MILTON CORRÊA

ESPECIALISTAS APONTAM DESPERDÍCIO DE ÁGUA NA IRRIGAÇÃO AGRÍCOLA

É da Agência Câmara de Notícias a informação de que especialistas foram reunidos no dia 21 de agosto, pela Subcomissão de Segurança Alimentar da Câmara e afirmaram que o modelo agropecuário brasileiro precisa ser modificado para evitar desperdício de água.

 De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil gasta hoje 81% de sua água na produção agrícola e pecuária.

Para a presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Conseas), Maria Emília Pacheco, o País precisa de uma agricultura que se harmonize com o meio ambiente. “A chamada revolução verde não é baseada na especificidade de uma agricultura tropical. Ela usa água em quantidade demasiada, desperdiça água.”

Maria Emília defendeu a implantação de sistemas agroecológicos, que envolvem a agricultura familiar sustentável. “Há experiências no Brasil que mostram que esses sistemas são produtores de água.”

O representante do Ministério da Agricultura no debate, Vicente Puhl, reconheceu que um dos desafios enfrentados hoje pela agricultura brasileira é reduzir o consumo de água.

Para o relator da subcomissão, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), a agricultura brasileira precisa mudar. “O modelo de irrigação que nós temos consome água demais”, disse.

O deputado ressaltou que a agricultura também contamina as águas pelo uso de agrotóxico, “que termina atingindo os alimentos e a nossa saúde”.

RACIONAMENTO

Segundo a Agência Nacional de Águas, 1/4 dos municípios brasileiros sofre com racionamento de água e mais da metade dos sistemas de abastecimento público não terão como atender a demanda em 2025. Apesar de o País ter enormes reservatórios de água, grandes regiões do Brasil não têm acesso à água de qualidade para consumo e produção.

De acordo com a agência reguladora, as áreas mais afetadas estão no litoral, sendo que 74% desses municípios estão no Nordeste. A situação é pior na área rural.

O representante do Ministério do Desenvolvimento Social na audiência, Marcos dal Faro, lembrou que é mais difícil garantir o acesso à água às populações isoladas. “Por conta da dispersão dessa população no meio rural, o atendimento via sistemas de abastecimento, como a própria rede pública, é muito deficitário. É caro levar água para essas famílias por causa da sua distribuição espacial.”

Marcos dal Faro lembrou que a região do Semiárido é o foco principal do projeto Água para Todos, do Ministério do Desenvolvimento Social, que contempla a implantação de cisternas.

O sistema de cisternas, no entanto, não garante água para a produção de alimentos, que exige reservatórios maiores.

É do site Brasil Escola  a firmação de que  a água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. Aproximadamente 80% de nosso organismo é composto por água. Boa parte dos pesquisadores concorda que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde, é considerada o solvente universal, auxilia na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.) e proteção do organismo contra o envelhecimento.

Porém, observa o site Brasil Escola, que está havendo um grande desperdício desse recurso natural, além de seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69% da água potável é destinada para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano.

Considera o site, que a poluição hídrica é outro fator agravante, os rios são poluídos por esgotos domésticos, efluentes industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros elementos que alteram as propriedades físico-químicas da água.

CICLO DA ÁGUA

O ciclo da água, também conhecido como ciclo hidrológico, consiste no processo dinâmico de diferentes estágios da água. Para melhor compreensão deste ciclo podemos iniciar sua explicação através da evaporação da água dos oceanos. O vapor resultante das águas oceânicas é transportado pelo movimento das massas de ar. Sob determinadas condições, o vapor é condensado, formando as nuvens, que por sua vez podem resultar em precipitação. A precipitação pode ocorrer em forma de chuva, neve ou granizo. A maior parte fica temporariamente retida no solo, próxima de onde caiu, e finalmente retorna à atmosfera por evaporação e transpiração das plantas. Uma parte da água resultante, escoa sobre a superfície do solo ou através do solo para os rios, enquanto que a outra parte infiltra profundamente no solo e vai abastecer o lençol freático.

ÁGUA NO BRASIL

Segundo o site Brasil Escola, nosso país é privilegiado com relação à disponibilidade de água, detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas). Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o território, proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água potável em alguns lugares. A água doce disponível em território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país.

O site Brasil Escola avalia outro fator agravante, que é a ausência de saneamento básico nas residências da população brasileira. Atualmente, 55% da população não tem água tratada nem saneamento básico. Políticas públicas devem ser desenvolvidas para reverter esse quadro. Pesquisas indicam que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o governo deixa de gastar R$ 5,00 em serviços de saúde, ou seja, são investimentos que proporcionam qualidade de vida para a população e economia aos cofres públicos em curto prazo.

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