Fartura e fome contrastam na alimentação dos santarenos
Banhada por dois grandes rios, o Tapajós e o Amazonas e apresentando fartura de várias espécies de peixes, Santarém passa por contrastes relacionados à alimentação. Em vários pontos da cidade, centenas de peixes capturados para a prática do comércio são devolvidos com freqüência aos rios, deixando diversas famílias sem a alimentação.
Para constatar a situação, pescadores do Lago do Mapiri afirmam que os peixes que sobram das vendas diárias em comércios e em embarcações que ancoram às margens do manancial são jogados de volta por não ter para quem doar ou vender. O problema pode ser constatado também por donos de frigoríficos e vendedores de grandes mercados em Santarém.
Sobras de peixes podem ser observadas nas áreas do Mercadão 2000, Feira do Pescado, Mercado Modelo e Mercado de Santana, além da empresa Edifrigo e em locais de vendas artesanais, como no Porto dos Milagres e na Praia do Maracanã.
Donos de restaurantes também reclamam que as sobras dos alimentos não podem ser doadas diretamente para a população por conta de embargos da Vigilância Sanitária. Enquanto toneladas de pescado são jogadas de voltas aos rios da cidade e enviada para o lixão de Perema, centenas de pessoas passam fome, principalmente em bairros periféricos da cidade.
Já a captura do pescado pode ser vista em vários pontos do Município, como nos lagos do Juá, Mapiri, Maicá, nos rios Tapajós e Amazonas, além da pesca esportiva na orla da cidade. Diversas toneladas de peixes são capturadas todos os dias em Santarém tanto por pescadores profissionais quanto artesanais e esportivos.
LAZER: O novo trapiche na orla da cidade, em frente ao Mercado Municipal, já se tornou uma opção de lazer para quem gosta de pescar. Na verdade, a alternativa pode funcionar como uma espécie de ‘terapia’ para quem está estressado e busca tranqüilidade. Enquanto aguarda um peixe fisgar a isca, o praticante de pescaria exercita a concentração e desperta as idéias.
PESCARIA NA ORLA: Para o empresário Elielton Lira, Santarém é sem dúvida alguma abençoada por Deus. Ele afirma que diante da cidade corre o rio mais bonito do mundo, o Tapajós. “Como se não bastasse, encontra-se com o maior rio do mundo, o rio Amazonas. A beleza deste encontro é famosa no mundo inteiro”, enaltece.
Para o privilégio dos que habitam Santarém, segundo Elielton, os rios são fartos de peixes. “Podemos comprovar na pescaria feita na orla da cidade. Não fica ninguém sem peixe, é muita fartura mesmo, louvado seja Deus!”, elogia o empresário.
Fonte: RG 15/O Impacto
Pois é a fartura de peixe é grande, e o peixe é cada vez mais caro, e preferem jogar o peixe estragado de volta ao rio do que vende-lo mais barato. Se barateasse um pouco talvez não fosse preciso desperdiça-lo e de quebra ainda podia beneficiar muita gente necessitada.
Pescar por esporte, ou por vontade de saborear um peixinho, ou por necessidade mesmo de quem não pode comprar comida, até aí tudo bem. Agora, pescar na orla, onde não é lugar para isso, onde as famílias vão passear e sendo ameaçadas de sofrerem um acidente com tantos anzóis e chumbadas voado em suas voltas, aí é no mínimo, irresponsabilidade e falta de respeito e compreensão de quem pesca, e falta de autoridade e compromisso das autoridades em proibir essa prática na orla da cidade.
Sábado a noite as 19 horas levei minha filha de 5 anos e mais minha esposa para passear na orla, e por várias vezes corremos um risco tremendo de sermos \”pescados\” por anzóis das varas de pescar que roçavam em nossas voltas. Andávamos beirando à av. tapajós, pois andar até pelo meio do calçadão da orla era perigoso, e os caras nem se quer olham para trás quando levantam suas varas de pescar e solavancam seus anzóis com chumbadas, não estão nem aí pra quem vai passando, UM ABSURDO isso, e ninguém faz alguma coisa. Quando chegamos próximo da praça Barão, tivemos que ir para o meio da rua junto com os carros e aí segurei firme nas mãos da minha filha pois ficamos encurralados sem saber pra onde ir pois naquele trecho o calçamento é mais estreito e estava tomado de gente pescando e os anzóis e linhas voavam a todo momento por cima dos \”pescadores\” e iam até a beira da rua e voltavam por cima pra caírem no rio.
Talvez quando alguém for acidentado, irão pensar em tomar uma atitude. Ali não é lugar de pescar. A pessoa que quer pescar, deveria providenciar uma canoa e ir pro meio do rio. Onde não há ordem, há bagunça e sérios riscos de acidentes. Por ser um lugar público as pessoas acham que podem fazer o que bem entendem mesmo que prejudiquem as outras. Se é permitido pescar ali, por que não interditam toda a orla, proibindo as pessoas de transitarem em suas horas de passeio. Não dá mais pra levar nossos filhos à orla, pois descaracterizou-se aquele espaço. Lamento profundamente.