Programa Mais Médicos preenche só 10% das vagas e chama 358 estrangeiros
A primeira seleção do programa Mais Médicos teve confirmação de inscrição de 1.618 médicos, o que significa atendimento de cerca de 10,5% da demanda por 15.460 médicos requisitados por 3.511 cidades. Desse total, 522 profissionais atuam hoje no exterior. O balanço apresentado nesta quarta-feira, 14, pelo governo aponta que, dos médicos que atuam fora do Brasil, 358 são estrangeiros e 164 são brasileiros que fizeram a graduação fora do País. Segundo o Ministério da Saúde, serão atendidos cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Na segunda-feira, 19, haverá uma nova rodada de seleção para o programa, quando municípios e médicos poderão se inscrever. Para essa nova etapa, a previsão é que os profissionais cheguem às cidades em 1º de outubro.
O governo informou ainda que 67,3% dos locais em que vão atuar os novos profissionais são considerados de extrema pobreza e são distritos de saúde indígena. Os outros 32,7% são periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Dentre os municípios considerados prioritários pelo Ministério da Saúde, 703 não foram selecionados por nenhum profissional – brasileiro ou estrangeiro – na primeira fase de seleção do Mais Médicos. Entre eles, 604 são de extrema pobreza e 97 estão em regiões metropolitanas.
“São municípios concentrados ainda mais no interior do País, alguns nas regiões metropolitanas, em cidades com concentração de pobreza. Tem maior concentração no Norte e Nordeste, mas também tem nas outras regiões”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo a pasta, a maior parte está nos Estados do Amazonas, da Bahia e do Maranhão. “O diagnóstico principal é que temos número insuficiente de médicos no País para dar conta de todas as carências”, disse Padilha.
O ministro avalia ainda que mais municípios do interior do País serão contemplados pelo programa. “Mais municípios foram atendidos com a entrada de médicos formados fora do Brasil. Houve, sobretudo, deslocamento do litoral para o interior do País”, disse. Segundo ele, cidades que ficam em região de fronteira, especialmente na Região Sul e no Acre, passaram a ser ocupadas com a entrada de médicos com formação fora do Brasil.
Fonte: Estadão