Descarga elétrica mata dois e fere quatro

Descarga elétrica
Descarga elétrica

Uma descarga elétrica vitimou sete pessoas na região do Açaizal, município de Goianésia do Pará, sudeste do Estado, deixando duas pessoas mortas, quatro feridas e um adolescente ileso. A tragédia aconteceu quando uma canoa do tipo rabeta, que transportava passageiros e o piloto, passou por baixo de um fio de energia de alta tensão. Entre as vítimas, três estão hospitalizadas e um corpo ainda está desaparecido. A tragédia aconteceu no final da tarde de domingo.

As sete vítimas já foram identificadas, trata-se de Alzimar Gomes de Souza, 39 anos, conhecido como William Madeireiro; a esposa Katiane Matos Araújo, seu filho Matheus Gomes, de 14 anos, Janiele Barros de Oliveira, 23, e seu marido Elizeu Nascimento Santos, 23 anos, Adriano dos Santos Souza, 24 anos, e Antônio Francisco costa, 31 anos.

Todos são moradores de Jacundá e foram passar o final de semana na ilha de William Madeireiro. O acidente aconteceu quando o grupo retornava para a cidade jacundaense.

Um dos sobreviventes do acidente, ouvido com exclusividade pela reportagem, detalhou como tudo acontecera. O tratorista Adriano Souza contou que na embarcação de madeira, impulsionada por motor, viajavam sete pessoas. “Sei que estávamos vindo embora quando passamos por baixo de um fio de energia e uma forte descarga elétrica nos atingiu. Ficamos desacordados por alguns minutos. E aos poucos nossa consciência voltou ao normal”.

Adriano relata ainda que a descarga elétrica foi causada por uma atração entre uma vara de pesca de metal e o fio de condução de energia. O apetrecho de pesca era transportado pela esposa do soldador Elizeu Santos, Janiele de Oliveira. “A vara de pesca estava em pé, nas mãos de Janiele”. No local, segundo o sobrevivente, a distância entre a lâmina d’água e o fio de alta tensão é inferior a 2 metros, o que teria provocado o acidente, por volta de 15h30 de domingo quando o grupo estava a poucos metros do porto.

PÂNICO NA ÁGUA

Com a descarga elétrica, segundo o sobrevivente Adriano, tanto William quanto Elizeu caíram na água. O restante do grupo permaneceu dentro da canoa que passou da zona eletrificada ainda com o motor ligado. “A canoa ficou desgovernada”, lembra o homem, que recorda quando abriu os olhos e não sentiu o braço e a perna esquerda. “Estava com um lado do corpo paralisado, não sentia nada, e meio zonzo abri os olhos e vi que as mulheres estavam desmaiadas”.

Ao recobrar o raciocínio, Adriano explica que percebeu quando William tentava nadar em direção ao barco. “Ele nadou lentamente e chegou até à canoa, quando eu o ajudei a entrar”. Em seguida alguns ribeirinhos residentes próximos ao local do acidente socorreram o grupo. “A situação era de pânico”, resume o homem.

Com o choque elétrico morreu minutos depois do acidente o ajudante de tratorista Antônio Francisco Costa, 41 anos. “Quando tive condições de me mexer, o Chico estava respirando até melhor que as duas mulheres, mas não conseguiu resistir por muito tempo”. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Marabá para os devidos procedimentos. Em seguida foi liberado para os familiares. O velório foi realizado no distrito de Tuêre, município de Novo Repartimento.

Até o fechamento desta edição, o corpo de Elizeu Santos não havia sido encontrado. Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Marabá foi acionada e faz buscas para localizá-lo, com ajuda de moradores.

Entre os sobreviventes, Janiele de Oliveira foi socorrida para o Hospital Municipal de Jacundá, onde foi atendida e transferida para o Hospital Regional de Tucuruí. Segundo uma fonte do HMJ, a mulher apresentou ferimentos nos braços, pescoço e rosto, inclusive, com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus. Seu estado de saúde é estável.

Fonte: Diário do Pará

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