Escândalo – Governador constrói quadra “Fantasma” em escola de Santarém
Uma semana depois da visita do governador Simão Jatene (PSDB) a Santarém, na região Oeste, onde acompanhou os atendimentos da Caravana Pro-Paz e discutiu com três alunas da Escola Estadual Rio Tapajós, localizada na rodovia Santarém/Curuá-Una, no bairro do Diamantino, surgiu uma nova denúncia envolvendo as obras de reforma do educandário.
Desta vez, as denúncias apontam que o Portal da Transparência do Governo do Pará mostra que a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) liberou verba para a construção da cobertura da quadra poliesportiva na Escola rio Tapajós e, que o montante já foi pago à construtora NACIONAL CONSTRUCOES & SERV. TÉCNICOS LTDA EPP.
O Portal da Transparência mostra que foi realizado pagamento R$ 36.585,83 mil, da cobertura da quadra da Escola no dia 07.11.2013, ou seja, 20 dias antes da visita do Governador inaugurar a escola, como mostramos abaixo.
Toda essa situação teria sido uma tentativa desesperada da Secretária Adjunta de Logística da SEDUC, Lene Farinha, de evitar que o Governador passasse por qualquer tipo de constrangimento durante a visita à Santarém. Ela realizou o pagamento para a empresa construir a cobertura da quadra da Escola, porém, por motivo desconhecido a cobertura não foi feita, o dinheiro ninguém viu e o Governador passou por um constrangimento nunca antes visto com nenhum outro gestor da história do Pará.
Agora, a pergunta que todos fazem: Por que o governador Simão Jatene não toma uma atitude drástica para descobrir o motivo de a Secretária Adjunta Lene Farinha ter feito esse pagamento à construtora responsável? Qual o motivo de Lene Farinha sempre ser privilegiada pelo Governador, mesmo com as constantes denúncias contra a mesma? Será que rela tem alguma carta escondida na manga de sua blusa, para que nada lhe aconteça?
Durante várias a reportagens exibida em rede nacional, pode-se constatar nas imagens que a quadra da Escola encontra-se totalmente deteriorada e não recebeu qualquer tipo de cobertura.
Porém, alunos e funcionários afirmam que a quadra que existe hoje na Escola Rio Tapajós foi construída há mais de seis anos pela própria comunidade e, que nenhuma outra área de lazer foi edificada na reforma apontada pelo governador Simão Jatene.
O colégio passou por reformas recentemente, e, no momento da cerimônia, alunas que cobravam reformas mais completas, chamaram a obra entregue pelo governo de “maquiagem”.
Após o governador do Estado, Simão Jatene, perder a compostura quando questionado a respeito da qualidade das obras pelas alunas do 3º ano do ensino médio da escola Rio Tapajós, chegou a bater boca com as estudantes e depois virou as costas.
“Isso me deixa indignada porque o que deveria ter sido feito não foi concluída, e não sair falando por aí que ele fez reforma na escola, isso não foi uma reforma”, protestou uma das alunas. “Não se pode nem dizer que foi uma reforma porque o que o governo fez foi pouco e encontramos muitas falhas”, afirmou outra aluna.
Durante a cerimônia, os alunos reivindicaram, dentre outras coisas, a reforma da quadra da escola. Na ocasião, o governador Simão Jatene tirou a responsabilidade da administração estadual e transferiu a culpa para os cidadãos. Disse que o dinheiro é só um e que os recursos que pagam os professores, também compra carteiras, merenda, constrói quadra, reforma e constrói escolas.
“Essas carteiras foram trocadas há menos de um ano. Cada momento que o Estado tem que trocar cada uma dessas carteiras, vai faltar dinheiro para construir a quadra, para fazer outra escola, para reformar uma outra escola melhor”, ressaltou Jatene, ao analisar uma das salas de aula da escola.
O governo do Estado divulgou que foram utilizados R$ 700 mil para melhoria do forro, da fiação, pintura, iluminação, calçadas e jardinagem da escola Rio Tapajós, que não passava por reforma há 15 anos.
A situação, segundo as estudantes, foi provocada pela má qualidade da obra realizada na Escola, o que se agravou com a notícia de que o Educandário já recebeu a cobertura da quadra.
REPERCUSSÃO NACIONAL: Em blog oficial, a ex governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT) declarou que as notícias não tem sido muito boas para Simão Jatene, na educação. Após uma greve de quase dois meses, em que ele ao final teve que ceder ao movimento e pagar o piso retroativamente a 2011 e os péssimos resultados dos alunos da rede estadual no Enem, eis que o “desgovernador” decide “inaugurar” a pintura de uma escola em Santarém.
Para ela, o resultado não poderia ser pior quando o atual Governador foi desmentido por alunas do último ano do ensino médio.
“De dedo em riste, Jatene disse que a escola havia sido depredada pelos estudantes e que os professores não estavam cumprindo seu papel. As alunas reagiram a altura e denunciaram que foram gastos mais de 700 mil reais apenas na pintura das salas”, disse Ana Júlia, em seu blog.
Depois do constrangimento, Jatene deu às costas aos presentes e saiu sem dar mais nenhuma declaração. Segundo informações que circulam nas redes sociais, as carteiras que aparecem na reportagem ficaram danificadas devido terem sido deixadas ao relento durante a reforma.
ATITUDE: No último final de semana, as alunas Luara e Raiane explicaram o que motivou a atitude. “Acho que era necessário, porque muitos alunos ficam incomodados com essa situação, haja vista que simplesmente ele vem, dá uma pintura, faz aquela imagem de Governador perfeito e depois vai embora. Simplesmente passa isso, ano que vem é eleição e a gente não vê a realidade”, declarou Luara Ribeiro. “Isso faz com que a gente questione em relação a tal reforma que o Governador fala, que a gente se refere como ‘maquiagem’”, afirmou Raiane Vieira.
As duas discutiram com o Governador quando ele falou sobre o vandalismo nas escolas, afirmando que parte da culpa pela falta de estrutura é dos alunos. “Essas carteiras foram trocadas há menos de ano. E olha o estado delas? Questionou Jatene. Cada momento que o Estado tem que trocar essas carteiras vai faltar dinheiro para construir a quadra, para fazer outra escola, para reformar uma escola melhor”, afirmou Jatene, durante a visita.
“Os alunos que fazem isso com carteiras, que picham a escola, que sejam mais conscientizados para que nossa escola continue do jeito que ela é, apesar dessa tal reforma que foi feita, que a gente cuide mais”, orientou Raiane.
PROBLEMAS: As alunas apontam como problemas uma “obra maquiada”. Há salas em que o forro está cedendo. Dos quatro ventiladores, dois doados pelo governo já estão com problemas e os outros dois foram adquiridos com recursos do festival folclórico promovido pela escola. Em algumas salas, ventiladores não funcionam. A quadra esportiva, construída há 14 anos pela comunidade escolar, foi outro motivo da confusão.
“Nossa quadra não tem suporte para receber os alunos. A minha educação física começa às 14h40 e não podemos jogar”, reclama uma estudante.
Os professores também se posicionaram sobre a confusão. Para eles, as estudantes foram corajosas. “A gente falava da questão da qualidade do recurso empregado. Quando a gente reclama das maçanetas que quebraram, a gente vai questionar: ´Poxa, será que essas maçanetas eram as devidas? Será que não era necessário ter colocado uma um pouco melhor?’”, questionou uma professora.
“Ele disse que o dinheiro é investido na educação. A gente quer ver esse dinheiro, queremos uma visão melhor do governo e que eles possam olhar mais para a gente também”, afirmou Luara.
Diante de todas estas constatações, fica provada a situação de abandono que a Região Oeste do Pará passa. Essa é mais uma de muitas obras inacabadas em Santarém, é escândalo em cima de escândalo. Obra paga e não executada. Onde está o Ministério Público??????? Quem pode tirar uma região como a nossa do esquecimento???? Como o próprio Jatene disse: “O dinheiro é só um…”. Então, se obras não feitas são pagas, como vai sobrar dinheiro para pagar melhor os professores?????. Fica a pergunta.
OUTRAS OBRAS INACABADAS: Podemos citar mais obras do Estado que estão a passos de tartaruga. O ginásio Poliesportivo de Santarém que já está sendo tomado pelo mato; a Escola Tecnológica de Santarém, no cruzamento das rodovias Fernando Guilhon e Everaldo Martins, que também está abandonada e tomada pelo mato, sendo que alguns materiais já estão deteriorados. As reformas de algumas escolas da cidade começaram, mas pararam inesperadamente. Isso mostra o descaso do Governo do Estado para a região Oeste do Pará.
Fonte: RG 15/O Impacto