Justiça confirma condenação de Berlusconi a quatro anos de prisão
Um tribunal de recursos de Milão confirmou nesta quarta-feira a condenação do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi a quatro anos de prisão no processo Mediaset, no qual é acusado de sonegação de impostos. O ex-premier ainda tem direito a um último recurso antes de a sentença entrar em vigor, no Tribunal de Cassação. Berlusconi nega as acusações e se diz vítima de promotores que teriam motivações políticas.
Três dos quatro anos da sentença serão eximidos, de acordo com uma lei para redução de penas, de 2006. A corte, que investiga o caso desde 2006, também determinou que Berlusconi não pode exercer cargos públicos durante cinco anos e nem dirigir uma empresa nos próximos três anos.
Em outubro passado, uma corte condenou em primeira instância o ex-primeiro-ministro por participar de uma fraude fiscal. Ele é acusado de inflacionar preços que seu império de comunicação – Mediaset – pagou por direitos televisivos de filmes americanos em 2006. Berlusconi teria declarado valores superiores e ficado com a diferença. O político havia solicitado a mudança do processo de Milán para Brescia, alegando que os juízes milaneses atuam com parcialidade, mas o pedido foi negado na segunda-feira.
O ex-premier, que enfrenta outro julgamento por pagar para fazer sexo com uma menor de idade, tinha apelado para reverter a sentença em outubro do ano passado. A outra audiência está prevista para 13 de maio.
Ele já passou por 33 julgamentos em 18 anos. A primeira condenação veio em 1997, um ano após o fim de seu primeiro mandato como primeiro-ministro. O veredicto foi suspenso. Um ano depois, um tribunal o condenou por corrupção e suborno, mas as decisões foram derrubadas em 1999 e 2000. Em 2007, promotores o acusaram de subornar um advogado com US$ 600 mil em troca de um testemunho favorável no tribunal. O caso foi encerrado por juízes italianos, em 2012, sob a alegação de que muito tempo tinha passado sem uma decisão, uma justificativa que beneficiou o ex-primeiro-ministro diversas vezes.
Fonte: G1