Pai degola filho e é queimado

Um verdadeiro vampiro surgiu no Distrito de Castelo dos Sonhos, no Oeste do Pará. Um homem acompanhado do capeta e várias legiões de espíritos maus começou a agir dentro de casa. O agricultor Paulo Sérgio Pereira da Silva, 32 anos, endemoniado, acordou na manhã de domingo, segundo testemunhas, dizendo que estava com sede de sangue humano. Primeiro matou o cachorro, quando o animal inocentemente lhe balançava a cauda, dando latidos de alegria. Depois de matar o cachorro, o homem encapetado foi para o quintal, onde para azar do galo, matou uma galinha, vários pintinhos e bebeu o sangue dos pobres galináceos. Não satisfeito e ainda com sede de sangue humano, entrou em casa, degolou o enteado, de apenas quatro anos de idade e bebeu seu sangue. Logo depois, com gargalhadas estridentes, passou a quebrar móveis, eletrodomésticos, várias panelas e outros objetos. Foi, então, que ameaçou de morte os vizinhos. “Vou também beber o sangue de vocês”, dizia o diabo incorporado em seu corpo.

Emissário do mal: No pequeno Distrito de Castelo dos Sonhos, no Oeste do Pará. O domingo parecia ser de alegria, depois do culto na igreja. Mas o inimigo aproveitou a calmaria espiritual para agir, vindo das sombras e tomando o corpo e a mente do agricultor Paulo Sérgio Pereira da Silva. O homem de aparentemente 30 anos de idade teve uma discussão com a esposa, Josefa Carolina Leite da Silva, por desconfiar que sua companheira de cama e mesa lhe enfeitava os cornos. Logo em seguida, ele saiu para rua, onde cheio da cachaça serviu de alvo fácil para as investiduras do demônio em seu coração. Dizem que quando o homem retornou ao seu lar, já não estava só; o capeta estava com ele, como uma sombra permanente do mal. Estava incorporado com o diabo no corpo.

Foi, então, que tentou agredir a mulher, mas esta correu. Enfurecido, ele resolveu se vingar da mulher em um galo, que estava no quintal. Foi no galinheiro matou a galinha e bebeu o sangue dela, em seguida matou um cachorro e bebeu o sangue, a mulher assustada pegou seu filho mais novo, de oito anos nos braços e saiu correndo pedindo socorro, quando os vizinhos retornaram com ela para lhe ajudar, encontraram o filho de quatro anos degolado, mesmo a criança estando dormindo.

O vampiro havia degolado a criança que estava dormindo, possivelmente para beber o sangue também. Diante de tamanha crueldade, os vizinhos, com medo de também ficarem sem seus sangues e suas vidas, chamaram a Polícia. Testemunhas adiantaram que o encapetado era padrasto da criança. Os vizinhos o mantiveram dentro da casa, amarrado com correntes e à base de orações fortes, até que a Polícia chegou.

A população da comunidade começou a imaginar; como entender tamanha brutalidade, cometida por um único homem e reunidos já com revolta, invadiram a Delegacia e arrastaram o criminoso para a rua, onde cometeram o linchamento e queimaram o corpo. Tudo isto aconteceu por volta da 01h30min de domingo (26).

Quatro serão indiciados: Pelo menos quatro pessoas serão indiciadas pela barbárie ocorrida na localidade de Castelo dos Sonhos, distrito do município de Altamira, no Oeste paraense. De acordo com o delegado da Polícia Civil local, Artur Braga, cerca de 200 populares lincharam e queimaram o agricultor Paulo Sérgio Pereira da Silva. “Ele chegou a dizer que o sangue estava muito gostoso”, contou o delegado, com base no relato da esposa de Paulo.

A Polícia acredita que Paulo Sérgio já estava morto quando foi queimado. “A cabeça dele já estava completamente esmagada e com massa encefálica espalhada, no momento em que foi jogado na fogueira”, disse o Delegado. Somente uma necropsia poderia confirmar se a vítima estava morta ou viva ao ser queimada, no entanto, foi feito apenas o procedimento de exame cadavérico para atestar o óbito.

Suspeito: O irmão de Josefa Carolina é apontado pela Polícia como um dos principais suspeitos de incitar a população a invadir a Delegacia e matar Paulo Sérgio em praça pública. O delegado Artur Braga declarou que ainda estão sendo feitos levantamentos para identificar outros envolvidos na organização da revolta. “Uma pessoa usou um carro-som para chamar a população para matar o homem”, contou Braga. Com informações e fotos de Carlos Evandro e Adécio Piran.

Por: Carlos Cruz