Juiz manda quebrar sigilo de funcionários da Alepa

Prédio da Alepa

O juiz de Direito Ernane Malato determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de seis servidores da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) envolvidos nas fraudes em licitações detectadas pelo Ministério Público do Estado (MPE-PA) naquele Poder. Os seis – Raul Nilo Velasco, Marco Antônio dos Santos Braga, Raimundo Tadeu Maciel de Oliveira, Sandro Rogério Nogueira Sousa Matos, Jorge Moisés Caddah e Jorge Luiz Pereira – estão sendo processados criminalmente pelo órgão ministerial por terem colaborado nas fraudes em processos licitatórios no modelo carta-convite que ocorreram na Alepa entre 2007 e 2010, durante a gestão do ex-presidente da Casa, o pemedebista Domingos Juvenil. A quebra do sigilo dos envolvidos abrange o período de 1º de janeiro de 2007 até dezembro deste ano.

A decisão que quebrou o sigilo bancário e fiscal dos réus é datada do dia 5 de setembro, portanto, última quarta-feira. No despacho, o juiz Ernane Malato justifica que, como o processo trata de verbas desviadas do erário, faz-se necessária a quebra de sigilo bancário e fiscal relacionada a alguns denunciados, ‘sem que isso represente invasão de privacidade, em razão dos fatos, em construção de convicções e constituição material de prova, existente ou não’. O juiz lembra que a medida poderá trazer ao processo elementos de convicção que servirão de base para decisão final, ‘sobretudo pela ordem pública e primazia do interesse público, que norteiam os atos processuais e a Administração Pública como um todo, respectivamente.’

Segundo a denúncia do MP que deu origem ao processo, as fraudes em licitações ocorridas entre 2007 e 2010 resultaram em um desvio de R$ 24 milhões aos cofres públicos. Os servidores que estão sendo processados fizeram parte das comissões responsáveis por organizar as licitações na Casa: a extinta Celo (Comissão Especial de Licitações de Obras) e a CPL (Comissão Permanente de Licitação). Raul Velasco era o presidente da Celo, enquanto Maria de Nazaré Rodrigues exercia o cargo de presidente da CPL. Os promotores do caso, Arnaldo Azevedo e Nelson Medrado, descobriram que os servidores participavam ativamente das fraudes, simulando expedição de cartas-convites, fazendo constar informações falsas nas atas dos processos, falsificando assinaturas ou atestando obras nunca realizadas.

Fonte: O Liberal

 

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