Informe RC

PARA ONDE QUEREM LEVAR O BRASIL? I

Manifestações populares ou passeatas pacíficas ocorridas no País, ganhando ruas e praças das grandes cidades, nos últimos 40 anos tiveram um final feliz, como a dos Caras Pintadas (1992), pedindo a renúncia e impeachment do ex-presidente Collor e das Diretas Já (1984) pelo retorno do país a democracia e da escolha pelo voto direto de presidente, governadores, prefeitos e a retirada de municípios de áreas de Segurança Nacional. As que tomaram direções opostas, orientadas por baderneiros e agitadores profissionais “encapuzados”, infiltrados no meio da estudantada, falsamente revoltados, acabaram em tragédias. Em março de 1968 a passeata realizada no Rio de Janeiro, no centro da cidade, a pretexto de protestar contra o preço da comida num restaurante estudantil (Calabouço) quando já usavam paus e pedras contra PMs, culminou com a morte do estudante “paraense” Edson Luis, pela Polícia Militar, redundando, posteriormente, na edição de um Ato Institucional, cassações de mandatos e o endurecimento do regime militar.

PARA ONDE QUEREM LEVAR O BRASIL? II

As de agora, muito maiores, realizadas nesta segunda, 17, atingindo maioria das capitais, algumas com mais de 100 mil manifestantes, com a justificativa do aumento “alguns abaixo da inflação”, das tarifas de transportes coletivos, destruindo propriedades privadas e públicas, comandadas por mãos e cabeças alheias à democracia, dando vaias a presidente, protestando contra desrespeitos as leis, condenando a construção de estádios, criminalidade, custo de vida, melhoria da saúde, moralização dos serviços públicos, conivência do governo com a corrupção, não punindo corruptos e sediar uma Copa do Mundo ao custo de dezenas de bilhões de reais, se tornam uma incógnita quanto a intenção. Para onde, maus brasileiros muito bem remunerados, financiados ou não, querem levar o Brasil? Que a maior manifestação popular da história, transformando por uma hora o País num barril de pólvora, sirva de lição aos atuais inquilinos do poder do que pode ocorrer no futuro, é um aviso de que não devem transformar o Estado em propriedade privada para se perpetuar no poder e nem usar órgãos da administração pública como comitês políticos, posto de troca de apoio por empregos, espionando adversários, enquanto parte do povo não tem o que comer, e que a intenção dos manifestantes seja no rumo de uma democracia verdadeira. O recado das ruas foi dado.

QUE SE DANE A NATUREZA

Falar em poluição, degradação do meio ambiente a grupos multinacionais, interessados mais em faturar, cercados de bons e caros advogados para justificar maus feitos, é perda de tempo, não há respeito a leis ambientais. Mais uma vez, entre muitas outras, a poderosa empresa Bertolini derrama centenas de litros de óleo diesel, proveniente de uma de suas embarcações nas águas do Tapajós, poluindo parte do rio. Nesse tipo de crime a Bertolini é useira e veseira, já que multas aplicadas pelo IBAMA não são recolhidas, passando anos brigando na Justiça até as ações serem prescritas ou caírem no esquecimento. Por onde passam deixam sua marca de destruição, do porto concretado sobre a praia no bairro do Uruará, destruindo (avenida Antonio Simões), desrespeitando o direito de ir e vir dos moradores até a construção de um depósito na Matinha, fechando uma passagem de serventia pública e poluindo o igarapé do Irurá. Que se dane a natureza.

AINDA NÃO ACREDITA

A companheira Dilma e seus auxiliares mais próximos, ainda não acreditam da inflação começar incomodar os bolsos das famílias brasileiras eleitoras. Repetem as palavras da excelência: está tudo sob controle, é terrorismo da mídia e da oposição, mas ex-presidente do Banco Central afirma da crise ser grave. Quem não freqüenta supermercados, não paga contas com recursos próprios e nem vão às padarias, com despesas pagas pelos cofres públicos, podem pensar assim. Semana passada, pesquisa de opinião publica divulgada, mostra dos índices de aprovação popular da presidente continuarem sendo corroídas, não só pelos protestos dos estudantes infiltrados de baderneiros, causando danos ao patrimônio particular e público em alguns estados, e sim também pela inflação, corrupção, com ajuda significativa das áreas de saúde, segurança e educação, mal avaliadas pela população. Recente, a Controladoria Geral da União “CGU”, apontou fraudes no Bolsa Família e de no maior programa social de distribuição de rendas do País (13 milhões de famílias), estar cheia  de irregularidades, beneficiando produtores rurais, servidores públicos, autoridades, comerciantes, alunos de escolas particulares e pessoas falecidas, estão na relação dos beneficiários pelo dinheiro da viúva. A CGU, órgão de fiscalização de contas do governo, ainda não foi desmentida.

PUNIRAM O PASTOR

Todo o mundo político sabe da Igreja Evangélica Assembléia de Deus funcionar no Pará como uma evangélica governista, onde seu apoio é disputado por candidatos a cargos majoritários (Prefeitura, Governo e Senado) sendo os postulantes as proporcionais (Vereador, estaduais e federais) reservado a fiéis, normalmente pastores, com a benção do mandão maior no Estado, o pastor Samuel Câmara. Como nem todos os dirigentes noutros estados são políticos, não comungando do pensamento de São Francisco de Assis: “é dando que se recebe”, o pastor foi desligado da Mesa Diretora Nacional (vice-presidencia), segundo Conselho de Ética e Disciplina da instituição por quebra de decoro. Comentam da motivação ser maior. Da punição vinda com bastante atraso, o castigado ficou de recorrer.

ESQUECIDOS

O principal corredor da margem esquerda do rio Amazonas a PA-254, ligando de Oriximiná a Prainha, cortando municípios de Óbidos, Curuá, Alenquer e Monte Alegre, conhecida com Calha Norte, com dezenas de comunidades e vicinais as suas margens “mais de 50 mil habitantes”, continua sendo apontada como das mais desassistidas e esquecidas do Estado, por não ter meios de escoar sua produção agrícola no período das chuvas e desprovida de energia elétrica, aguardando pela pavimentação da estrada há quase 40 anos. De consertos anuais “paliativos” mal feitos e superfaturados em época de verão, estão cansados, vem o inverno e tudo fica como antes. A ponte sobre o rio Curuá, com 360 metros de extensão, na PA entre Alenquer e Óbidos só tem a placa, o escrito ainda é intenção.

COLABORAÇÃO

Os imortais da Academia de Letras e Artes de Santarém, cujas atividades literárias e artísticas infelizmente são desconhecidas da população, deviam prestar uma colaboração aos vereadores fornecendo relação de santarenos ilustres de nascimento, ou não, falecidos, mas esquecidos, que contribuíram para o desenvolvimento do Município e da região, para darem nome a muitas artérias da cidade, sugerindo mudanças de outros, próprios e logradouros públicos. A função principal do legislador mirim, independentemente de ajudar e fiscalizar atos do Prefeito, de fazer denúncias, maioria desprovidas de verdades, passíveis a desmentidos, é criar e atualizar leis de interesse publico, o que pouco tem sido feito, a não ser conferir títulos de cidadania e honra ao mérito, aos montões, maioria a residentes de passagem. Aos de casa, mortos ou vivos, nada.

“SENADORES” PREOCUPADOS

Para “senadores” do “senadinho” das laterais da Garapeira Ypiranga na Praça da Matriz, o prefeito Alexandre Von, para consertar errados que ocorrem na cidade desrespeitando a Constituição e o Código de Postura do Município, vai ter de colocar o coração de lado como está acontecendo com a esperada desocupação da Praça Tiradentes, embora existam situações piores provocadas por pessoas de poder aquisitivo alto, que por ignorância e desconhecimento de leis, não ajudam a dar um aspecto melhor a Santarém. Os “senadores” esperam do tratamento dado a Praça Tiradentes seja prolongado a outras, e da ocupação das calçadas transformadas em garagens, oficinas mecânicas, exposição de sucatas e de carros, prolongamento de bares, dançarás, restaurantes, e da existência no centro comercial de pisos derrapantes oferecendo perigo a vidas, tenham um ponto final e não caiam no esquecimento como ocorreu em outras administrações. Como cada caso é um caso, resta esperar. Com o Von pode ser diferente. É o que espera os “parlamentares da língua solta”.

ESTÃO TOMANDO CONTA

Sem poder apontar culpados pela marginalidade estar quase oficializada em todos os cantos do País, em Santarém, apesar de ter uma Polícia presente, está tomada por gangues. A bandidagem tem agido à vontade, uns são presos, outros ficam soltos anunciando assaltos. Semana passada, como em todos os lugares, foi rica no registro de casos policiais e da preocupação de entidades representativas da população com o aumento da violência. O presidente do Sindicato dos Mototaxistas “os legais” afirma de parte dos assaltos seguidos de roubos são praticados por clandestinos, atuando como ladrões não como condutores. Em vários bairros periféricos assaltantes (4) foram linchados por populares, não sendo mortos, como parte das vítimas, por interferência de policiais. Quando o povo começa a fazer justiça pelas próprias mãos, não é bom sinal.

AGORA VAI SER PRAÇA

Depois de anos como donos do pedaço, barraqueiros da Praça Tiradentes são intimados pela Justiça, mediante provocação da Prefeitura, atendendo apelo dos moradores em redor, a retirarem a edificação de suas barracas e teréns até dia 30 de junho, final do mês. Os “comerciantes” são acusados pelos vizinhos e dezenas de famílias às proximidades, de terem feito da praça local de vandalismo, depósito de lixo, prostituição adulta e infantil, venda de drogas e bebidas alcoólicas, desvirtuarem a finalidade do próprio público e perturbarem o sossego, devendo por esses adjetivos ser urgentemente desobstruída. Nota 10 à Justiça, a praça é um local de lazer da população, não ponto comercial. Quem devia pagar os prejuízos dos “empresários” com a retirada de seus ganha-pães, embora de maneira errada, é quem autorizou a “locação”.

MELHOR DOAR

Dezenas de vezes, este jornal e a coluna, solicitaram do Ibama e da Sema estadual, da madeira apreendida na região Oeste paraense, fosse doada aos municípios para construção de pontes, escolas, carteiras escolares, em comunidades ribeirinhas, principalmente em época de cheia dos rios, o que ocorre anualmente, onde quase tudo a água leva e deixa muitas prefeituras sem terem recursos para reconstruir. Nem sempre os governos ajudam. Neste início do mês, o prefeito de Aveiro recebeu do Ibama uma doação de cidade grande: 3.6 mil metros cúbicos de madeiras de lei para suprir essas dificuldades. Por que não fazem o mesmo com Santarém e outros, desde que arquem com as despesas de retirada das florestas dos produtos doados? Melhor doar do que apodrecer, como ocorre constantemente.

MAU EXEMPLO VEM DE CIMA

Como o mau exemplo vem de cima há muito tempo, a impressão que deixa é da impunidade estar generalizada. Têm ex-prefeitos da região da Calha Norte paraense sendo apontados como responsáveis de desvios de recursos públicos. Há poucos dias, o Ministério Público Federal denunciou à Justiça o ex-prefeito de Faro e seus auxiliares mais próximos em 4 ações onde são acusados de meterem a mão em repasses do Fundeb, praticando fraudes em licitações, uso de empresas laranjas para emissão de notas fiscais e de serviços não realizados (2012), mas dados como concluídos e pagos. O Juiz da 1ª Vara Federal “Santarém” atendeu a solicitação do MPF e determinou a indisponibilidade dos bens. Resta saber se os avanços vão ser devolvidos e os autores condenados, o que não é de costume, pelo menos no Pará.

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