Terreno do 8º BEC vira pasto de animais e abrigo de traficantes
A falta de uso do terreno do 8º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), localizado no cruzamento das avenidas Cuiabá e Moaçara, no bairro da Esperança, em Santarém, virou motivo de reclamação de moradores das proximidades. Animais pastando, como cavalos e bois, lixo e poças de lama são observados por quem trafega às proximidades do terreno.
Segundo os moradores do bairro Esperança, há alguns anos o terreno servia como local de ‘desova’ de corpos de pessoas, o que provocou temor da população. Após a área ter sido usada por empresas ligadas à construção civil, por alguns anos, os comunitários afirmam que a bandidagem foi dispersa do terreno.
Porém, depois da retirada das empresas do terreno, no segundo semestre do ano passado, o temor da população é de que o local sirva para venda e consumo de drogas e, que corpos de pessoas também voltem a ser ‘desovados’ no local.
Em julho de 2013, três empresas do ramo da construção civil que funcionavam em um terreno na rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), no bairro da Esperança, tiveram de deixar o local, após ordem judicial. Desde a primeira gestão do ex-prefeito Joaquim de Lira, empresas privadas arrendaram uma área de 26 hectares, próximo a Avenida Moaçara, dentro do terreno do 8º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), onde se instalaram e desenvolviam atividades voltadas à construção civil.
No final do mês de julho de 2013, o juiz Pablo Zuniga, da 1ª Vara Federal de Santarém, determinou a saída das três empresas: Promato – Produtora de Madeiras e Terraplenagem; Concretap – Concretos Tapajós Ltda e; Jade Indústria e Comércio Ltda. Além das referidas empresas, no local também funcionava a fábrica de beneficiamento de arroz Jobella.
A liminar foi publicada, após o contrato de arrendamento das empresas com o 8º BEC ter encerrado em junho de 2011. Mesmo tendo o contrato encerrado com o Exército, as empresas permaneceram na área próximo à Avenida Moaçara.
A União entrou com ação de reintegração de posse (esbulho possessório) contra os ocupantes da área. O juiz Pablo Zuniga acatou a liminar. Ele deu 45 dias para que a desocupação fosse feita. Outro terreno que também pertencia ao 8º BEC, localizado na Avenida Moaçara, foi doado há cerca de três anos pela União à Associação de Moradores do Bairro Aeroporto Velho (Ambav), onde hoje estão sendo construídas as novas residências do programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”.
Antes da ocupação, moradores dos bairros da Esperança e Aeroporto Velho denunciaram o uso da área por bandidos, vendedores e usuários de drogas. Quem passava pelo local, constatava o risco, por conta do terreno abandonado.
MATO TOMA CONTA DO RESIDENCIAL MOAÇARA I: Três meses depois da empresa Carmona Cabrera decretar falência, atrasar salários de funcionários e paralisar as obras do Residencial Moaçara I, no bairro Aeroporto Velho, em Santarém, Oeste do Pará, a área de construção do imóvel começa a ser tomada pelo mato. Poças de lama, lixo e detritos de construção também são observados por todo o terreno.
Desde o início do mês de dezembro de 2013, as construções estão paradas. A empresa enfrenta uma crise financeira. A princípio, o motivo informado para a pausa seria o recesso de fim de ano. No entanto, no dia 26 de dezembro, trabalhadores fizeram uma manifestação no canteiro de obras do Residencial Moaçara I, que faz parte do programa “Minha Casa, Minha Vida”, cobrando o pagamento dos salários atrasados. Na ocasião, os manifestantes invadiram o canteiro de obras, saquearam o setor administrativo e, em seguida, atearam fogo no local. Fornecedores também estão receosos quanto ao futuro, já que estão com pagamentos em atraso.
Desde o final do ano passado, três grandes empreendimentos que estão sendo executados em Santarém encontram-se paralisados. São eles: dois módulos do Residencial Moaçara, que prevê a construção de 1.408 moradias, a do Conjunto Habitacional Santo André, para construir 321 casas e a execução de um Sistema de Esgotamento Sanitário, na área Urbana de Santarém, que atenderá as demandas de dez bairros da cidade. O atraso e a paralisação das obras devem-se ao fato de que a empresa responsável Carmona Cabrera está em processo de falência e impetrou na justiça estadual pedido de recuperação judicial.
Dos três projetos executados pela Carmona Cabrera, os Residenciais Moaçara e Santo André, pertencem ao programa “Minha Casa, Minha Vida” e o referente ao Sistema de Esgotamento Sanitário, faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II).
Fonte: RG 15/O Impacto