Morre ator Paulo Goulart
O ator Paulo Goulart morreu na tarde desta quinta-feira (13), em São Paulo. O ator tinha 81 anos e estava tratando de um câncer no mediastino, região entre os pulmões. Ele estava internado no hospital São José, na região central da cidade. Paulo era casado havia 60 anos com a atriz Nicette Bruno e comemorou as Bodas de Diamante no ano passado.
“Soubemos agora há pouco. Está todo mundo muito apreensivo. Dona Nicette não para de chorar. Ela está ao lado dele em São Paulo. Ninguém esperava por isso, mas agora é rezar para que ele descanse em paz”, afirma a secretária particular do casal ao Purepeople, na tarde desta quinta. Ainda não há data e nem local para o sepultamento. Como foram pegos de surpresa, os familiares ainda se preparam para emitir uma nota de falecimento.
Paulo escrevia um livro para retratar o tratamento contra câncer. Dessa forma, poderia ajudar outros pacientes, assim como familiares, a terem forças e superarem a doença. Há dois anos, ele ficou internado para se submeter ao tratamento de quimioterapia.
A alta do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, foi dada no dia 4 de outubro de 2012, mas, antes da internação, Paulo participou das filmagens do filme “O Tempo e o Vento”, adaptação para o cinema do clássico de Érico Veríssimo, com direção de Jayme Monjardim.
Paulo tinha em comum com Nicette o amor, a profissão, o ano e o mês de nascimento. Além disso, tiveram juntos 3 filhos, todos atores: Beth Goulart, de 52 anos, Bárbara Bruno, de 56, e Paulo Goulart Filho, 47 anos. Também são avós de Vanessa Goulart e Clarissa Mayoral que, assim como o restante da família, seguiram a carreira artística.
Carreira
Paulo Afonso Miessa nasceu no dia 9 de janeiro de 1933, em Ribeirão Preto, São Paulo. O sobrenome artístico veio do tio radialista Airton Goulart. O ator tinha 17 para 18 anos quando entrou para a Rádio Tupi e, logo depois, estreou na TV também.
“A televisão estava começando, era 1951. Nós éramos contratados da rádio, e a TV Tupi era sustentada pelo rádio. Então, tínhamos também a obrigação de fazer televisão. O primeiro programa que eu fiz na TV foi com o Mazzaropi”, disse Paulo, ao site “Memória Globo”.
No ano seguinte, o ator foi contratado pela TV Paulista para integrar o elenco da novela “Helena”, adaptação de Manoel Carlos do romance de Machado de Assis. Pouco depois, conheceu Nicette Bruno, com quem se casou.
A atriz fazia parte da companhia Teatro de Alumínio e o convidou para fazer um teste. Aprovado, ele fez sua estreia no teatro ainda em 1952, na peça “Senhorita Minha Mãe”, de Louis Verneuil, dirigida por Abelardo Figueiredo.
Sua estreia na Globo aconteceu em 1969, em “A Cabana do Pai Tomás”, adaptação de Hedy Maia do romance homônimo de Harriet Beecher Stowe. No mesmo ano, foi um dos protagonistas de “Verão Vermelho”, de Dias Gomes. O personagem do ator, Flávio Avelar, integrava o triângulo amoroso central da história, formado ainda por Adriana (Dina Sfat) e Carlos (Jardel Filho).
Na década de 70, Paulo Goulart teve mais uma passagem pela TV Tupi, atuando em novelas como “Éramos Seis” (1977), adaptação do livro de Maria José Dupré por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, e “Gaivotas” (1979), de Jorge Andrade.
De volta à Globo, atuou em “Plumas e Paetês” (1980), de Cassiano Gabus Mendes, no papel de Gino. “Foi fantástico! Aquele guarda italianão, que falava com aquele sotaque, gostava de comida… Eu adoro! Foi um retorno maravilhoso”, contou ao “Memória Globo”.
Na década de 90, participou do remake de ‘Mulheres de Areia” (1993), de Ivani Ribeiro, interpretando o vilão Donato, um dos principais personagens de sua carreia. “Ele era uma pessoa má por princípio, um assassino”, relembrou ele. “Mas isso me abastecia como intérprete”.
Sua última novela foi “Morde & Assopra” (2011), de Walcyr Carrasco, interpretando o personagem Dr. Eliseu Vilanova. No cinema, seu último trabalho foi “O Tempo e o Vento” (2013), de Jayme Monjardim. O longa-metragem também teve uma versão para a TV Globo.
Fonte: UOL