Réu é condenado a 27 anos de prisão
Num total de mais de 30 horas, em dois dias, seis mulheres e um homem que compuseram o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da 10ª Vara Penal de Santarém, condenaram o réu André dos Santos Sá, vulgo “Andrezinho”, de 27 anos, pela morte do taxista Francion Ferreira de Sousa e pela tentativa de homicídio de outras sete vítimas que estavam em seu carro, crimes ocorridos há quase três anos no Diamantino.
A condenação foi sustentada pelo promotor público Laércio Abreu. Os jurados, porém, reconheceram que a participação do réu nos crimes foi de menor importância, ao entenderem que quem efetuou os disparos no táxi de Francion, foi o réu foragido Lauro Pereira da Silva, vulgo “Índio”, atendendo assim a uma das teses apresentadas pelos advogados do réu, Wlandre Leal e Kellestown Passos.
O juiz Gerson Marra Gomes aplicou a pena final (já descontado o tempo em que o réu está preso) de 27 anos, 01 mês e 18 dias de reclusão em regime fechado, pelos oito crimes cometidos de forma continuada.
Perseguição e morte – No dia 03/07/2010, um grupo de amigos se encontrava numa festa na danceteria Ar Livre Vip, no bairro do Diamantino, quando um rapaz que se encontrava no local mexeu com uma das moças do grupo, gerando um início de discussão dentro da sede. Os brigões foram retirados do recinto pela segurança, e lá fora a discussão aumentou.
Ocorre que o jovem que iniciou o tumulto era mototaxista e pertencia aos grupos de motoqueiros conhecidos por “Piseiro” e “Proibidos”, do qual os réus eram integrante. Estes grupos já tinham histórico de participar em vários atos de violência nos bairros da periferia.
O grupo de amigos resolveu sair do local pegando o táxi de Francion, que apesar de ameaçado pelos motoqueiros encarou-os e transportou sete pessoas de uma vez, umas sentadas nos colos das outras.
Foi aí que começou a perseguição em uma única moto guiada por “Índio” e “Andrezinho”. que conseguiram alcançar o táxi e disparam diversos tiros, atingindo mortalmente o taxista e ferindo os sete passageiros.
Julgamento – O primeiro dia do Júri Popular terminou por volta de meia-noite de terça-feira (14/05), com a oitiva das vítimas e testemunhas em 16 horas de sessão.
Das 18 pessoas previstas a serem ouvidas (entre vítimas e testemunhas), apenas oito ficaram após dispensas feitas pelas partes de testemunhas e vítimas encontradas ou não encontradas. Foi realizada também a acareação de duas das vítimas ouvidas pela manhã de terça.
O júri prosseguiu durante a quarta-feira (15/05) com o depoimento do réu e os debates entre Defesa e Acusação, terminando na madrugada desta quinta-feira (16/05) com a leitura da sentença. Só a votação dos jurados demorou uma hora e meia, já que foram votados mais de 50 quesitos para os oito crimes.
A próxima sessão de julgamento da 10ª Vara será no dia 21/05, quando sentará no banco dos réus Charles Jacy Cota Campos, acusado de matar Francisco Lima da Silva, em 1995.
Fonte: RG 15/O Impacto e TJ/PA