Pesquisador defende tese de “resfriamento global” em palestra na UFOPA
Estudantes, professores e profissionais participaram da palestra “Mudanças climáticas: mitos, verdades e perspectivas”, realizada pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), em parceria com o Sindicato Rural de Santarém (SIRSAN) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA), no último dia 17, no Auditório do Campus Tapajós. A palestra foi proferida pelo Prof. Dr. Luiz Carlos Molion, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Na abertura do evento, o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica da UFOPA, Prof. Marcos Ximenes, afirmou que é função da universidade promover debates que trazem diferentes visões, “especialmente com um tema que afeta tão profundamente a vida das pessoas que vivem na Amazônia”. Antes da palestra principal, o coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) da Região Norte, José Raimundo Abreu de Sousa, falou sobre o tema “Variabilidade climática do estado do Pará”.
Molion afirma que o gás carbônico (CO2), ao contrário da tese propagada mundialmente, não controla o clima global e que as catástrofes anunciadas são apenas especulativas e não possuem base científica. Segundo o meteorologista, o clima sempre variou naturalmente: “Mudanças climáticas acontecem e são naturais. O homem não tem capacidade de mudar o clima global; ele interfere apenas no clima local”.
Dados apresentados pelo pesquisador mostram que entre 1946 e 1956 houve um resfriamento mundial, embora o homem tenha aumentado a produção de energia elétrica e a quantidade de gás carbônico lançado na atmosfera após a Segunda Guerra Mundial. “Depois disso, de 1986 a 1998, houve um aquecimento, e aí aproveitaram para dizer que esse aquecimento estava sendo produzido pelo homem, pois o interesse por trás é econômico. Não temos crise climática nenhuma”. A principal razão para a sensação de aumento da temperatura se daria pelo chamado “Efeito Ilha de Calor Urbana”, devido às alterações na paisagem das cidades provocadas pelo aumento da densidade populacional.
O cientista teoriza que, ao contrário, a perspectiva para os próximos 20 anos é de um resfriamento na Terra. “Os oceanos estão esfriando, particularmente o oceano Pacífico, que ocupa um terço da superfície terrestre. A atmosfera é aquecida em contato com a superfície; portanto, se uma grande extensão dela esfriar, ela vai esfriar a atmosfera e, com isso, o clima como um todo”. Segundo ele, não há evidências de que o nível dos oceanos tenha subido, de fato, nos últimos 150 anos. O que estaria ocorrendo seria um processo natural de variabilidade provocada pelo ciclo lunar.
Luiz Carlos Molion disse que, embora os eventos extremos, como grandes secas e furacões, sempre tenham ocorrido, é necessário repensar a ocupação do espaço urbano para se evitar o grande número de vítimas, uma vez que a população continua crescendo. O pesquisador encerrou a palestra afirmando que, independentemente das mudanças climáticas, a conservação ambiental é uma necessidade de sobrevivência para o homem.
Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/UFOPA