Empresa Buriti acusada de tramar prisão de sindicalista
A prisão da presidente do Movimento dos Trabalhadores em Luta por Moradia (MTLM), Margareth Ferreira, por homens do Grupo Tático Operacional da Polícia Militar (GTO), na manhã de segunda-feira, 10, em uma área de ocupação, localizada entre o Rio Tapajós Shopping e o terreno da SISA/ BURITI, gerou polêmica em Santarém, no Oeste do Pará.
Margareth Ferreira foi encaminhada para a 16ª Seccional da Polícia Civil, onde pagou fiança arbitrada em três salários mínimos, equivalente a R$ 2.172,00, e foi liberada ainda na tarde de segunda-feira.
Para ela, a prisão se consolidou como uma armação feita pela assessoria jurídica da empresa BURITI. “Eles (policiais do Tático) não apresentaram mandado de reintegração de posse e falaram que se as famílias não saíssem do local, uma pessoa iria presa. Eles me detiveram, me levaram para a Delegacia e queriam me jogar para o Presídio de Cucurunã”, relata a líder comunitária.
Segundo o coordenador da Frente em Defesa da Amazônia (FDA), padre Edilberto Sena, foi mais um escândalo de parcialidade autoritária da Polícia de Santarém. Ele aponta que duas empresas especuladoras desmataram 187 hectares de mata nativa na área urbana, poluindo violentamente o Lago do Juá e afetando, também, o rio Tapajós.
“Por outro lado, duzentos pobres sem tetos ocuparam 22 hectares de uma área improdutiva para construírem suas casas. Os empresários pretendem vender 20 mil lotes na área devastada, para um loteamento de classe média. Não se tem certeza até hoje, se a área tem título legítimo de propriedade e se os donos pagam os devidos impostos de todos os anos improdutivos”, questiona padre Edilberto Sena.
De acordo com ele, os policiais foram imediatamente à área ocupada pelos sem tetos, algemaram a líder do movimento e a levaram quase arrastada até a Delegacia, para ser submetida a um processo. “A líder dos ocupantes foi acusada de esbulho possessório, de formação de quadrilha e desacato à autoridade. A autoridade policial ameaçou jogá-la no Presídio do Cucurunã, caso não pagasse dentro de 4 horas, uma fiança de mais de R$ 2 mil”, denunciou padre Edilberto Sena.
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: A líder comunitária Margareth Ferreira declara que vê o fato ocorrido na área de ocupação, como violação aos direitos humanos, principalmente pela forma colocada pelo assessoria jurídica da empresa BURITI. “A forma que eu vejo é que colocaram mentiras”, professou Margareth ferreira.
No dia 7 deste mês, segundo Margareth os membros do MTLM fizeram um ato público na rodovia Fernando Guilhon, protestando contra a forma de como as empresas que trabalham pela habitação não se preocupam com o meio ambiente, o que causa a degradação.
Durante o protesto, foram traçadas estratégias pelo Movimento para que os membros pudessem reivindicar o direito a moradia e levar ao conhecimento da sociedade que não podem consentir que tais empresas construam e continuem destruindo dessa forma.
“Não aceitamos que haja desenvolvimento na nossa cidade de forma destrutiva. Na verdade, foi um protesto e não uma ocupação, onde continuamos três dias fazendo um ato e permanecendo naquela área, reivindicando moradias”, disse a sindicalista.
Margareth acredita que quando a Polícia chega para fazer a retirada de pessoas de uma área, deve agir de forma passiva e não usar força e truculência. “Até porque não estávamos armados, nem com a construção de barracos. Estávamos apenas permanecendo na área. Fui retirada de forma violenta pela Polícia a mando das famílias que se intitulam donas da cidade”, desabafa Margareth, revelando que a assessoria da BURITI se articulou, jogando uma fiança de 10 salários mínimos para o MTLM.
“Ele (advogado) achou que por se tratar de um movimento de um povo humilde não iria ter condições de pagar e eu teria que ir para a o Presídio. Eles usaram uma Ação Civil Pública do ano de 2011, afirmando que estávamos ocupando uma área da BURITI, mas temos a consciência de que não estávamos no terreno alegado pelo advogado”, garantiu Margareth Ferreira.
Fonte: RG 15/O Impacto
hoje essa turba alega que são os sem terras e moradias, uns desvalídos da sorte e invadem a área lá PRÓXIMO AO FUTURO SHOPPING, esperam a valorização da área, e depois vendem, é público e notório que estão invadindo essa área para a fim de especular. ninguém ali quer a terra para morar.
algum deles já procurou a secretaria de assistência social da prefeitura e fez aquela petição do seu cheque moradia, bolsa família, bolsa gás, bolsa energia. etc.??????
A área invadida por esses bandidos, segundo os chefes dessa gangue, são improdutivas. Quando esses mesmos bandidos invadiram a área que hoje pertence à BURITI, devastando tudo, também usaram a mesma artimanha. Depois de toda essa armação, só para a BURITI foi imputado o tal crime ambiental. As autoridades que estão à frente dessas denúncias, todo cuidado é pouco, pois se julgarem procedentes essas denúncias desses desocupados, a coisa pode parecer tendenciosa.