Advogado é acusado de fraude em Belém
O advogado Mário Paiva e a mulher dele, Márcia Paiva, são acusados de envolvimento em denúncia de fraude em documento do Hospital Guadalupe, que está sendo apurada pela Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe).
Esse documento falso foi usado por Paiva em um agravo de instrumento deferido pela desembargadora Gleide Pereira de Moura em favor de um cliente dele, o libanês Sleiman Saleh El Sayegh, que teve desbloqueado R$ 1,6 milhão de precatórios de R$ 14 milhões em que ele é credor do município de Belém.
A fraude consistia em um suposto orçamento para tratamento de saúde de Sleiman, feito por aquele hospital, dando conta de que o libanês teria ficado internado durante um ano e gasto R$ 3,2 milhões.
Ocorre que a direção do hospital nega ter elaborado tal orçamento e afirma que o libanês lá nunca esteve internado, como justificou Paiva no recurso acolhido pela desembargadora.
Por conta disso, a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que recebeu representação protocolada pelo empresário de consultoria e serviços, Gleber da Silva Maduro, residente em Brasília, a quem Sleiman deve os R$ 1,6 milhão desbloqueados, decidiu apurar se a conduta da desembargadora no caso foi correta ou não.
Maduro alega que a desembargadora deveria ter atentado para a fraude feita pela mulher do advogado, que trabalhou no hospital Guadalupe até ter sido afastada pela direção. O empresário salienta na representação entregue ao CNJ, que prestou serviços a Sleiman Sayegh e à empresa do libanês, a Importadora Latina Ltda e, por força do contrato de prestação de serviços realizado entre as partes, originou-se um crédito em favor dele. Após tentar receber amigavelmente o dinheiro, sem sucesso, Maduro foi obrigado a recorrer ao Judiciário.
A Importadora Latina e Sleiman tem créditos decorrentes do precatório requisitório nº 001/2007, em tramitação no TJE, aparecendo como credores do município de Belém.
OUTRO LADO
O advogado Mário Paiva afirmou que a mulher dele, Márcia Paiva, não praticou nenhuma irregularidade durante os dez anos em que trabalhou no Hospital Guadalupe e negou que ela tivesse sido demitida por suposta falsificação de documentos do hospital. “Ela colocou o Guadalupe na Justiça do Trabalho e o hospital foi obrigado a fazer um acordo para pagar as indenizações que deve”, disse Paiva. Ele assinalou que sua mulher tem um documento assinado pela direção do hospital atestando que Márcia não possui qualquer deslize que desabone sua conduta durante o tempo em que lá esteve.
Fonte: Diário do Pará