Estudo aponta área de Fátima de Urucurituba imprópria para ocupação
Um estudo realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apontou a área ribeirinha de Fátima de Urucurituba como imprópria para ocupação permanente. A comunidade sofre com o fenômeno das terras caídas. De acordo com o estudo, nos dois últimos anos, a situação agravou-se, resultando em perdas materiais significativas para os moradores do local, como a destruição da escola local e algumas moradias. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil informou que está monitorando a situação dos moradores.
De acordo com o estudo, a área constitui uma barra lateral – ou dique – que separa o rio Amazonas do Lago Pacoval, próximo à confluência com o rio Tapajós. O local é via de passagem de embarcações de grande porte que geram turbulência das águas e ondas irregulares, denominadas “banzeiros”.
“A barra que separa o rio da lagoa é formada predominantemente por areia fina e lama (silte e argila) depositadas durante os períodos de cheia. Durante a vazante, principalmente entre setembro e novembro, estes depósitos de areia e lama saturados de água escorregam à medida que o nível d’água vai baixando e geram movimentos de massa subaquosos seguidos de ondas com grande energia e poder de destruição. O fenômeno é acelerado pela ação do banzeiro gerado, principalmente, pela passagem de grandes embarcações. Trincas ou fraturas no solo são os primeiros indícios de movimentação das terras caídas que progridem para degraus de “abatimento” e a consequente redução de área de terra exposta e ocupável temporiamente” explica o relatório.
O estudo aponta algumas sugestões de intervenções como: regulamentação da ocupação das áreas de várzea – por exemplo, permitir somente casas sobre estacas ou pilares. Antes é primordial a realização de estudos hidrológicos e geotécnicos. Outra solução apontada é a construção de moradias mais afastadas das margens, principalmente dos locais onde ocorrem, no solo, trincas de tração.
COMDEC busca apoio dos governos estadual e federal
O coordenador Darlison Maia informou que busca apoio da Defesa Civil Estadual e do governo Federal para remover os comunitários. Segundo Darlison, as áreas de várzea hoje estão sob a gerência do INCRA, consideradas assentamentos coletivos.
“Infelizmente o município não tem gerência sobre essas áreas. Estamos buscando ajuda do governo do estado e do governo federal e oferecendo alternativas para as famílias”, pondera o coordenador.
Fonte: RG 15/O Impacto e CCOM/PMS