Irene Belo: “Rodovia de Alter do Chão está abandonada”
Em entrevista exclusiva concedida à nossa reportagem a titular da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), Irene Belo, falou dos problemas que ocorrem com o segmento turístico durante o período chuvoso (inverno amazônico), considerado de baixa temporada e as soluções que devem ser tomadas para alavancar o setor no Pólo Tapajós. Ela destacou a Copa do Mundo, com uma das sedes em Manaus, o que poderá aumentar o fluxo de turistas em Santarém nos meses de junho e julho. A secretária Irene denunciou a falta de segurança em barcos de passeio provocada por pessoas não habilitas. Ela adiantou os cursos que a Semtur irá disponibilizar neste mês, com o objetivo de treinar os profissionais da área para o período da Copa do Mundo. Irene Belo revelou os riscos e os problemas relacionados a Estrada de Alter do Chão, onde várias vidas já foram ceifadas e mostrou preocupação com o que poderá acontecer com um turista. Veja a entrevista:
Jornal o Impacto: De que forma a Secretaria de Turismo está acompanhando o desenvolvimento do segmento durante ao período chuvoso, considerado de baixa temporada?
Irene Belo: Na questão da baixa temporada, o turismo em Santarém e na região baseia-se principalmente nos atrativos naturais que constituem o nosso maior patrimônio turístico e, em seguida vem os atrativos culturais. Então, os atrativos naturais (belezas naturais) continuam aí. Apenas a maneira de olhar essas belezas é que precisa mudar. O período de chuva não precisa ser de baixa temporada, desde que numa sinergia de forças tanto do Governo quanto da iniciativa privada, eles estejam atentos a isso.
Jornal O Impacto: Há alguma possibilidade de Santarém atrair um fluxo maior de turistas ainda no primeiro semestre deste ano?
Irene Belo: Este ano em especial, estamos diante de um evento extemporâneo, que é a Copa do Mundo, que será realizada no Brasil. Pelos resultados da iniciativa privada, principalmente do setor de hospedagem durante o carnaval deste ano, nós concluímos que as pessoas estão guardando recursos para a Copa do Mundo. Portanto, é hora de arrumar a casa, de trabalhar a divulgação e de ficarmos focados no mercado regional. Já o mercado nacional está muito voltado para a questão da Copa do Mundo.
Jornal O Impacto: O que precisa ser feito para que Santarém tenha condições de receber uma grande demanda de turistas durante a Copa do Mundo?
Irene Belo: É hora de treinar as pessoas e prepará-las para receber um fluxo turístico que de certa maneira o nosso Município deve receber na Copa do Mundo, haja vista a ocorrência de jogos em Manaus, que fica bem próximo e, que é uma cidade que guarda uma sinergia muito grande com Santarém. Eu reforço que é hora de arrumar a casa e de treinar as pessoas, de preparar material de divulgação e de participar dos eventos turísticos nacionais com vistas na divulgação do potencial turístico, para que possamos estar em condições de receber esses turistas que pra cá se encaminharão.
Jornal O Impacto: O que já foi observado em termos de problemas envolvendo o setor turístico e que deve ser corrigido para o período da Copa do Mundo?
Irene Belo: Em relação à Copa do mundo, o Governo Municipal recebeu recentemente a denúncia de uma turista carioca que aqui esteve. Ela observou que existem vários operadores de turismo locais, de barcos de passeio e condutores de turismo não habilitados e infringindo normas de segurança. A Secretaria de Turismo e o Governo Municipal estão atentos a isso e nós estamos submetendo nos próximos dias a Lei Municipal de Turismo a aprovação na Câmara de Vereadores, para que possamos efetivamente normatizar as atividades turísticas no nosso Município e, que não se permita ‘matar a galinha dos ovos de ouro’, porque o turista quer a segurança e não somente aquela feita por policiais, mas de descer uma rampa sem escorregar, de fazer um passeio de barco e de ter coletes salva vida, para o caso de um acidente. O Turista quer a segurança antes de entrar em um barco por menor que seja, assim como as informações sobre a embarcação e sobre as condições do seu motor. Então, temos que cuidar muito desta questão.
Jornal O Impacto: A Semtur está preparando alguma atividade para que os profissionais da área turística passem por treinamentos?
Irene Belo: Nesse sentido de cuidar e se preparar, no dia 26 agora de março vai iniciar o curso Melhorias nos Produtos Turísticos, que vai ser ministrado pela Escola de Governo do Pará em parceria com a Secretaria de Turismo de Santarém. No dia 27 vai acontecer o curso de Regime Jurídico do Turismo. No dia 28, o módulo 3, que é a formatação do produto turístico. Esperamos que nesse curso haja uma freqüência boa das pessoas que operam o turismo, seja conduzindo os turistas no seu pequeno barco, os operadores locais, as pessoas que trabalham em redes de hospedagens, de agências e em restaurantes recebendo o público.
Jornal O impacto: Em relação à Estrada de Alter do Chão onde já ocorreram muitas mortes, o que deve ser feito para que a via não se transforme em um problema grave para as pessoas que moram em comunidades próximas?
Irene Belo: Com relação à Estrada de Alter do Chão (Rodovia Everaldo Martins), todos nós sabemos que ter produtos e atrativos turísticos formatados e ter empresas turísticas somente não são suficientes. É preciso investir na acessibilidade a quem deseja visitá-lo. Temos o principal acesso, de acordo com as pesquisas realizadas pela Semtur, onde o turista utiliza mais, que é através do aeroporto maestro Wilson Fonseca, mas recebemos turistas via terrestre e fluvial também. Então, a Estrada de Alter do Chão precisa estar trafegável e bem sinalizada. Há um fluxo de pedestres muito grande. A gente observa que os ônibus quase nunca conseguem parar nos pontos, mas no meio da pista. Então, é um complicador e temos que ter cuidado. É preciso que se olhe com mais carinho para essa estrada, por se tratar de uma rodovia estadual. A Estrada está abandonada e precisa de encostamento para que os moradores das vilas do entorno, possam ter um pouco mais de segurança, até porque algumas vidas de santarenos já foram ceifadas. Mas qualquer hora dessas pode ser um turista!
Por: Manoel Cardoso
A rodovia Alter do chão não está abandonada. O que estão abandonadas são as ruas da periferia da cidade. E não a rodovia para satisfazer os interesses comerciais da secretaria de turismo, que usa o cargo para obter lucros vez que trabalha no setor hoteleiro.
Então quer dizer que morrer um Santareno na estrada é normal, só vão se preocupar quando morrer um turista? Tá de brincadeira essa secretária.
Vocês tem é que aproveitar a baixa estação para qualificar todos os envolvidos com o turismo em Alter, em especial os barraqueiros na ilha, pois o atendimento é péssimo, sem falar que nenhuma barraca passa cartão, já presenciei diversas situações constrangedoras com os clientes, porque os barraqueiros só aceitam dinheiro, parece piada isso. Vc viaja para o litoral nordestino e até ambulante de CD pirata tem máquina de cartão. Isso sem falar que não existe terminais para sacar dinheiro na vila (tem a do BB no mingote, mas nunca funciona)e muito menos agência bancária (Banpará não conta, qual turista tem conta no Banpará?)
E os banheiros que simplesmente não existem, colocam duas porcarias imundas de banheiros químicos em apenas um local para atender toda a ilha, a tarde tá pior do que uma fossa.