

Fonte: Agência Brasil