Avião desaparece com 5 pessoas na rota Itaituba/Jacareacanga
Um helicóptero H-60 Black Hawk do Esquadrão Harpia da Força Aérea Brasileira (FAB), do Salvo Aéreo de Manaus, continua efetuando buscas ao avião bimotor, modelo Beechcraft BE 58 Baro, prefixo PP-LMN, que partiu de Itaituba às 11h45, de terça-feira, 18, com destino a Jacareacanga, na região Oeste do Pará, desaparecendo minutos após a decolagem.
O avião de propriedade da empresa Jotan Taxi Aéreo conduzia cinco profissionais de saúde da FUNASA, que prestavam serviço a aldeia “Sai Cinza” dos índios Munduruku, localizada no rio Tapajós, em Jacareacanga.
Entre os passageiros foram identificados, as técnicas em enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos; Raimunda Lúcia da Silva Costa; Luciney Aguiar de Sousa, ambas moradoras de Santarém. Além delas foram identificados o motorista Ary Lima e o piloto Luiz Feltrin.
De acordo a Agência nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da aeronave desaparecida estava regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.
Entre os passageiros do avião, a técnica em enfermagem da Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), Rayline Campos, natural de Santarém, levava uma equipe de profissionais de saúde de Itaituba para uma aldeia indígena em Jacareacanga. Ela pediu socorro ao tio, Rubélio Santos, em Santarém, por meio de duas mensagens enviadas ao telefone celular minutos antes de a aeronave desaparecer.
Por volta de 12h17 de terça-feira, Rayline Campos enviou a primeira mensagem ao tio avisando que estava em perigo: “Tio to em um forte temporal e o motor parou de funcionar. Avisa a mamãe que amo muito todos. To aflita, to em pânico. Se eu sair bem aviso. To perto de Jacaré. Reza por nós. Não avisa a tia ainda”, relatou Rayline em mensagem ao celular de seu tio Rubélio.
Já por volta de 12h48 também de terça-feira, Rayline enviou a segunda mensagem pedindo socorro. “O motor ta parando. Socorro… Socorro… Tio… Tio”, disse ela, através de mensagem ao celular de Rubélio Santos. Raylene é sobrinha do vereador Rubemir Pereira, do município de Aveiro.
O comerciante Rubélio Santos, proprietário de um bar localizado no cruzamento da Travessa Silva Jardim com Avenida Presidente Vargas, no bairro Aparecida, disse que sua primeira reação quando recebeu as mensagens de sua sobrinha foi sentar. “Respirei fundo e fiquei esperando, mas como não tive retorno, liguei apreensivo. Já estava dando fora da área. Fiquei aflito, sem saber o que fazer”, declarou.
Rubélio afirma que não desconfiou de trote, porque sabia que Rayline estava voltando para o trabalho em um bimotor. “Eu não desconfiei, até porque nessa região os aviões voam baixo e ela dizia na mensagem que já estava perto de Jacareacanga”, relata.
FAMÍLIA RECLAMA NA DEMORA DO SOCORRO: Também a família da passageira Luciney Aguiar de Sousa, de 40 anos, reclama da demora em localizar o avião. O pai da técnica em enfermagem, Ramiro Ferreira Aguiar, disse que sua família soube do sumiço do bimotor por parentes que moram em Itaituba. “A gente tem que ficar esperando, por isso estamos sofrendo. Não durmo a noite”, disse angustiado.
Segundo a Aeronáutica, o último contato do piloto aconteceu por volta de 12h40, quando ele comunicou a um colega que havia pane em um dos motores do avião e tentaria um pouso forçado. O avião estava a 11 milhas de Jacareacanga, cerca de 4 minutos de vôo, quando fez seu ultimo contato. Moradores de Jacareacanga chegaram a ver um avião voando em baixa altitude minutos antes de desaparecer em direção ao rio Tapajós.
A Infraero informou que o desaparecimento do avião foi comunicado ao Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA), que enviou ao local uma equipe de busca para tentar localizar a aeronave e investigar as causas da queda. Um helicóptero do Estado também auxilia a equipe de socorro. O helicóptero Guardião 5 da Polícia Militar de Santarém, com uma equipe de profissionais especialistas em resgate continua empreendendo buscas na região de Jacareacanga.
O avião era pilotado pelo comandante Luiz Feltrin, que é considerado um dos mais experientes da área da aviação na região, com mais de 30 anos na profissão. A administração da empresa Jotan Taxi Aéreo informou que por enquanto não vai se manifestar sobre o assunto.
Além do Salvo Aéreo de Manaus, bombeiros, Defesa Civil, Funasa, Secretaria Indígena, voluntários e amigos das vitimas estão se empenhando para encontrar a aeronave que caiu. Na última quarta-feira, 19, uma Força Tarefa formada por várias frentes de busca começou a percorrer a área onde possivelmente o avião desapareceu.
De acordo com a Aeronáutica, um avião SC-105 Amazonas do Esquadrão pelicano de buscas e resgate veio de Campo Grande (MS) para auxiliar na procura pela aeronave no Pará, na manhã de quarta-feira, 19.
Por: Manoel Cardoso
